Os l�deres palestinos e a Liga �rabe acusaram neste domingo Israel de cometer um "massacre atroz" no bairro de Shajaya, na periferia leste da cidade de Gaza, deixando dezenas de mortos no 13� dia de opera��es no enclave palestino.
Segundo os servi�os de emerg�ncia, ao menos 62 pessoas foram mortas e mais de 200 ficaram feridas nesses bombardeios, os mais mortais desde o conflito de 2008-2009. Com 87 mortos em toda a Faixa de Gaza, este tamb�m � o dia mais sangrento desde o lan�amento, em 8 de julho, da ofensiva israelense para neutralizar as capacidades militares do Hamas, que controla este territ�rio.
Em Shajaya, um jornalista da AFP descreveu cenas de carnificina e caos, como um homem que teve a cabe�a arrancada. As ruas estavam cheias de carros queimados, incluindo uma ambul�ncia, e v�rios corpos continuam a ser retirados dos escombros sem cessar.
"O bombardeio brutal e a ofensiva terrestre em Shajaya s�o crimes de guerra contra civis palestinos e representam uma escalada perigosa que poder� ter s�rias consequ�ncias", denunciou a Liga �rabe.
O governo palestino tamb�m condenou "de maneira firme o massacre atroz cometido pelas for�as de ocupa��o israelenses contra os civis inocentes de Shajaya", chamando a comunidade internacional a "reagir imediatamente contra este crime de guerra".
Obstina��o do Hamas
Frente ao n�mero alarmante de mortos, o Ex�rcito israelense justificou sua ofensiva contra este bairro localizado perto da fronteira.
"Shajaya � uma �rea civil, onde o Hamas tem posicionado seus foguetes, os seus t�neis, centros de comando", afirmou o Ex�rcito, ressaltando que "h� dias temos avisado os civis de Shajaya para que deixem o local".
Uma fr�gil tr�gua humanit�ria, intermediada pelo Comit� Internacional da Cruz Vermelha (CICV), para evacuar de Shajaya os mortos e feridos foi rompida de forma intermitente. Finalmente, o Ex�rcito israelense anunciou estender o cessar-fogo �s 14h30 GMT (11h30 no hor�rio de Bras�lia).
O secret�rio de Estado americano, John Kerry, declarou por sua vez que o movimento isl�mico Hamas recusou na semana passada uma proposta de cessar-fogo, e ele est� "obstinado a atrair a f�ria" de Israel.
No total, a ofensiva israelense fez ao menos 425 mortos e 3.000 feridos palestinos, em sua maioria civis, apesar dos repetidos apelos da comunidade internacional para a conten��o.
A ONU em Gaza indicou por sua vez que acomoda mais de 63.000 deslocados, mais do que durante o conflito de 2008-2009 que teve 1.400 palestinos mortos.
Intensifica��o
O Ex�rcito de Israel anunciou a intensifica��o de sua ofensiva terrestre, lan�ada na quinta-feira, para neutralizar os disparos de foguetes e os t�neis subterr�neos do movimento palestino.
Este conflito, o mais sangrento desde 2009 no enclave palestino sob cerco h� anos, � o quarto entre o Hamas e Israel em menos de uma d�cada.
O Ex�rcito de Israel reconheceu a morte de cinco de seus soldados, a maioria durante um confronto no s�bado contra um comando palestino que se infiltrou em Israel por um t�nel, enquanto 55 outros ficaram feridos.
O ministro das Finan�as israelense, Naftali Bennett, declarou � r�dio p�blica que os t�neis escavados pelo Hamas tinham a inten��o de "atacar simultaneamente de sete a oito kibutz" (aldeias cooperativas), afirmando que Israel estava "pronto para pagar um pre�o terr�vel para evitar que civis israelenses sejam v�timas desta cat�strofe".
O Ex�rcito de Israel informou ainda a morte de 70 "terroristas" desde quinta-feira e treze t�neis descobertos. Al�m disso, cerca de 60 foguetes atingiram Israel no s�bado.
Estrat�gia de sa�da
Na esperan�a de obter um cessar-fogo, Abbas deve se reunir em Doha neste domingo com o l�der exilado do Hamas, que exige o levantamento completo do bloqueio a Faixa de Gaza, a abertura da fronteira de Rafah com o Egito e a liberta��o de prisioneiros. Uma proposta eg�pcia para um cessar-fogo havia sido rejeitada pelo movimento isl�mico palestino.
Na frente diplom�tica, Ban Ki-moon era esperado neste domingo na regi�o. Durante uma breve visita a Israel, o chefe da diplomacia francesa Laurent Fabius salientou a "prioridade absoluta" para se chegar a uma tr�gua.
A imprensa israelense ainda apoia em grande parte a ofensiva, mas alguns t�tulos questionam se o governo estava verdadeiramente preparado para todos os cen�rios.
"Precisamos de coragem, precisamos de um verdadeiro compromisso f�sico, frontal, real (...) Sim, isso far� com que tenhamos perdas do nosso lado", insistiu Ben Caspit no jornal Maariv "� de sua responsabilidade chegar l�", diz ele a Netanyahu.
Segundo Nahum Barnea ao Yedioth Ahronoth, o governo ainda pondera se deve avan�ar ainda mais sobre Gaza ou se deve limitar suas opera��es: "A quest�o de uma estrat�gia de sa�da tem sido objeto de intermin�veis discuss�es que ainda n�o resultaram numa decis�o real".
