Seis presos de Guant�namo - quatro s�rios, um palestino e um tunisiano - chegram na madrugada deste domingo ao Uruguai, que os recebeu como refugiados ap�s deixarem a pris�o militar americana para o Uruguai, informou neste domingo o Pent�gono.
O governo uruguaio confirmou neste domingo a chegada de seis presos de Guant�namo a Montevid�u na qualidade de refugiados e prometeu um "profundo apego" �s normas do direito humanit�rio, informou por comunicado a chancelaria do pa�s.
"O Uruguai recebe seis pessoas que se encontravam privadas de liberdade na pris�o da Base Naval da Ba�a de Guant�namo e manter� em rela��o a eles o profundo apego �s normas de prote��o internacional humanit�ria, de acordo com a solicita��o de ref�gio", destacou a nota.
Isto significa que vai se "salvaguardar o direito � privacidade" dos refugiados, disse � AFP uma alta fonte do governo, que se negou a dar maiores detalhes sobre a opera��o de chegada.
Os agora refugiados s�o o tunisiano Abdul Bin Mohammed Abis Ourgy, o palestino Mohammed Tahanmatan e os s�rios Ahmed Adnan Ahjam, Ali Hussain Shaabaan, Omar Mahmoud Faraj e Jihad Diyab, que fazia greve de fome e recorreu � justi�a americana para fazer valer o direito a n�o ser alimentado � for�a.
A administra��o Obama foi orientada por um juiz federal de Washington de tornar p�blicas as grava��es de v�deo da alimenta��o for�ada de Diyab, at� ent�o confidenciais, mas as autoridades americanas rejeitaram esta publica��o e planejam entrar com um recurso.
Os rec�m-libertados t�m entre 30 e 40 anos e faziam parte do primeiro grupo de presos que chegou a Guant�namo em 2002, quando os Estados Unidos abriram a pris�o no �mbito de sua declarada "guerra ao terror", ap�s os atentados de 11 de setembro de 2001.
A chegada em solo uruguaio se deu em meio a uma estrita opera��o de seguran�a, que incluiu uma caravana de 20 ve�culos, segundo imagens exibidas na internet do site informativo Subrayado.
Segundo o site, que citou fontes, "� primeira vista, (os refugiados) n�o mostraram sinais de desnutri��o e foram vistos sorridentes ao descer do avi�o na Base A�rea" em Montevid�u.
Todos foram levados ao Hospital Militar da capital uruguaia para fazer check-ups m�dicos, acrescentou.
Segundo o pr�prio presidente Mujica, eles ser�o completamente livres no Uruguai.
"Eles v�m em car�ter de refugiados e o primeiro dia que queiram partir, poder�o partir", disse o presidente na sexta-feira � emissora estatal uruguaia de TV TNU, acrescentando que Guant�namo "n�o � uma pris�o, � um cativeiro".
Os seis homens, que receberam "aprova��o para transfer�ncia" perante as autoridades americanas, deixaram a base americana na Ba�a de Guant�namo, localizada em Cuba, a bordo de um avi�o da For�a A�rea dos Estados Unidos � meia-noite (03h00 de Bras�lia) deste domingo, informou mais cedo � AFP um porta-voz do Pent�gono, Myles Caggins.
Avan�o para o fechamento de Guant�namo
Esta nova transfer�ncia ocorre ap�s a liberta��o de sete prisioneiros em novembro, enquanto Barack Obama est� comprometido com o fechamento deste centro de deten��o pol�mico antes do final de seu mandato, em janeiro de 2017.
Depois de 13 anos, restam agora 136 detidos em Guant�namo, a maioria dos quais n�o foram acusados ou levados a julgamento. Sessenta e seis foram considerados "libert�veis" pelas sucessivas administra��es de George W. Bush e Barack Obama.
No total, 19 presos foram repatriados ou enviados a um terceiro pa�s desde o in�cio do ano, em um esfor�o evidente do governo atual de acelerar as liberta��es a fim de esvaziar a pris�o e fech�-la, como Obama prometeu fazer diversas vezes.
"Estamos muito gratos ao Uruguai por esta importante a��o humanit�ria e ao presidente (Jos�) Mujica por seu papel fundamental no fornecimento de asilo aos indiv�duos que n�o podem regressar ao seu pr�prio pa�s", declarou � AFP o enviado especial da Presid�ncia americana, Cliff Sloan, respons�vel pelo fechamento de Guant�namo.
"O apoio que recebemos de nossos amigos e aliados � fundamental para alcan�ar o nosso objetivo comum de fechar Guant�namo, e esta transfer�ncia � um passo importante em nossos esfor�os para fechar esta infraestrutura", acrescentou em um e-mail.
Ex-guerrilheiro de extrema esquerda, Jos� Mujica, que deixar� o cargo em mar�o para abrir caminho a Tabar� Vazquez, do mesmo partido, concordou em aceitar os prisioneiros sob o estatuto de refugiados.
Mas esta transfer�ncia, prevista deste agosto, foi adiada por motivos pol�ticos no Uruguai e, finalmente, aconteceu exatamente uma semana ap�s a elei��o presidencial no pa�s.
Durante a campanha eleitoral que culminou no �ltimo domingo com a vit�ria em segundo turno de V�zquez, Mujica procurou abafar a controv�rsia em torno desta medida, afirmando que seria discutido com o pr�ximo governo.