Cuba completou o processo de liberta��o dos 53 pessoas considerados presos pol�ticos pelos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira o Departamento de Estado, que saudou a iniciativa como "um passo muito positivo" para as rela��es bilaterais.
Dissidentes cubanos n�o puderam confirmar imediatamente as 53 liberta��es, mas tamb�m afirmaram que se trata de uma atitude positiva, enquanto o governo cubano e a imprensa da ilha, sob controle estatal, n�o se pronunciaram sobre o assunto.
"O governo de Cuba nos comunicou que completou a liberta��o de 53 presos pol�ticos que se comprometeu a libertar", disse a porta-voz adjunta do Departamento de Estado, Marie Harf.
"Saudamos este passo muito positivo e estamos satisfeitos que o governo de Cuba tenha cumprido seu compromisso", completou.
Segundo Harf, "a Sess�o de Interesses em Havana p�de verificar a liberta��o dos presos".
O Departamento de Estado n�o revelou os 53 nomes, mas a fonte disse que essas pessoas estavam presas "por exercer direitos internacionalmente protegidos ou a promo��o de reformas pol�ticas e sociais em Cuba".
Essas liberta��es acontecem em meio � decis�o bilateral de reatamento das rela��es diplom�ticas. Mas, embora os Estados Unidos tenham admitido que discutiram a lista dos presos libertados com Cuba, a liberta��o n�o foi o cerne das negocia��es.
"Normaliza��o passa por direitos humanos"
A l�der das opositoras Damas de Branco cubanas, Berta Soler, pediu que os dois governos publiquem a lista dos presos que foram soltos.
"Realmente n�o sabemos quem s�o os 53 libertados. Quarenta e um sa�ram da pris�o. Onde est�o os outros 12? Al�m disso, o governo n�o os libertou, eles sa�ram com liberdade condicional, enquanto que os tr�s espi�es (cubanos) presos libertados pelos Estados Unidos est�o nas ruas sem condi��es, e t�m as m�os manchadas de sangre", declarou Soler � AFP.
"Estou contente que eles estejam na rua, mas n�o foram libertados", acrescentou.
"Acho positivo que essas liberta��es tenham sido feitas, quase em tempo recorde. Na minha opini�o, s�o um sinal de que o governo cubano est� levando a s�rio a normaliza��o das rela��es com os Estados Unidos", disse o dissidente moderado Manuel Cuesta Mor�a.
"Tamb�m acho um sinal importante de que o governo cubano parece entender que o processo de normaliza��o passa pelo tema dos direitos humanos", afirmou Cuesta � AFP.
Nesta mesma segunda-feira, o Departamento de Estado anunciou que a lista com os 53 nomes foi enviada a v�rios legisladores americanos, que poder�o torn�-la p�blica, mas que o governo preferiu n�o divulg�-la.
"N�o queremos dar a impress�o, ao divulgar a lista, de que essas s�o as �nicas pessoas com as quais nos preocupamos, ou que essa � a �nica medida pela qual julgaremos a situa��o dos direitos humanos em Cuba", disse Harf. "Seria incomum publicar essa lista no site do governo americano", explicou.
Melhora gradual das rela��es
Na sexta-feira, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, elogiou "significativa" liberta��o de 35 pessoas nesta semana e adiantou que mais pessoas seriam soltas.
Estados Unidos e Cuba surpreenderam o mundo em 17 de dezembro ao anunciar o fim de mais de 50 anos de enfrentamentos para iniciar um dif�cil e longo processo de normaliza��o das rela��es diplom�ticas.
A iniciativa cubana de libertar essas 53 pessoas constitui o passo mais importante para a hist�rica reuni�o das delega��es de alto n�vel dos dois pa�ses que ser� realizada nos dias 21 e 22 de janeiro em Havana.
A delega��o americana no encontro de 21 e 22 de janeiro ser� encabe�ada pela subsecret�ria de Estado para o Hemisf�rio Ocidental, Roberta Jacobson, que ser� a mais alta autoridade americana a visitar Cuba em d�cadas.
O chefe da diplomacia americana, John Kerry, adiantou que quer ser "o primeiro secret�rio de Estado a viajar para Cuba" desde a ruptura das rela��es em 1961.