O governo americano quer asfixiar financeiramente o grupo Estado Isl�mico (EI), considerado pelos Estados Unidos "a organiza��o terrorista mais bem financiada do mundo", para impedir que consiga administrar os territ�rios sob seu poder na S�ria e no Iraque.
"� exce��o de algumas organiza��es terroristas apoiadas por Estados, o grupo Estado Isl�mico �, provavelmente, a organiza��o terrorista mais bem financiada que j� enfrentamos", afirmou o subsecret�rio do Tesouro americano encarregado da Luta contra o Terrorismo, David Cohen, durante uma confer�ncia em Washington, nesta quinta-feira.
Depois de denunciar a venda de petr�leo, os resgates obtidos com sequestros e as extors�es como m�todos de financiamento do EI, Cohen informou que os Estados Unidos v�o intensificar sua colabora��o com seus s�cios regionais para "asfixiar o contrabando de petr�leo" nas fronteiras e identificar as redes de contrabandistas.
Ao ser questionado pelo vice-presidente do think tank americano Carnegie Endowment for International Peace, Marwan Muasher, se esse combate � de interesse priorit�rio para os Estados Unidos, Cohen respondeu: "�, com toda certeza, um combate americano!".
"O que o EI faz � amea�ar o cora��o dos nossos interesses, sejam os membros do nosso pessoal (diplom�tico), sejam nossas instala��es no Iraque, seja o interesses dos nossos aliados mais pr�ximos na regi�o - Jord�nia, L�bano e Turquia", alegou o subsecret�rio do Tesouro.
O EI "tenta criar ali (em faixas de territ�rio do Iraque e da S�ria) um abrigo para terroristas", alertou Cohen, acrescentando que cerca de 15 mil estrangeiros, incluindo "dezenas de americanos", chegaram a essas regi�es.
"�, portanto, de grande interesse para n�s combater o EI", justificou.
O petr�leo extra�do dos campos de explora��o na S�ria e no Iraque, refinado nas unidades que o grupo conseguiu ocupar at� agora, � vendido mais barato no mercado negro. Com isso, o EI tem conseguido arrecadar cerca de US$ 1 milh�o por dia desde meados de junho, relatou Cohen.
Segundo ele, esse petr�leo � vendido a curdos no Iraque, que revendem o cru para a Turquia. Cohen garantiu, por�m, que as autoridades turcas e curdas no Iraque "se comprometeram a combater o contrabando de petr�leo".
O subsecret�rio americano disse ainda que h� ind�cios de que esse petr�leo tamb�m est� sendo vendido para o regime s�rio de Bashar al-Assad. Essas compras seriam - frisou - "um sinal a mais da deprava��o" do governo de Damasco.
EUA v�o punir quem comprar petr�leo do EI
Os recentes golpes militares "come�aram a reduzir a capacidade do EI de gerar receita com esse contrabando", afirmou Cohen, destacando que "qualquer um que comprar petr�leo roubado pelo EI ser� alvo de san��es financeiras".
"N�o apenas podemos isol�-los do sistema financeiro americano e congelar seus ativos, como tamb�m podemos lhes causar s�rias dificuldades para conseguir um banco onde depositar seu dinheiro", amea�ou o funcion�rio.
Ele se gabou de que o Tesouro americano seja "um dos poucos departamentos de Finan�as do mundo a dispor de sua pr�pria ag�ncia de Intelig�ncia".
O subsecret�rio comentou ainda que as ambi��es territoriais do EI seriam "uma carga financeira" para a organiza��o.
"Tentar controlar cidades e territ�rios no Iraque e na S�ria e fornecer um m�nimo de servi�os p�blicos � popula��o que a organiza��o quer dominar custa caro", explicou.
Como exemplo, David Cohen citou o or�amento oficial iraquiano para as prov�ncias atualmente ocupadas pelo EI, que passa de US$ 2 bilh�es.
"Isso supera amplamente a receita do EI (...) Isso significa, simplesmente, que a organiza��o n�o pode dar conta das necessidades mais b�sicas da popula��o que tenta controlar", completou, referindo-se �s condi��es prec�rias de �gua e de energia el�trica em Mossul, no Iraque.
Em rela��o aos sequestros, Cohen repetiu que o EI conseguiu "pelo menos US$ 20 milh�es com resgates este ano". Por isso, pediu a todos os pa�ses que se neguem a pagar resgates e lamentou que, na �ltima primavera, o EI tenha recebido "pagamentos de milh�es de d�lares" em troca da liberta��o de jornalistas e de cidad�os de diferentes pa�ses europeus mantidos como ref�ns.
