
Ap�s o fuzilamento do brasileiro, a presidente Dilma Rousseff se disse “consternada” e “indignada” e convocou para consultas o embaixador do Brasil em Jacarta. No meio diplom�tico, a medida representa uma esp�cie de agravo ao pa�s no qual est� o embaixador. J� o ministro das Rela��es Exteriores, Mauro Vieira, disse que a execu��o causa “uma sombra” na rela��o entre o Brasil e a Indon�sia.
Em nota, a organiza��o n�o governamental Anistia Internacional considerou um “retrocesso “ a execu��o de Marco Archer e de mais cinco traficantes de drogas pela Indon�sia. Eles s�o os primeiros presos executados desde que o presidente Joko Widodo assumiu o cargo. “Este � um retrocesso grave e um dia muito triste. A nova administra��o tomou posse prometendo fazer dos direitos humanos uma prioridade, mas a execu��o de seis pessoas vai na contram�o desse compromisso”, disse o diretor de Pesquisa sobre a Regi�o do Sudeste Asi�tico e Pac�fico da Anistia Internacional, Rupert Abbott.
O carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi o primeiro brasileiro executado por crime no exterior. Archer trabalhava como instrutor de voo livre e foi preso em agosto de 2003, quando tentou entrar na Indon�sia, pelo aeroporto de Jacarta, com 13,4 quilos de coca�na escondidos em uma asa-delta desmontada em sete bagagens. Ele conseguiu fugir do aeroporto, mas foi localizado ap�s duas semanas, na Ilha de Sumbawa. Archer confessou o crime e disse que recebeu US$ 10 mil para transportar a coca�na de Lima, no Peru, at� Jacarta. No ano seguinte, ele foi condenado � morte.
O jornalista Nelson Veiga cobrou medidas duras do governo brasileiro em rela��o � Indon�sia e fez elogios ao amigo. “Ele tinha um cora��o enorme, era uma pessoa maravilhosa que queria retornar para o Brasil e falar para as crian�as que o caminho das drogas s� leva a duas coisas: � morte ou � pris�o. [Ele era] um cara com um carisma t�o grande que os guardas da pris�o emprestavam o celular para ele falar com a gente.”