
O acirramento do conflito entre Israel e o Hamas j� deixou pelo menos 342 palestinos e quatro israelenses mortos. Do lado palestino, a maior parte das v�timas era de civis, incluindo dezenas de crian�as. A troca de ataques entre os militantes do Hamas e o Ex�rcito israelense mudou a rotina de brasileiros que moram no Estado hebreu. Quanto mais pr�ximo da Faixa de Gaza, maiores os transtornos no dia a dia das cidades israelenses, mesmo com a prote��o do avan�ado sistema antim�sseis, chamado Domo de Ferro. Mas, como at� Telavive e Haifa – cidades localizadas a 71km e 155km da Faixa de Gaza – t�m sido alvos dos foguetes disparados pelo Hamas, os mineiros relatam momentos de apreens�o diante das amea�as de se tornarem v�timas da viol�ncia.
A mineira continuar� no Norte de Israel at� que a situa��o melhore nas proximidades de Gaza. Junto com um grupo de vinte brasileiros e outros jovens sul-americanos, Maya espera concluir seu trabalho na regi�o e que nos pr�ximos meses o conflito termine para que o grupo retorne para o kibutz no Sul do pa�s. “N�o penso em voltar agora para o Brasil, mas o clima de tens�o � bastante desgastante, principalmente pelo fato de que tivemos que largar nossa vida no Sul e nos adaptar em outra regi�o, mas isso tamb�m faz, infelizmente, parte da vida israelense”, conta a estudante.
Outra estudante mineira, Bruna Cartum, tamb�m participa do mesmo programa e lembra momentos de alta tens�o quando come�aram as primeiras sirenes e foguetes antes de se transferir para o Norte. “Presenciei dois bombardeios at� que nos tiraram de l�. O primeiro foi em casa, eu e meus amigos est�vamos assistindo a um filme quando as sirenes tocaram, seguimos todas as normas com calma e tranquilidade. O m�ssil foi interceptado bem perto da minha casa, a porta tremeu muito com a explos�o, mas nos mantivemos tranquilos”, lembra Bruna. Desde ter�a-feira da semana passada, ela foi transferida de regi�o e aguarda o fim do conflito para retomar a normalidade.
“N�O H� VENCEDORES”
A designer gr�fico belo-horizontina Rosane Gruberger, de 39 anos, que mora na Regi�o Central de Israel, na cidade de Tayibe, tem sofrido menos os transtornos causados pela retomada dos ataques entre judeus e palestinos. “Daqui sentimos muito pouco o conflito comparado aos habitantes da Regi�o Sul e pr�ximos ao per�metro de Gaza. Existem abrigos seguros espalhados pela cidade, assim que ouvimos a sirene, temos um minuto e meio para chegar at� l�”, explica. A judia, casada com um israelense ateu de fam�lia mu�ulmana, avalia que os impactos s�o negativos tamb�m na economia da regi�o. “Todos saem perdendo, n�o h� vencedores”, diz Rosane.
Ela tem conversado muito com seus dois filhos sobre a situa��o de crise entre os dois povos. “Preocupamos em acalm�-los e mostrar que os palestinos est�o sofrendo da mesma forma ou ainda mais. E que a guerra n�o � a solu��o. Em Israel vivem judeus, �rabes de origem crist� e mu�ulmana, ateus, bedu�nos, drusos, todos sofrem da mesma forma com o conflito”, relata Rosane. A mineira espera que o clima de paz seja retomado rapidamente e n�o planeja deixar seu trabalho por causa do conflito. “A princ�pio n�o penso em voltar ao Brasil, apesar da tens�o, mas no momento que sentir amea�a � vida de meus filhos, n�o h� d�vidas que voltaria. N�o h� ideologia pol�tica que valha a vida de meus filhos”, afirma.
