Paris revelou nesta quarta-feira a identidade de um segundo franc�s entre os carrascos que participaram da decapita��o de 18 prisioneiros s�rios divulgada em um v�deo do grupo jihadista Estado Isl�mico (EI), e anunciou o refor�o de seu esquema militar perto do local das opera��es no Iraque.
Nesta ter�a, um suicida detonou um carro-bomba na regi�o aut�noma do Curdist�o iraquiano, em guerra contra os jihadistas, matando quatro pessoas. A Fran�a j� havia confirmado na segunda-feira a presen�a de um jovem franc�s de 22 anos, Maxime Hauchard, no v�deo de propaganda do EI que mostra a execu��o de 18 s�rios e a cabe�a do ref�m americano Peter Kassig.
Mickael dos Santos "� conhecido por seu envolvimento com o terrorismo na S�ria e por seu comportamento violento exibido nas redes sociais", declarou o primeiro-ministro franc�s, Manuel Valls. Ele informou que "mais de mil" franceses fazem parte do movimento extremista na S�ria. Entre eles, "cerca de cinquenta" foram mortos nos combates.
Efeito de horror
Al�m dos dois franceses, os outros 16 combatentes que aparecem no v�deo ainda n�o foram identificados. Alguns possuem tra�os ocidentais ou asi�ticos. Um jornal belga informou sobre a poss�vel presen�a no grupo de um belga que deixou seu pa�s para se juntar aos jihadistas em outubro de 2012, mas as autoridades n�o confirmaram essa informa��o.
O v�deo tamb�m mostra um homem que poderia ser o brit�nico apelidado de "Jihadi John" pela m�dia brit�nica, e que aparece mascarado tendo a cabe�a decepada de Peter Kassig aos seus p�s. Esse homem � considerado o suposto assassino dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff e dos agentes humanit�rios brit�nicos Alan Henning e David Haines.
Para o presidente franc�s, Fran�ois Hollande, o EI tenta "criar um efeito de horror" com essa mensagem: "Vejam (...) do que seus cidad�os seriam capazes". Os convertidos representam 20% dos jihadistas franceses que s�o, em sua grande maioria, recrutados na internet, de acordo com fontes da intelig�ncia francesa.
Ataque suicida
O EI espalha terror nos territ�rios sob seu controle no Iraque e na S�ria. Nesta quarta-feira, um atentado suicida matou quatro pessoas, incluindo dois policiais em Erbil, capital do Curdist�o iraquiano.
O suicida jogou seu ve�culo contra o principal posto de controle na estrada que leva � sede do governo nessa cidade no norte do Iraque.O ataque n�o foi reivindicado, mas o tipo de opera��o � o mesmo dos atentados cometidos por grupos armados extremistas sunitas no Iraque, incluindo o EI.
As for�as de seguran�a curdas enfrentam o EI sozinhas ou ao lado das tropas federais iraquianas. Os extremistas tomaram em junho grandes faixas de terra ao norte de Bagd�, algumas muito pr�ximas ao Curdist�o. Alguns peshmergas, como s�o conhecidos os combatentes curdos iraquianos, tamb�m foram enviados recentemente � cidade curda s�ria de Kobane, para ajudar em sua defesa contra o EI.
O EI, no entanto, come�a a sofrer derrotas, particularmente no Iraque. Com o apoio dos ataques a�reos da coaliz�o internacional e a ajuda de mil�cias e membros de tribos, as for�as iraquianas avan�aram na semana passada frente aos jihadistas, rompendo o cerco � maior refinaria de petr�leo do pa�s, depois de ter reconquistado a cidade de Baiji e uma barragem ao norte de Bagd�. Enquanto isso, o presidente americano Barack Obama anunciou uma "nova fase" nesta guerra com o envio de mais 1.500 conselheiros, que se somar�o ao contingente americano j� presente no pa�s, de onde os militares americanos tinham se retirado no final de 2011.
Descartando o envio de tropas terrestres, os Estados Unidos e seus aliados da coaliz�o aumentaram recentemente a frequ�ncia de seus ataques a�reos contra os jihadistas. A Fran�a, que participa nas opera��es no Iraque, realizou novos ataques contra posi��es do EI e anunciou o refor�o de seu esquema militar na regi�o, sem confirmar o envio de seis bombardeiros Mirage � Jord�nia, como havia sido anunciado pela imprensa.
At� o momento, Paris participa das opera��es com nove ca�as Rafale baseados nos Emirados �rabes Unidos. Segundo o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que a coaliz�o internacional gostaria que participasse mais ativamente da luta contra os jihadistas, os Estados Unidos n�o atenderam �s condi��es impostas por Ancara. A Turquia quer, entre outras medidas, a cria��o de uma zona de exclus�o a�rea na fronteira com a S�ria.