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Estado de Minas

Consumo de maconha divide opini�es na Jamaica

Apesar de onipresente no dia a dia da ilha caribenha, a maconha divide visitantes entre os que consomem e os que a rejeitam. Ag�ncia jamaicana evita associar o pa�s � erva


postado em 31/05/2015 06:00 / atualizado em 31/05/2015 08:48

Turista europeia posa para foto diante do mausoléu de Bob Marley, em Nine Mile(foto: Daniel Camargos/EM/DA Press)
Turista europeia posa para foto diante do mausol�u de Bob Marley, em Nine Mile (foto: Daniel Camargos/EM/DA Press)

Montego Bay e Nine Mile (Jamaica)
– Fora dos roteiros oficiais � poss�vel contratar um tour por fazendas com planta��o de maconha, que inclui degusta��o de diferentes tipos de erva e at� de cupcackes preparados com ganja. O passeio � feito por motoristas e podem ter a dura��o de at� um dia. Em Montego Bay, custa US$ 200.


Dois meses ap�s a lei da descriminaliza��o, a ganja � quase onipresente na Jamaica. Na �rea de desembarque do aeroporto de Mobay, como Montego Bay � chamada pelos moradores, o principal ponto de chegada dos turistas ao pa�s, ou na pra�a principal da cidade, a Sam Sharpe Square. Basta olhar para o lado com um jeito de quem procura algo que rapidamente aparece a oferta: “Marijuana? Ganja?”.

No Condado de Sant Ann, pr�ximo a Nine Mile, na beira da estrada, um p� de maconha cresce vicejante fora de qualquer propriedade privada. Nas lojas dos resorts luxuosos � poss�vel encontrar os artefatos necess�rios para enrolar um baseado. S�o vendidos diferentes tipos de sedas (papel para enrolar a erva), dichavadores (usados para triturar a erva e facilitar a feitura do cigarro) e isqueiros com desenhos de folha de maconha.

Apesar do apelo, a Jamaica n�o quer atrair fluxo de turistas apreciadores de Cannabis. “Essa � uma quest�o fora de t�pico, pois brasileiro associa maconha com pobreza e viol�ncia. Nos nossos guias nem abordamos esse assunto”, garante a representante do Jamaica Tourist Board (JTB) no Brasil, Luciana Alonso. Anualmente entre 3,5 mil e 4 mil brasileiros visitam a Jamaica e o JTB – �rg�o vinculado ao Minist�rio do Turismo da Jamaica – estima que esse n�mero pode crescer at� 15% neste ano.

Como não é misturada com qualquer produto químico, a erva é mais pura(foto: Daniel Camargos/EM/DA Press)
Como n�o � misturada com qualquer produto qu�mico, a erva � mais pura (foto: Daniel Camargos/EM/DA Press)
Por�m, a descriminaliza��o n�o deve ter nenhuma influ�ncia. “Nosso p�blico � com maior poder aquisitivo e n�o tem esse interesse”, entende Luciana. O p�blico-alvo do JTB s�o casais em lua de mel que buscam resorts luxuosos nas praias de Montego Bay, Negril e Ocho Rios. “Muitas bandeiras hoteleiras est�o investindo no pa�s e est�o surgindo outras op��es, al�m dos resorts com modalidade all inclusive”, detalha Luciana.

A Holanda, que descriminalizou a maconha em 1976, passou recentemente por altera��es na regulamenta��o. Antes permitia aos turistas a consumirem nos coffeshops. Com a altera��o nas regras, em 2013, a grande maioria dos coffeshops s� permitem a venda para holandeses. Por�m, com receio do impacto da medida na economia do pa�s, algumas cidades, entre elas a capital Amsterd�, seguiram comercializando a erva para turistas. Um em cada tr�s dos 7 milh�es de turistas que visitam Amsterd� anualmente compram maconha em algum coffeeshop da cidade.

