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Estado de Minas

Abelhas da �frica do Sul correm risco de desaparecer


postado em 08/06/2015 17:25

Depois da Europa e dos Estados Unidos, agora � a vez da �frica do Sul se ver amea�ada pelo desaparecimento das abelhas, essenciais para a poliniza��o de muitas esp�cies de plantas necess�rias para o consumo humano.

Um surto de loque americana (AFB, na sigla em ingl�s), uma doen�a bacteriana mortal que afeta as larvas de abelhas, est� devastando as colmeias pela primeira vez na hist�ria recente do pa�s, explica Mike Allsopp, agr�nomo especialista em abelhas de Stellenbosch, a 50 quil�metros de Cape Town.

"� exatamente o que est� acontecendo ao redor do mundo", afirma. Antes as abelhas "eram menos vulner�veis porque n�o estavam estressadas por m�todos de apicultura intensiva, pesticidas e polui��o". Agora se veem afetadas por "press�es e estresse que lhes s�o impostos pelos seres humanos".

Os especialistas temem que a doen�a se espalhe para o norte e depois se alastre pelo resto da �frica, onde a apicultura artesanal � o sustento de centenas de milhares de pessoas.

"� uma bomba. Todas as col�nias examinadas com casos de loque americana morreram", afirma Allsopp.

Brendan Ashley-Cooper ficou preocupado quando em 2009 descobriu a doen�a em suas colmeias. "N�s sab�amos que est�vamos tendo este surto enorme de loque", conta o apicultor de Cape Town. "Eu n�o sabia o que fazer, n�o sabia qual seroa a extens�o do dano. S� estava preocupado com minhas abelhas".

Seis anos depois, o pesadelo se tornou realidade. As colmeias caem umas ap�s as outras.

A loque americana ataca o conjunto de larvas colocado pela abelha rainha, evitando assim a reprodu��o das abelhas oper�rias Quando uma colmeia morre, as abelhas de outras colmeias correm para recuperar o mel contaminado, levando-o para seus pr�prios favos e, assim, espalhando a doen�a.

- Programa de a��o -

Am�rica do Norte e Europa est�o enfrentando a doen�a h� s�culos, mas de acordo com os cientistas as abelhas sul-africanas resistiram at� agora sobretudo gra�as � grande diversidade de abelhas locais. Al�m disso, uma regra que obriga irradiar todos os produtos de colmeia importados para a �frica do Sul tamb�m evitou a contamina��o por um longo tempo.

No entanto, em 2015 a epidemia ganhou terreno. "A loque se propagou maci�amente nos �ltimos cinco meses (durante o ver�o austral), ocupando no oeste do pa�s um territ�rio de 200.000 km2, onde quase todas as colmeias est�o infectadas", lamenta Mike Allsopp.

"A doen�a se espalha rapidamente e continuar� assim a menos que uma interven��o humana consiga control�-la", continua.

Como em todos os lugares, as abelhas n�o s�o apenas produtoras de mel, mas s�o especialmente essenciais para a poliniza��o de centenas de esp�cies de plantas.

"N�s n�o podemos nos dar ao luxo de perdermos nossas abelhas", comenta Allsopp. "N�o s� pelo mel, mas porque temos um setor agr�cola no valor de 20 bilh�es de rands (cerca de 4,8 bilh�es de reais) dependente da poliniza��o das abelhas".

Segundo a ONG Greenpeace, que lan�ou uma campanha para salvar os insetos, cerca de 70% dos cultivos em todo o mundo - de onde prov�m 90% dos alimentos consumidos no planeta - est� polinizado pelas abelhas.

"Temos uma equipe que trabalha atualmente em um programa de a��es que ser� anunciado nas pr�ximas semanas", garante Mooketsa Ramasodi, diretor do minist�rio da Agricultura da �frica do Sul.

O plano do governo prev� limitar a autoriza��o para abrir colmeias, informar amplamente sobre a doen�a e criar padr�es mais elevados de gest�o de colmeias, bem como a realiza��o de an�lises constantes para identificar larvas contaminadas antes de espalhar a doen�a para toda a colmeia.

O uso de antibi�ticos para proteger as colmeias, muito controverso, ser� usado apenas "como �ltimo recurso", explica Ramasodi.

Para o apicultor Ashley-Cooper, estas medidas podem ser insuficientes e chegar muito tarde, em um setor agr�cola onde o costume � n�o intervir e deixar a natureza seguir seu curso. Um m�todo que tinha funcionado at� agora.


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