O Senado do Paraguai rejeitou e arquivou nesta quinta-feira um pol�mico projeto de lei apresentado pela minoria de esquerda sobre discrimina��o sexual, ap�s quatro horas de intenso debate e manifesta��es a favor e contra nas proximidades do Congresso.
Por 21 votos a 17, uma absten��o e seis aus�ncias, o projeto de lei foi arquivado. "A maioria considerou que a lei em quest�o � a porta de entrada para o matrim�nio gay, a legaliza��o do aborto e a marginaliza��o das institui��es religiosas muito arraigadas no pa�s", disse o senador governista Manuel B�beda.
O autor da proposta, Carlos Filizzola, um m�dico pertencente ao movimento de esquerda liderado pelo ex-presidente e ex-padre cat�lico e hoje senador Fernando Lugo, disse que seu projeto "n�o fala de aborto nem de casamento gay".
Filizzola lamentou que o Paraguai "seja o �nico pa�s da regi�o que n�o tem uma lei contra a discrimina��o".
Sua colega, tamb�m m�dica, Esperanza Mart�nez, defendeu os homossexuais e criticou os l�deres religiosos que promoveram uma mobiliza��o nacional para repudiar a lei.
"A homossexualidade est� em todas as partes. Basta de hipocrisia, de gente fan�tica religiosa", enfatizou.
Ela disse que o projeto apresentado por seu grupo pol�tico "� favor�vel � pacifica��o social entre paraguaios".
"Estamos esperando que aconte�am desgra�as para legislar?!" - perguntou ao plen�rio.
O senador governista Carlos N��ez criticou a lei e afirmou que deseja que "a menina seja educada como menina e o homem como homem".
A Confer�ncia Episcopal Paraguaia (CEP), que re�ne bispos cat�licos, advertiu em um comunicado distribu�do antes da plen�ria que o Estado "tem a obriga��o legal e moral de velar pelos direitos da fam�lia e das pessoas, salvaguardando sua dignidade e sua integridade".
"N�o se podem abrir resqu�cios legais que desrespeitem os valores sobre os quais se baseia a na��o paraguaia e que tem a fam�lia como seu n�cleo fundacional e fundamental", enfatizou a mensagem eclesi�stica.
O comunicado diz ainda que o projeto viola preceitos constitucionais que regem a vida institucional do pa�s.
No per�odo legislativo anterior a mesma lei j� havia sido rejeitada.