Um v�deo que mostra um agente da pol�cia matando um menino negro de 12 anos que segurava uma arma de brinquedo pode provocar novos protestos em Ferguson, cidade ainda abalada pelo caso Brown.
O v�deo registrado por uma c�mera de vigil�ncia mostra o policial disparando contra o menino segundos depois de chegar a um parque de Cleveland, no estado de Ohio (norte dos Estados Unidos), alertado por uma chamada de emerg�ncia.
A televis�o americana tamb�m divulgou um registro desta chamada na qual o homem que faz a den�ncia afirma claramente que a arma empunhada pelo menino provavelmente era uma imita��o.
Os dois policiais enviados ao local n�o receberam esta informa��o.
O v�deo foi divulgado na quarta-feira, quando a situa��o em Ferguson parecia se acalmar ap�s os dist�rbios provocados no in�cio da semana pela pol�mica decis�o de um j�ri, que depois de tr�s meses de delibera��es concluiu que o policial Darren Wilson agiu em leg�tima defesa quando atirou em agosto doze vezes contra Michael Brown, um jovem negro.
Segundo a vers�o do policial, Brown deu um soco em seu rosto antes de fugir a p�.
A decis�o do j�ri n�o desencadeou a ira apenas em Ferguson, um sub�rbio de Saint Louis (Missouri, centro) de maioria negra, mas tamb�m em 170 cidades dos Estados Unidos, onde se multiplicaram as exig�ncias contra o uso discriminat�rio da for�a por parte da pol�cia contra membros de minorias.
O Escrit�rio de Estat�sticas Judiciais identificou nos Estados Unidos 2.931 assassinatos vinculados a pris�es entre 2003 e 2009, e em quase todos os casos as v�timas s�o homens. Os negros representam 32%, embora constituam apenas 13% da popula��o.
Os protestos realizados por todo o pa�s foram em sua maioria pac�ficos, mas em alguns estados terminaram com deten��es. Em Los Angeles, 180 pessoas foram presas pela pol�cia por terem bloqueado uma estrada, e outras dez foram detidas em Nova York.
Na madrugada desta quinta-feira apenas algumas pessoas faziam uma vig�lia em frente � delegacia de pol�cia de Ferguson, um n�mero bem menor que nas noites anteriores, constatou um jornalista da AFP.
No �mbito do Dia de A��o de Gra�as - uma festa que re�ne todos os anos as fam�lias americanas na quarta quinta-feira de novembro - os pais de Brown viajaram a Nova York para acompanhar uma cerim�nia com os familiares de duas recentes v�timas negras de viol�ncia policial.
Convidados pela Rede de A��o Nacional do reverendo Al Sharpton, Michael Brown pai e Lesley McSpadden chegaram � sede desta organiza��o localizada no Harlem, um tradicional bairro da comunidade afroamericana no norte de Manhattan.
Junto a eles estavam os pais de Akay Gurley, um jovem negro de 28 anos abatido na semana passada por um policial no Brooklyn (sudeste), e de Eric Garner, de 43 anos e morto em 17 de julho deste ano por oficiais que tentavam cont�-lo em Staten Island (sul).
"Espero que os Estados Unidos se deem conta da dor destas fam�lias", disse Sharpton, pedindo que estas tr�s mortes n�o sejam em v�o, antes do in�cio da breve ora��o por ocasi�o do Dia de A��o de Gra�as, comemorado nesta quinta-feira.
Enquanto isso, grupos de celebridades e ativistas pediram o boicote do dia de ofertas comerciais que segue o Dia de A��o de Gra�as, a chamada "Black Friday", na qual as lojas oferecem grandes descontos sobre os produtos mais procurados para o Natal, e quando normalmente os americanos saem fren�ticos �s compras.
A atriz Kat Graham ("The Vampire Diaries"), que conta com mais de dois milh�es de seguidores no Twitter, e o comediante Jesse Williams, da popular s�rie de televis�o "Grey's Anatomy", compartilharam imagens com um apelo a "n�o gastar nem um centavo"(#notonedime).
"Temos o poder de mudar esta na��o. Apoie #boycottBlackfriday", escreveu Kat Graham no Twitter.