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Estado de Minas

'Torre Eiffel' amaz�nica estudar� mudan�as clim�ticas na regi�o


postado em 24/08/2015 15:40

Em meio � densa floresta amaz�nica brasileira, emerge uma estrutura met�lica branca e laranja. � uma torre de 325 metros, um a menos que a Eiffel de Paris, que servir� de laborat�rio para estudar as mudan�as clim�ticas neste que � considerado o pulm�o do mundo.

O Observat�rio de Torre Alta da Amaz�nia (ATTO, em ingl�s) se localiza em meio � reserva ecol�gica de Uatum�, a 350 km de Manaus, e � acess�vel ap�s um longo percurso por estradas de terra e navega��o por rio.

Na zona n�o h� cobertura para celulares ou internet, apenas um horizonte verde de floresta sem fim.

No sil�ncio deste local rec�ndito, afastado da civiliza��o, se misturam o som estridente e mon�tono das cigarras com o canto das aves e o zumbido dos demais insetos que predominam nestas terras.

"O fato de estar distante das cidades e, portanto, da influ�ncia humana, garante a coleta de dados relativamente n�o adulterados", explicou Meinrat Andrae, diretor do instituto alem�o Max Planck, que impulsiona o projeto juntamente com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amaz�nia (INPA) e outros centros especializados.

Com 3.000 km de leste a oeste, a floresta amaz�nica � a maior floresta tropical homog�nea do mundo. Devido � sua extens�o, os processos clim�ticos e atmosf�ricos que ocorrem ali podem influenciar outras regi�es do planeta.

"Com esta torre vamos entender melhor qual � o papel da Amaz�nia nestas regi�es florestais, seu efeito no clima local, mas tamb�m global", declarou � AFP o professor Antonio Ocimar Manzi, coordenador do projeto do lado brasileiro, no alto da torre.

Longo prazo

Ningu�m se salva do calor nesta floresta, evidente nos rostos e nas camisas suadas de todos no acampamento. E para desfrutar de uma brisa refrescante, basta apenas subir � torre... Desaconselh�vel para pessoas com vertigem.

Um arn�s (cadeirinha de escalada) � obrigat�rio para subir. S�o mais de 1.000 degraus at� o topo. Na via liberada para a imprensa, o limite permitido foi de 150 metros, que j� permitia dar uma ideia de que realmente se est� no meio do nada.

Este observat�rio clim�tico, o mais alto do mundo, foi inaugurado no s�bado, mas ainda n�o est� em opera��o. At� agora foram realizados alguns testes-piloto, mas no restante do ano ser�o instalados os instrumentos para iniciar um longo caminho de estudos planejados para tr�s d�cadas.

Como funciona a torre? Por que � t�o alta?

As florestas tropicais contribuem para o controle clim�tico do planeta por seu potencial de ganhar e perder grandes quantidades de carbono. Mas com o aumento de 1,5 vez na emiss�o de gases ocorrido durante a segunda metade do s�culo XX, os cientistas se perguntam o que a floresta est� fazendo com este excesso de CO2.

H� outras duas torres em Uatum�, de 50 e 80 metros de altura, que analisam a intera��o da floresta e a atmosfera em um raio de 10 metros.

Com a ATTO, este raio aumentar� 100 vezes, a 1.000 metros.

"Um estudo de longo prazo, de duas ou tr�s d�cadas, determinar� quais ser�o os efeitos que as mudan�as clim�ticas v�o ter sobre estes ecossistemas aqui", explicou Manzi.

Durante um caf�

A ideia surgiu em um caf�... Ou foi um ch�? Jurgen Kesselmeier, coordenador alem�o do projeto, n�o est� certo, mas confirma a conversa. "Est�vamos debatendo em nosso instituto (o Max Planck) e Anrae disse que seria perfeito ter algo como a torre ZOTTO na Sib�ria na regi�o amaz�nica. Disse a ele, 'Excelente, mas quem vai pagar por isso?'", lembrou.

O observat�rio de Zotino (ZOTTO) funciona desde 2003 e estuda as concentra��es de g�s carbono, metano e outros gases de efeito estufa na taiga (floresta boreal) da Sib�ria.

O ATTO custou 26 milh�es de reais (7,4 milh�es de d�lares ao c�mbio atual) e foi financiado em partes iguais pelos governos de Brasil e Alemanha.

Foi constru�do no sul do Brasil e para transferir suas 15.000 pe�as por 4.000 km foram necess�rios 15 dias. Pesa 142 toneladas e est� sustentado por longos cabos de a�o que tamb�m lhe d�o estabilidade.

Kesselmeier disse ser um curioso, como todos os cientistas, e mal pode esperar para devorar estas medi��es di�rias, que tamb�m servir�o para dar recomenda��es �s autoridades com base cient�fica sobre mudan�as clim�ticas, um dos grandes enigmas que a humanidade enfrenta no s�culo XXI.

O rel�gio come�ar� em breve sua contagem regressiva: 30 anos, 11.000 dias ou 254.000 horas. Este trabalho ininterrupto permitir� conhecer melhor a Amaz�nia.

E os resultados, embora apaixonantes, tamb�m podem acender ou confirmar grandes alertas sobre o futuro do planeta.


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