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Estado de Minas

Charlie Hebdo reabre o debate sobre os limites da liberdade de express�o


postado em 12/01/2015 13:37 / atualizado em 12/01/2015 13:42

O massacre da �ltima quarta-feira na revista sat�rica francesa Charlie Hebdo trouxe � tona o debate sobre os limites da liberdade de imprensa e o direito de ofender. Jornais de R�ssia, China, Mal�sia e de outros pa�ses criticados por reprimir a liberdade de imprensa em diferentes n�veis disseram que a revista francesa cometeu um erro ao publicar charges que podem ser interpretadas como ofensivas por mu�ulmanos.

Ao mesmo tempo, muitas vezes no Ocidente apoiaram de forma inequ�voca a Charlie Hebdo, que n�o apenas ri do Isl�, como tamb�m do cristianismo e do juda�smo, al�m dos pol�ticos de qualquer bandeira. "A mensagem ficou clara (...) o que est� em jogo n�o � apenas o direito que as pessoas t�m de desenhar o que quiserem, e sim que, na sequ�ncia dos atentados, o que desenharem deve ser celebrado e difundido", escreveu Teju Cole na New Yorker sobre os cinco cartunistas da Charlie Hebdo mortos pelos irm�os Said e Cherif Kouachi.

O escritor nigeriano-americano acrescentou que "o fato de condenar estes brutais assassinatos n�o significa que deva justificar sua ideologia". Em um editorial publicado pouco depois do ataque, o jornal brit�nico The Guardian disse: "A chave � a seguinte: o apoio ao direito inalien�vel de uma publica��o formular seus pr�prios julgamentos editoriais n�o te obriga a fazer eco destes julgamentos". "Dito de outra maneira, defender o direito de algu�m de dizer o que quiser n�o te obriga a repetir suas palavras", escreveu o The Guardian, depois que muitos militantes da liberdade de imprensa condenaram jornais ocidentais por n�o publicar os pol�micos desenhos da Charlie Hebdo sobre o profeta Maom�.


O massacre de 12 pessoas no ataque � revista, unido ao assassinato de uma policial e a uma tomada de ref�ns em um mercado judaico onde outras quatro pessoas morreram, levaram �s ruas de Paris um milh�o e meio de pessoas no domingo. Entre os presentes na in�dita marcha havia mais de cinquenta l�deres de todo o mundo.

A foto de fam�lia destes l�deres n�o convenceu a todos. Daniel Wickman, estudante da London School of Economics, publicou uma s�rie de tu�tes muito citados na imprensa nos quais acusa muitos dos l�deres presentes na manifesta��o de ataques � liberdade de imprensa. "Aqui est�o alguns dos firmes defensores da liberdade de imprensa, participando da marcha de solidariedade de Paris no dia de hoje", escreveu o jovem com ironia, citando uma s�rie de deten��es e agress�es a rep�rteres em muitos dos pa�ses representados na manifesta��o.


V�rios jornais asi�ticos, sobretudo em pa�ses com uma ampla popula��o mu�ulmana ou onde o governo exerce a censura, condenaram o massacre na Charlie Hebdo, mas argumentaram que a liberdade de imprensa tem limites. O New Straits Times, o �rg�o de comunica��o angl�fono do governo da Mal�sia, um pa�s de maioria mu�ulmana, publicou nesta segunda-feira um editorial intitulado "Os riscos da liberdade de express�o".

O artigo afirma que a Charlie Hebdo divulgou um discurso incendi�rio, amplificado por "sua posi��o de forte influ�ncia" no mundo midi�tico. "A Charlie Hebdo tinha seguidores e n�o pode difundir impunemente o que equivale a uma mensagem de �dio. O que � uma caricatura do profeta Maom� nu?", se pergunta o New Straits Times. O Global Times da China, um pa�s acusado de reprimir sua minoria mu�ulmana, os uigures, argumentou em seu editorial que "a comunidade internacional deve defender o direito dos editores da revista a sua seguran�a pessoal, o que n�o significa que deva se alinhar com suas controversas vinhetas".


Outros, por sua vez, s�o mais categ�ricos. Art Spiegelman, conhecido por sua hist�ria gr�fica "Maus", sobre o Holocausto, denunciou a hipocrisia de grande parte da imprensa americana por n�o publicar caricaturas da Charlie Hebdo.


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