Milhares de habitantes fugiram neste domingo de Shajaya, periferia leste da cidade de Gaza, onde muitos mortos e feridos jazem pelas ruas ap�s uma intensifica��o da ofensiva israelense contra o enclave palestino controlado pelo Hamas que j� fez 410 v�timas palestinas.
O Hamas e Israel anunciaram que tinham aceitado um pedido do Comit� Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para observar uma tr�gua humanit�ria entre 10H30 e 12H30 GMT (7H30 e 9H30 no hor�rio de Bras�lia) em Shajaya, onde o bombardeio israelense matou pelo menos 50 pessoas neste domingo, incluindo 17 crian�as, 14 mulheres e 4 idosos.
Contudo, pouco depois, Israel voltou a atacar em Shajaya, afirmando responder ao Hamas.
Na frente diplom�tica, os esfor�os continuaram em favor de uma tr�gua. O secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, � esperado neste domingo na regi�o, enquanto que uma reuni�o est� agendada no Catar entre o presidente palestino, Mahmud Abbas, e o l�der exilado do movimento isl�mico Hamas, Khaled Meshaal.
O Ex�rcito de Israel anunciou a intensifica��o de sua ofensiva terrestre, lan�ada na quinta-feira para neutralizar os disparos de foguetes e os t�neis subterr�neos do movimento palestino.
Milhares de pessoas tentavam escapar de Shajaya, um setor perto da fronteira com Israel, onde as ambul�ncias n�o conseguem chegar devido � intensidade dos bombardeios. Um motorista de ambul�ncia e um cinegrafista palestino foram mortos.
'Por tr�s das linhas inimigas'
Este conflito, o mais sangrento desde 2009 no enclave palestino sob cerco h� anos, � o quarto entre o Hamas e Israel em menos de uma d�cada. Ele j� fez 410 v�timas palestinas em 13 dias de ofensiva.
O Ex�rcito de Israel reconheceu a morte de cinco de seus soldados, a maioria durante um confronto no s�bado contra um comando palestino que se infiltrou em Israel por um t�nel, enquanto 55 outros ficaram feridos.
O bra�o armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, reivindicou as opera��es "por tr�s das linhas inimigas" em territ�rio israelense, alegando ter matado 11 soldados. Dois civis israelenses tamb�m foram mortos desde 8 de julho.
O ministro das Finan�as israelense, Naftali Bennett, declarou � r�dio p�blica que os t�neis escavados pelo Hamas tinham a inten��o de "atacar simultaneamente de sete a oito kibutz" (aldeias cooperativas), afirmando que Israel estava "pronto para pagar um pre�o terr�vel para evitar que civis israelenses sejam v�timas desta cat�strofe".
O Ex�rcito de Israel informou a morte de 70 "terroristas" desde quinta-feira e treze t�neis descobertos. Al�m disso, cerca de 60 foguetes atingiram Israel no s�bado.
Israel mobilizou 53.200 homens dos 65.000 reservistas autorizados pelo governo para a ofensiva esta pequena faixa de terra de 362 km2, ondem vivem meio � extrema pobreza 1,8 milh�o de palestinos, uma das densidades populacionais mais altas do mundo.
Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ressaltou que n�o poderia garantir o sucesso da opera��o militar.
A comunidade internacional tem apelado repetidamente a Israel para preservar a vida dos habitantes, enquanto a ONU diz que mais de tr�s quartos das v�timas s�o civis.
A ONU em Gaza indicou por sua vez que acomoda mais de 63.000 deslocados, mais do que durante o conflito de 2008-2009 que teve 1.400 palestinos mortos.
Estrat�gia de sa�da
Na esperan�a de obter um cessar-fogo, Abbas deve reunir-se em Doha neste domingo com o l�der exilado do Hamas, que exige o levantamento completo do bloqueio a Faixa de Gaza, a abertura da fronteira de Rafah com o Egito e a liberta��o de prisioneiros. Uma proposta eg�pcia para um cessar-fogo havia sido rejeitada pelo movimento isl�mico palestino.
Na frente diplom�tica, Ban Ki-moon era esperado neste domingo na regi�o. Durante uma breve visita a Israel, o chefe da diplomacia francesa Laurent Fabius salientou a "prioridade absoluta" para se chegar a uma tr�gua.
A imprensa israelense ainda apoia em grande parte a ofensiva, mas alguns t�tulos questionam se o governo estava verdadeiramente preparado para todos os cen�rios.
"Precisamos de coragem, precisamos de um verdadeiro compromisso f�sico, frontal, real (...) Sim, isso far� com que tenhamos perdas do nosso lado", insistiu Ben Caspit no jornal Maariv "� de sua responsabilidade chegar l�", diz ele a Netanyahu.
Segundo Nahum Barnea ao Yedioth Ahronoth, o governo ainda pondera se deve avan�ar ainda mais sobre Gaza ou se deve limitar suas opera��es: "A quest�o de uma estrat�gia de sa�da tem sido objeto de intermin�veis discuss�es que ainda n�o resultaram numa decis�o real ".