Bolinhos preparados com maconha são vendidos em bar por US$ 10 a unidade(foto: Daniel Camargos/EM/DA Press)
Bolinhos preparados com maconha s�o vendidos em bar por US$ 10 a unidade (foto: Daniel Camargos/EM/DA Press)
A estrat�gia do representante do turismo jamaicano no Brasil pode dispensar um mercado volumoso. De acordo com o Levantamento Nacional de �lcool e Drogas, realizado pelo governo federal em parceria com a Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp), 8 milh�es de brasileiros j� fumaram maconha e aproximadamente 1,5 milh�o fuma diariamente.

LIDERAN�A LATINA Al�m de o Uruguai ser o �nico pa�s em que a maconha � legalizada, outros pa�ses latinos como Argentina, Peru e Col�mbia j� descriminalizaram o uso da erva. A postura dos latinos � de vanguarda no debate do assunto. Um dos principais centros de discuss�o � a Comiss�o Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, iniciativa dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, do Brasil; C�sar Gaviria, da Col�mbia; e Ernesto Zedillo, do M�xico, entre outros nomes de peso.

Detalhe de plantação, em fazenda próxima ao Centro de Montego Bay(foto: Daniel Camargos/EM/DA Press)
Detalhe de planta��o, em fazenda pr�xima ao Centro de Montego Bay (foto: Daniel Camargos/EM/DA Press)
O grupo sugere que a sa�da est� em enfocar o consumo de drogas como um tema de sa�de p�blica e em trabalhar na redu��o do uso – o que ajudaria a diminuir a produ��o e a desmantelar redes de traficantes. O tema continua a provocar  debate nos organismos internacionais, como a Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), que prioriza a repress�o para lidar com o tema. O relat�rio Drogas e democracia: rumo a uma mudan�a de paradigma foi apresentado pela comiss�o na sede da ONU e deixou claro que as pol�ticas repressivas de combate �s drogas na Am�rica Latina fracassaram.




A legaliza��o Brasileira

>> O Projeto de Lei (PL) mais recente tratando da legaliza��o da maconha no Brasil � o 7187, do ano passado, apresentado pelo deputado federal Jean Wyllis (PSOL-RJ). O projeto foi anexado a outro j� existente, de autoria do deputado federal Eurico J�nior (PV-RJ). O artigo 7º do PL de Wyllis prev� o plantio, o cultivo e a colheita de plantas de Cannabis destinadas ao consumo pessoal ou compartilhado no domic�lio de at� seis plantas maduras e seis plantas imaturas por indiv�duo. Quem colher at� um m�ximo de 480 gramas, segundo o texto do PL, ficar� isento de registro, inspe��o e fiscaliza��o que o projeto prev�.


>> A proposi��o est� pronta para ser apreciada no plen�rio e prev� ainda, no artigo 8º, a possibilidade clubes de cultivadores, com no m�ximo 45 s�cios e que podem plantar at� 540 plantas, sendo metade madura e outra metade imatura e a colheita anual n�o poder� exceder 21,6 quilos. Na justificativa do projeto, o deputado detalha: “A criminaliza��o n�o produz qualquer benef�cio � sociedade nem sequer naquilo que implicitamente promete. Alguns, ingenuamente, ainda acreditam que a simples proibi��o impede que algu�m fa�a uso de alguma subst�ncia, mas est� provado que isso n�o acontece”.


>> O texto aponta que o consumo de drogas n�o foi reduzido pela criminaliza��o e que o resultado das pol�ticas proibicionistas s�o crime organizado, viol�ncia, corrup��o policial, mortes, criminaliza��o de jovens, pres�dios lotados e drogas de m� qualidade, sem pagamento de impostos. O caminho, segundo justifica o deputado, � outro: “Regular o consumo � tirar o usu�rio recreativo da in�til marginalidade e estigmatiza��o. Regular a venda e permitir a esse usu�rio que produza o suficiente para seu pr�prio consumo � reduzir a influ�ncia do traficante e, portanto, reduzir a viol�ncia, a criminalidade, a marginalidade e a morte. Este projeto d� um primeiro passo nesse sentido, que esperamos n�o seja o �ltimo”.

Veja como os países legislam a respeito da maconha (clique para ampliar)(foto: Arte EM)
Veja como os pa�ses legislam a respeito da maconha (clique para ampliar) (foto: Arte EM)


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