O secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o chefe da diplomacia americana, John Kerry, tentavam alcan�ar nesta ter�a-feira um cessar-fogo entre Israel e o Hamas ap�s duas semanas de bombardeios israelenses em Gaza, que j� deixaram mais de 600 palestinos mortos.
Kerry se reuniu no Cairo com Ban e com o presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, cujo pa�s � o mediador tradicional entre Israel e os palestinos.
Ban viajar� ainda nesta ter�a-feira a Israel e � Cisjord�nia ocupada, onde se reunir� durante a tarde com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para tentar alcan�ar uma tr�gua em um conflito no qual 27 soldados e dois civis israelenses tamb�m morreram.
No entanto, o ex�rcito de Israel seguia decidido a prosseguir com suas opera��es militares a�reas e terrestres na Faixa de Gaza, controlada pelos islamitas do Hamas, para deter os lan�amentos de foguetes contra seu territ�rio.
"Vamos prosseguir com esta opera��o na luta contra o terrorismo", afirmou Peter Lerner, porta-voz do ex�rcito.
O ministro israelense da Economia, Naftali Bennett, se disse contr�rio a um cessar-fogo. "Pagamos um alto pre�o e n�o vamos fazer o trabalho pela metade", disse.
Proteger os civis
O presidente palestino, Mahmud Abbas, e o chefe do Hamas, Khaled Mechaal, pediram nesta segunda-feira de Doha o fim da agress�o israelense contra o enclave palestino e o levantamento do bloqueio imposto a Gaza desde 2006.
No Cairo, Kerry defendeu os esfor�os leg�timos e adequados de seu aliado israelense para se proteger dos disparos de foguetes palestinos.
No entanto, tamb�m expressou sua profunda preocupa��o sobre a situa��o dos civis na Faixa de Gaza, as principais v�timas do conflito.
O secret�rio americano de Estado prometeu 47 milh�es de d�lares de ajuda humanit�ria aos civis deste reduto de 362 km2, onde vivem na mis�ria 1,8 milh�o de habitantes, ou seja, uma das maiores densidades populacionais do mundo.
"A viol�ncia deve parar, deve parar imediatamente. O que vimos nos �ltimos dias � inaceit�vel", declarou Ban Ki-moon, antes de sua chegada a Israel prevista para esta ter�a-feira.
Ao menos 20 palestinos morreram nesta ter�a-feira, quando as opera��es israelenses completam duas semanas. Entre as v�timas do dia figuram cinco membros de uma mesma fam�lia, uma mulher gr�vida e uma menina de 4 anos.
Desde o in�cio da ofensiva israelense em Gaza, no dia 8 de julho, 609 palestinos morreram e outros 3.700 ficaram feridos.
27 soldados israelenses mortos
Do lado israelense, 27 soldados morreram desde o in�cio da ofensiva terrestre, o balan�o mais alto para o ex�rcito de Israel desde a guerra de 2006 contra o Hezbollah liban�s. Dois civis morreram devido ao impacto de foguetes.
Israel tamb�m anunciou nesta ter�a-feira a morte do soldado supostamente sequestrado pelo Hamas, embora seu corpo ainda n�o tenha sido identificado oficialmente. Segundo a imprensa israelense, o corpo ou partes de seus restos mortais podem estar nas m�os do Hamas.
Por sua vez, o ex�rcito israelense anunciou em um comunicado que suas tropas seguiam realizando uma opera��o no "bairro Shejaiya, conhecido por sua forte concentra��o de atividades terroristas".
Mais de 70 palestinos, em sua maioria civis, faleceram neste bairro do norte de Gaza em bombardeios maci�os da artilharia israelense.
A Liga �rabe taxou estes bombardeios de massacre e de crimes de guerra, enquanto a ONU disse que se tratava de uma a��o atroz.
O ex�rcito israelense se justifica acusando seu inimigo de utilizar os civis como escudos humanos, abrindo fogo a partir de escolas, hospitais e mesquitas.
A Anistia Internacional estimou que os bombardeios de instala��es civis "se somam a poss�veis crimes de guerra que devem ser alvo urgente de uma investiga��o internacional independente".
A tens�o tamb�m aumenta na Cisjord�nia ocupada ap�s a morte de um palestino na noite de segunda-feira, e nas cidades �rabes do norte de Israel.