A Fran�a tomar� "medidas excepcionais", mas n�o "de exce��o", ap�s os atentados cometidos na semana passada em Paris, garantiu o primeiro-ministro franc�s, Manuel Valls, em pronunciamento na Assembleia Nacional nesta ter�a-feira.
"Uma situa��o excepcional pede medidas excepcionais", alegou Valls, ressaltando que "nunca medidas de exce��o que derroguem os princ�pios do Direito e dos valores".
No discurso, muito aplaudido e elogiado em declara��es posteriores de v�rios representantes da oposi��o � imprensa, Valls pediu aos legisladores a prorroga��o da interven��o militar francesa, "porque nossa miss�o n�o terminou".
"O que temos pela frente �, de fato, uma guerra contra o terrorismo", insistiu.
O premi� Valls afirmou n�o ser partid�rio de medidas que ponham em risco o Estado de direito, no momento em que come�am a se erguer na Fran�a vozes contr�rias a uma vers�o francesa do "Ato Patriota".
Adotado pelos Estados Unidos ap�s os atentados do 11 de setembro de 2001, com o objetivo de aumentar a seguran�a em solo americano, esse conjunto de leis foi duramente criticado por afetar e restringir os direitos civis.
"A melhor resposta ao terrorismo - que quer exatamente quebrar o que somos, ou seja, uma grande democracia - � o direito, � a democracia, � a liberdade, � o povo franc�s", frisou.
"A esta amea�a terrorista, a Rep�blica d� e dar� respostas em seu solo nacional. Tamb�m vai d�-las l�, onde grupos terroristas se organizam para nos amea�ar", disse.
Valls lembrou que "a blasf�mia" n�o � crime na Fran�a e "nunca ser�" e esclareceu que o pa�s est� "em guerra contra o terrorismo, o jihadismo e o islamismo radical", n�o contra uma religi�o.
"A Fran�a n�o est� em guerra contra o Isl� e os mu�ulmanos", ressaltou, diante dos deputados, ap�s os atentados entre a quarta e a sexta-feira da semana passada, os mais letais no pa�s em mais de meio s�culo.
Fran�a mant�m combate ao EI
Nesta sess�o, Manuel Valls apresentou as primeiras medidas do governo para intensificar a seguran�a frente � amea�a de atentados e defendeu o refor�o dos "servi�os de Intelig�ncia Interna e da jurisdi��o antiterrorista".
Valls anunciou que o governo est� preparando medidas para intensificar a seguran�a online e nas redes sociais, "usadas mais do que nunca para o doutrinamento, os contatos e as t�cnicas" para cometer atentados.
Entre as medidas, Valls falou de um dispositivo franc�s para organizar um sistema europeu de troca de dados de passageiros europeus do transporte a�reo.
O premi� anunciou ainda a prepara��o de um "novo banco de dados" para as pessoas condenadas por "terrorismo", ou para "membros de um grupo de combate", que ficar�o sujeitas a esse controle.
Depois do discurso de Valls, a Assembleia Nacional, C�mara baixa do Parlamento franc�s, aprovou por ampla maioria a manuten��o das opera��es militares no Iraque no combate � organiza��o extremista Estado Isl�mico.
No total, 488 deputados se declararam a favor; um, contra; enquanto 13 se abstiveram de votar, principalmente aqueles da Frente de Esquerda (esquerda radical).
No in�cio da sess�o, deputados e ministros homenagearam as 17 v�timas dos atentados e entoaram o hino nacional.
Mais um dia de homenagens
Em cerim�nia solene nesta ter�a aos tr�s policiais mortos nos ataques, o presidente franc�s, Fran�ois Hollande, afirmou que "a amea�a ainda est� a�", procedente "do exterior" e "do interior".
Mas, frisou, "nossa grande e bela Fran�a nunca se quebra, n�o cede nunca, n�o se inclina jamais", proclamou Hollande.
"Morreram para que n�s possamos viver livres", completou o presidente, lembrando dos agentes mortos, incluindo o policial mu�ulmano Ahmed Merabet.
Merabet foi enterrado no in�cio da tarde de hoje (hor�rio local), no cemit�rio mu�ulmano de Bobigny, no sub�rbio de Paris. V�rias pessoas acompanharam o cortejo. O caix�o seguiu coberto com a bandeira da Fran�a.
Na pr�xima semana, haver� uma homenagem nacional a todas as v�timas no Pal�cio dos Inv�lidos, em Paris.