As medidas de austeridade adotadas em junho de 2011 na Gr�cia para responder � crise da d�vida p�blica aumentaram em um ter�o o n�mero de suic�dios no pa�s - revela um estudo publicado nesta ter�a-feira.
Uma equipe de pesquisadores gregos e americanos estudou as estat�sticas mensais de suic�dios na Gr�cia de 1983 a 2012, comparando-as a datas-chave, como os planos de austeridade adotados a partir de 2008, o ingresso do pa�s na zona euro em 2002, ou a organiza��o dos Jogos Ol�mpicos em 2004.
"Nossa an�lise mostra um aumento significativo dos suic�dios, ap�s os acontecimentos relacionados com a austeridade na Gr�cia", constata o estudo publicado no peri�dico brit�nico BMJ Open.
O an�ncio do governo grego, em junho de 2011, de um segundo pacote de medidas de austeridade - com redu��es salariais e cortes nos gastos com benef�cios sociais - parece ter tido o maior impacto no fen�meno.
O n�mero de suic�dios (de homens e mulheres) aumentou 35,7%, em m�dia, "nos meses que se seguiram a essa data", afirma o principal autor do estudo, Charles Branas.
Os pesquisadores tamb�m observaram o aumento dos suic�dios entre os homens ap�s o in�cio da recess�o grega em outubro de 2008 (+13,1%), assim como em abril de 2012 (+29,7%). Abalou o pa�s o caso de um pensionista que, desesperado com a austeridade, matou-se em uma pra�a de Atenas.
Em maio e julho de 2012, os dados mensais de suic�dios s�o os mais altos observados nos �ltimos 30 anos, com 62 e 64 mortes nesses dois meses, respectivamente.
O menor n�mero de suic�dios coincide com per�odos economicamente favor�veis: fevereiro de 1983 e novembro de 1999 (14 suic�dios).
O professor de Epidemiologia da Universidade da Pensilv�nia (EUA) Charles Branas afirma que n�o s�o apenas as pol�ticas econ�micas que influem nas curvas de suic�dio, mas tamb�m "as mensagens p�blicas" que acompanham essas pol�ticas.
Tanto os pol�ticos quanto a imprensa devem estar conscientes do "impacto negativo potencial para a sa�de p�blica, em particular, nos suic�dios", dessas medidas de austeridade, disse ele � AFP.
O especialista sugere que as pol�ticas de austeridade sejam apresentadas ao p�blico de maneira "menos dram�tica" e que se escolha as pol�ticas "menos dr�sticas", quando tiverem a mesma efic�cia econ�mica.
