Um museu da cidade su��a de Berna informou nesta segunda-feira que aceitar� a cole��o de arte do alem�o Cornelius Gurlitt, um tesouro de mais de 1.000 obras, algumas delas roubadas dos judeus pelos nazistas, que ser�o devolvidas a seus leg�timos herdeiros.
As obras roubadas ou de origem duvidosa da cole��o ser�o conservadas a princ�pio na Alemanha e as que n�o foram espoliadas dos judeus ser�o transferidas para Berna.
Christoph Schaeublin, presidente da Funda��o do Museu de Belas Artes de Berna, informou em Berlim que trabalhar� com as autoridades alem�s para que "todas as obras roubadas da cole��o sejam devolvidas aos propriet�rios".
"O Conselho da Funda��o do Museu de Berna decidiu em uma reuni�o celebrada em 22 de novembro aceitar a heran�a de Cornelius Gurlitt, como desejava em seu testamento", afirmou Sch�ublin.
O acordo, assinado entre Alemanha, a regi�o da Baviera e o Museu de Berna, � "uma boa solu��o", uma etapa importante" no trabalho que a Alemanha realiza sobre seu passado nazista, declarou a secret�ria alem� de Cultura, Monika Grutters.
A Alemanha est� "disposta a restituir imediatamente" tr�s obras de arte saqueadas de judeus, incluindo um quadro de Matisse, roubado do marchand Paul Rosenberg, av� da jornalista francesa Anne Sinclair, ex-esposa do ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Khan.
Na heran�a de Gurlitt est�o obras de Picasso, Monet e Chagall, que foram descobertas por acaso em 2012 no apartamento do alem�o em Munique.
O valor da heran�a � calculado em dezenas de milh�es de euros, segundo a imprensa alem�.
Uma prima de Cornelius Gurlitt, Uta Werner, 86 anos, reclamou na justi�a a heran�a.
Gurlitt, que morreu em maio aos 81 anos, era filho de um marchand que recebeu de Hitler a miss�o de saquear as obras de museus e colecionadores judeus, muitos deles mortos nas c�maras de g�s.
Durante uma inspe��o fiscal de rotina, as autoridades localizaram o tesouro de 1.280 obras no abarrotado apartamento de Gurlitt.
Mais de 300 obras tamb�m foram encontradas em uma casa em ru�nas de Gurlitt em Salzburgo (oeste da �ustria).
Apesar de Gurlitt nunca ter sido acusado pela justi�a, as autoridades alem�s confiscaram todas as obras de Munique e as transportaram para um local secreto.
Mesmo com o acordo entre as tr�s partes, o destino da heran�a de Gurlitt ainda pode ser objeto de debate.
O presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald Lauder, declarou recentemente � revista alem� Der Spiegel que o museu su��o n�o deveria aceitar a heran�a.
"Abrir� uma caixa de Pandora e provocar� uma avalanche de demandas", advertiu Lauder.