Alguns dissidentes cubanos aproveitaram a chegada do papa Francisco a Cuba para denunciar dezenas de deten��es e de pris�es domicili�rias de opositores ao regime de Ra�l Castro. Hoje (20), o pont�fice celebrou a primeira de tr�s missas previstas na ilha.
A l�der do movimento dissidente Damas de Branco, Berta Soler, disse ter sido detida temporariamente ontem (19), antes da chegada de Francisco. Ela tamb�m disse ter sido presa por algumas horas no dia de hoje, quando se encontrava com mais 22 elementos do movimento e com o seu marido, o ex-preso pol�tico �ngel Moya, para assistir � missa papal.
“Sa�mos da sede do [movimento] 23 Damas de Branco �s 5h da manh� para podermos chegar � pra�a [onde o papa celebrou a missa] e fomos todos presos“, contou Berta Soler a ag�ncias de not�cias por telefone, j� em casa e depois de ter estado detida v�rias horas numa esquadra de Alamar, zona onde mora.
A dissidente acrescentou que recebeu relatos de pris�es semelhantes por parte dos seus companheiros da prov�ncia de Matanzas, Villa Clara, Guant�namo, assim como de Holgu�n e Santiago de Cuba, as outras duas dioceses que o papa Francisco vai visitar durante a sua estadia de quatro dias na ilha.
Soler disse ainda ter sido convidada por um funcion�rio da Nunciatura para saudar a chegada do papa, no s�bado, na embaixada do Vaticano em Havana, onde Francisco est� hospedado nos dois primeiros dias de visita. O movimento Damas de Branco � um grupo formado por mulheres e filhas de 75 homens presos na Primavera Negra de 2003 em Cuba.
Na sua primeira missa em solo cubano, perante milhares de pessoas, o papa Francisco pediu hoje para que se defendam os mais fracos da sociedade. Ele ressaltou que o mais importante “� servir ao povo e n�o �s ideologias”.
“O servi�o nunca � ideol�gico, uma vez que n�o se serve de ideias, mas antes �s pessoas”, disse o papa diante o Presidente de Cuba, Ra�l Castro, e perto do grande s�mbolo exposto neste local: a imagem do l�der revolucion�rio Che Guevara constru�da na fachada do edif�cio do Minist�rio do Interior.
O papa, que seguiu depois no papam�vel para saudar os milhares de presentes, que o aguardavam desde madrugada, disse ainda na sua homilia que o povo cubano “tem voca��o de grandeza” e que deve cuidar sobretudo ao servi�o aos mais fr�geis.