
Montego Bay e Nine Mile (Jamaica) – Fora dos roteiros oficiais � poss�vel contratar um tour por fazendas com planta��o de maconha, que inclui degusta��o de diferentes tipos de erva e at� de cupcackes preparados com ganja. O passeio � feito por motoristas e podem ter a dura��o de at� um dia. Em Montego Bay, custa US$ 200.
Dois meses ap�s a lei da descriminaliza��o, a ganja � quase onipresente na Jamaica. Na �rea de desembarque do aeroporto de Mobay, como Montego Bay � chamada pelos moradores, o principal ponto de chegada dos turistas ao pa�s, ou na pra�a principal da cidade, a Sam Sharpe Square. Basta olhar para o lado com um jeito de quem procura algo que rapidamente aparece a oferta: “Marijuana? Ganja?”.
Apesar do apelo, a Jamaica n�o quer atrair fluxo de turistas apreciadores de Cannabis. “Essa � uma quest�o fora de t�pico, pois brasileiro associa maconha com pobreza e viol�ncia. Nos nossos guias nem abordamos esse assunto”, garante a representante do Jamaica Tourist Board (JTB) no Brasil, Luciana Alonso. Anualmente entre 3,5 mil e 4 mil brasileiros visitam a Jamaica e o JTB – �rg�o vinculado ao Minist�rio do Turismo da Jamaica – estima que esse n�mero pode crescer at� 15% neste ano.

A Holanda, que descriminalizou a maconha em 1976, passou recentemente por altera��es na regulamenta��o. Antes permitia aos turistas a consumirem nos coffeshops. Com a altera��o nas regras, em 2013, a grande maioria dos coffeshops s� permitem a venda para holandeses. Por�m, com receio do impacto da medida na economia do pa�s, algumas cidades, entre elas a capital Amsterd�, seguiram comercializando a erva para turistas. Um em cada tr�s dos 7 milh�es de turistas que visitam Amsterd� anualmente compram maconha em algum coffeeshop da cidade.

LIDERAN�A LATINA Al�m de o Uruguai ser o �nico pa�s em que a maconha � legalizada, outros pa�ses latinos como Argentina, Peru e Col�mbia j� descriminalizaram o uso da erva. A postura dos latinos � de vanguarda no debate do assunto. Um dos principais centros de discuss�o � a Comiss�o Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, iniciativa dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, do Brasil; C�sar Gaviria, da Col�mbia; e Ernesto Zedillo, do M�xico, entre outros nomes de peso.

A legaliza��o Brasileira
>> O Projeto de Lei (PL) mais recente tratando da legaliza��o da maconha no Brasil � o 7187, do ano passado, apresentado pelo deputado federal Jean Wyllis (PSOL-RJ). O projeto foi anexado a outro j� existente, de autoria do deputado federal Eurico J�nior (PV-RJ). O artigo 7º do PL de Wyllis prev� o plantio, o cultivo e a colheita de plantas de Cannabis destinadas ao consumo pessoal ou compartilhado no domic�lio de at� seis plantas maduras e seis plantas imaturas por indiv�duo. Quem colher at� um m�ximo de 480 gramas, segundo o texto do PL, ficar� isento de registro, inspe��o e fiscaliza��o que o projeto prev�.
>> A proposi��o est� pronta para ser apreciada no plen�rio e prev� ainda, no artigo 8º, a possibilidade clubes de cultivadores, com no m�ximo 45 s�cios e que podem plantar at� 540 plantas, sendo metade madura e outra metade imatura e a colheita anual n�o poder� exceder 21,6 quilos. Na justificativa do projeto, o deputado detalha: “A criminaliza��o n�o produz qualquer benef�cio � sociedade nem sequer naquilo que implicitamente promete. Alguns, ingenuamente, ainda acreditam que a simples proibi��o impede que algu�m fa�a uso de alguma subst�ncia, mas est� provado que isso n�o acontece”.
>> O texto aponta que o consumo de drogas n�o foi reduzido pela criminaliza��o e que o resultado das pol�ticas proibicionistas s�o crime organizado, viol�ncia, corrup��o policial, mortes, criminaliza��o de jovens, pres�dios lotados e drogas de m� qualidade, sem pagamento de impostos. O caminho, segundo justifica o deputado, � outro: “Regular o consumo � tirar o usu�rio recreativo da in�til marginalidade e estigmatiza��o. Regular a venda e permitir a esse usu�rio que produza o suficiente para seu pr�prio consumo � reduzir a influ�ncia do traficante e, portanto, reduzir a viol�ncia, a criminalidade, a marginalidade e a morte. Este projeto d� um primeiro passo nesse sentido, que esperamos n�o seja o �ltimo”.