
Um policial matou um jovem negro armado em um posto de gasolina perto Saint Louis, estado do Missouri, anunciou nesta quarta-feira a for�a de seguran�a, j� questionada por incidentes letais que provocaram uma grande revolta nos Estados Unidos. O tiroteio aconteceu na ter�a-feira � noite em Berkeley, uma localidade pr�xima de Ferguson, onde explodiram os dist�rbios em novembro depois da decis�o de um grande j�ri de n�o processar um policial branco que matou Michael Brown, um afro-americano de 18 anos que n�o estava armado.
A pol�cia do condado de Saint Louis afirma em um comunicado que um oficial da cidade de Berkeley "deu v�rios tiros" depois que um homem "sacou uma arma e apontou para o oficial", durante uma patrulha de rotina �s 23H15 locais. "Temendo por sua vida, o oficial de Berkeley deu v�rios tiros, atingindo o indiv�duo e ferindo de maneira mortal", afirmou o porta-voz da pol�cia, Brian Schellman. A pol�cia de St. Louis anunciou nesta quarta-feira que abriu uma investiga��o e tem uma grava��o do v�deo da c�mera de seguran�a, que ser� apresentado em uma entrevista coletiva.
As autoridades anunciaram que recuperaram uma arma depois do incidente, que est� sendo investigado. O segundo suspeito fugiu do local. Segundo as autoridades, o jovem morto ainda n�o foi identificado, mas a imprensa local informou, com base no depoimento de uma mulher que afirmou ser a m�e da v�tima, que seu nome seria Antonio Mart�n, de 18 anos. "A namorada dele me disse que a pol�cia provocou problemas", disse a mulher, que se apresentou como Toni Martin. "Quando ele tentou levantar e fugir, come�aram a atirar. N�o v�o dizer nada".
Segundo imagens dos canais de televis�o, dezenas de moradores indignados se reuniram rapidamente ao redor do posto de gasolina de Berkeley, para onde tamb�m seguiram outros policiais. De acordo com a imprensa, fogos de artif�cio foram lan�ados contra o posto de gasolina e a pol�cia usou spray de pimenta para dispersar manifestantes revoltados.

Revolta
A atual onda de incidentes teve in�cio com a morte em agosto do jovem Michael Brown, atingido por tiros por um policial branco na cidade de Ferguson, sub�rbio de St. Louis.
A morte de Brown em agosto provocou uma revolta consider�vel no pa�s, particularmente entre a comunidade afro-americana. O policial atirou 12 vezes contra o jovem negro desarmado. A decis�o da justi�a de n�o processar o agente provocou ainda mais revolta em novembro e protestos violentos no pa�s.
V�rias trag�dias recentes do mesmo tipo aumentaram a ira da comunidade negra, que se considera v�tima de racismo por parte da pol�cia.

Em 14 de dezembro, pelo menos 25.000 manifestantes paralisaram v�rios bairros de Nova York e milhares caminharam por Washington para exigir justi�a para os negros assassinados por policiais brancos. A situa��o ficou mais grave no s�bado, quando dois policiais de Nova York morreram em plena luz do dia em sua viatura, quando um homem negro, que depois foi morto, abriu fogo � queima-roupa, em um aparente ato de vingan�a.
Um grupo que combate a viol�ncia policial contra os negros convocou uma grande manifesta��o em Times Square para 31 de dezembro � noite, desafiando a suspens�o solicitada pelo prefeito Bill de Blasio depois da morte dos dois oficiais. "Temos que continuar nossa luta enquanto a pol�cia seguir cometendo estes assassinatos, enquanto o sistema judicial se negar a perseguir e processar todos os policiais assassinos", disse Carl Dix, um dos organizadores do evento.
V�deo pol�mico
A respeito da morte de Michael Brown, a pol�cia de Los Angeles abriu uma investiga��o preliminar sobre uma can��o racista contra o jovem, interpretada por um ex-policial durante um evento de caridade. O site de not�cias sobre celebridades TMZ revelou a exist�ncia de um v�deo filmado durante o jantar organizado por um ex-policial. A can��o diz frase como "Michael Brown � mau" e "seu c�rebro estava espalhado no ch�o".
Segundo o TMZ, "o policial aposentado Joe Myers organizou um torneio de golfe de caridade na semana passada e um jantar pouco depois". Durante o evento, diante de quase 50 pessoas, "Gary Fishell, um detetive particular e ex-policial federal, cantou a m�sica racista".
Um porta-voz da pol�cia de Los Angeles (LAPD) afirmou � AFP que trata de "um detetive aposentado desde 2007 da LAPD" e que a pol�cia abriu uma "investiga��o preliminar para saber se havia policiais da ativa presentes no jantar de caridade e se tiveram um comportamento ruim". Neste caso ser� aberta uma investiga��o oficial.