O l�der oposicionista venezuelano Leopoldo L�pez completar� na quarta-feira um ano atr�s das grades, acusado de incita��o � viol�ncia nos protestos de 2014, que deixaram 43 mortos, apesar de um organismo das Na��es Unidas ter pedido sua liberta��o.
Em 18 de fevereiro de 2014, seis dias depois das primeiras tr�s mortes nos dist�rbios, L�pez entregou-se � justi�a.
"Se minha pris�o vale para o despertar de um povo (...), valer� a pena minha pris�o infame", disse L�pez durante uma manifesta��o em uma pra�a de Caracas, onde milhares de seguidores o saudaram como um l�der.
Os protestos praticamente di�rios contra a inseguran�a, a infla��o (56,2% em 2013 e 68,5% em 2014) e a escassez mantiveram a Venezuela em suspenso durante quatro meses.
Mas um ano depois, as convoca��es maci�as de opositores ao governo do presidente Nicol�s Maduro foram reduzidas a n�o h� quase nenhum protesto de rua, apesar de a situa��o econ�mica ter piorado.
S� em alguns supermercados e farm�cias foram registrados tumultos e protestos, pois os venezuelanos precisam ficar horas na fila para poder comprar produtos b�sicos.
L�pez deixou de assistir ao seu julgamento, iniciado em julho, quando o tribunal desestimou a resolu��o do Grupo de Trabalho sobre Deten��es Arbitr�rias da ONU, que em 23 de setembro pediu ao governo venezuelano a sua liberta��o.
Apesar de sua aus�ncia, o julgamento seguiu adiante.
Desde que foi detido na pris�o militar de Ramo Verde, a 30 Km de Caracas, o l�der do partido Voluntad Popular s� se expressou em p�blico por escrito e seu rosto s� foi visto em algumas fotografias.
Uma tentativa dos ex-presidentes Andr�s Pastrana (Col�mbia) e Sebasti�n Pi�era (Chile) de visit�-lo na pris�o em 25 de janeiro foi infrut�fera e o presidente Maduro interpretou o ato como um gesto de apoio a "um grupo de extrema direita que desconhece o governo e est� pedindo um golpe de Estado sangrento".
No dia seguinte, o governo colombiano pediu a r�pida liberta��o de L�pez e, em um deslize de linguagem, o vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza, definiu o l�der do Voluntad Popular como "preso pol�tico", uma qualifica��o que foi reiteradamente negada pelo governo.
L�pez pode ser condenado a 10 anos de pris�o pelos crimes de "inc�ndio intencional, instiga��o p�blica, danos ao patrim�nio p�blico e associa��o para delinquir".
Seu advogado, Juan Carlos Guti�rrez, disse � AFP que no ano de pris�o do pol�tico caracterizou-ae pela "sistem�tica viola��o dos direitos fundamentais", entre eles a possibilidade de apresentar provas de sua inoc�ncia.
"O julgamento n�o foi p�blico. Portanto, � nulo", denunciou Guti�rrez, acrescentando que foi impedida a entrada de jornalistas, pol�ticos e, mais recentemente, restringiu-se o acesso a observadores internacionais.
O advogado disse ter havido viola��o da privacidade nas reuni�es que teve com seu cliente, a revis�o de documentos por funcion�rios de intelig�ncia militar e restri��es de visitas a L�pez.
Na semana passada, a organiza��o Human Rights Watch denunciou como "grotesca arbitrariedade" que "homens encapuzados e fortemente armados tenham invadido sua cela com o objetivo de intimid�-lo e castig�-lo. Eles destru�ram seus pertences, o agrediram e o levaram � for�a a uma cela de castigo".
Lilian Tintori, esposa de L�pez, convocou os venezuelanos a se vestirem de branco na quarta-feira como sinal de protesto c�vico.