As embaixadas dos Estados Unidos amanheceram em alerta m�ximo por poss�veis repres�lias ante a divulga��o nesta ter�a-feira de uma investiga��o sobre as brutais t�cnicas de tortura que a CIA utilizou para interrogar suspeitos ap�s os atentados de 2001. Funcion�rios da Casa Branca confirmaram que o documento sobre a investiga��o promovida pelo Senado e realizada entre 2009 e 2012 ser� finalmente publicado nesta ter�a-feira, embora o secret�rio de Estado, John Kerry, tenha advertido na semana passada sobre o impacto negativo que pode ter para os interesses americanos ao redor do planeta.
Os suspeitos foram submetidos a t�cnicas que inclu�am o afogamento simulado, mant�-los em posi��es inc�modas, impedi-los de dormir e outros m�todos question�veis que foram aplicados tanto em centros de deten��o clandestinos geridos pela CIA ou na base militar que os Estados Unidos habilitaram na ba�a de Guant�namo, na ilha de Cuba.
Desde que chegou ao poder, em 2009, o presidente Barack Obama tentou se distanciar das estrat�gias aplicadas pelo governo de seu antecessor. Em agosto, ao se referir ao conte�do do relat�rio, o presidente disse que � preciso reconhecer que "torturamos algumas vezes". "O presidente considera que � importante que (o relat�rio) seja publicado para que os americanos e as pessoas do mundo inteiro possam entender exatamente o que aconteceu", explicou Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca.
O porta-voz tamb�m reconheceu na segunda-feira que foram tomadas medidas prudentes para refor�ar a seguran�a nas instala��es dos Estados Unidos e nas miss�es diplom�ticas no exterior para prevenir poss�veis rea��es raivosas pela divulga��o do conte�do.
O relat�rio da investiga��o confidencial foi aprovado pela comiss�o de investiga��o do Senado em dezembro de 2012 e seus membros votaram em abril a favor de tornar p�blica a divulga��o de um resumo de quase 500 p�ginas. Mas a publica��o deste documento foi adiada devido �s diverg�ncias que surgiram entre a Casa Branca e os congressistas sobre o volume de dados que precisavam ser omitidos no texto final, como, por exemplo, os nomes secretos dos agentes da CIA ou de pa�ses e autoridades que cooperaram com os Estados Unidos na chamada "guerra contra o terrorismo".
L�deres do opositor partido republicano questionaram a conveni�ncia da divulga��o e o custo excessivo do documento, que representou um gasto de 40 milh�es de d�lares para os contribuintes americanos.
Dick Cheney, que foi vice-presidente de Bush, inclusive defendeu vigorosamente a crueldade das t�cnicas utilizadas para interrogar os suspeitos, argumentando que elas eram totalmente justificadas e necess�rias para obter informa��o que permitisse salvar a vida de americanos e de outras pessoas no mundo que pudessem ser afetadas por ataques terroristas da Al-Qaeda. "Trata-se de um programa que foi autorizado (...) e foi examinado do ponto de vista legal pelo departamento de Justi�a", disse Cheney ao jornal The New York Times.
