O ex�rcito canadense reconheceu nesta quinta-feira "um problema ineg�vel de ass�dio sexual e agress�o sexual" em suas fileiras que afeta mulheres e homossexuais, e se comprometeu a atender as conclus�es de uma comiss�o especial que investiga a quest�o.
Ap�s uma extensa pesquisa publicada no ano passado por duas revistas, MacLean e L' Actualit�, o minist�rio da Defesa designou a ex-ju�za da Suprema Corte Marie Deschamps para ficar � frente desta comiss�o.
"Impera um clima de sexualiza��o dentro das For�as Armadas canadenses (...) caracterizado pela prolifera��o de palavr�es ou express�es humilhantes relativas aos corpos das mulheres, piadas de cunho sexual, insinua��es ou coment�rios discriminat�rios relativos �s habilidades das mulheres e car�cias sexuais n�o autorizadas", denunciou a ex-magistrada em um relat�rio de cem p�ginas divulgado nesta quinta-feira.
"Tal comportamento ir� gerar um ambiente hostil para as mulheres e o grupo LGBT (l�sbicas, gays, transexuais, bissexuais) e incentiva atos graves como ass�dio sexual e os incidentes de viol�ncia sexual", ressaltou.
Nem a Defesa nem o relat�rio especial detalham a extens�o do fen�meno, mas oficialmente 178 a��es judiciais de abuso sexual foram arquivadas no per�odo entre 2002 e 2012.
Segundo a revista L'Actualit�, que teve acesso a documentos sens�veis sobre o assunto, uma pesquisa realizada pelo ex�rcito entre mais de 2.200 de seus membros mostrou que uma em cada dez mulheres soldados foi sexualmente agredida no decorrer de 2012.
Isso significaria que a cada ano ocorrem 1.780 casos de viol�ncia sexual nas for�as armadas, uma perturbadora m�dia de cinco casos por dia, segundo a revista.
Pr�ximo � ju�za durante a confer�ncia de imprensa, o chefe do Estado-Maior, Tom Lawson, afirmou que o ex�rcito canadense aceitou as 10 recomenda��es feitas no relat�rio.
"A situa��o vai exigir esfor�os refor�ados nas For�as Armadas canadenses por um longo tempo. N�s n�o estamos falando de dias ou semanas, mas de meses e anos", disse Lawson.
O chefe do Estado-Maior indicou a general de divis�o Christine Whitecross, mulher no mais alto posto das for�as armadas canadenses, para chefiar uma equipe para estudar a forma como outros pa�ses (Austr�lia, Fran�a, Estados Unidos) abordaram e enfrentaram situa��es similares.