Na ONU, papa Francisco pede medidas efetivas para combater degrada��o ambiental

Nova York, 25 - O papa Francisco conclamou l�deres mundiais reunidos na manh� desta sexta-feira na sede da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) a adotarem medidas efetivas contra a degrada��o ambiental, apontada por ele como um dos fatores respons�veis pela exclus�o econ�mica e uma amea�a � pr�pria sobreviv�ncia da humanidade. Em seu primeiro discurso na entidade, o pont�fice pediu ainda a realiza��o de acordos "fundamentais e eficazes" na Confer�ncia do Clima marcada para dezembro em Paris e defendeu a ideia de que h� um "direito do meio ambiente".

A quest�o ambiental foi o foco do pronunciamento do papa, que dedicou ao tema sua segunda enc�clica, Laudato Si, divulgada em maio. Falando em espanhol a l�deres mundiais reunidos no plen�rio da ONU, Francisco vinculou a preserva��o ecol�gica � limita��o do poder de pa�ses e indiv�duos, nos termos das regras internacionais.

"Um af� ego�sta e ilimitado de poder e de bem-estar material leva tanto ao abuso dos recursos naturais dispon�veis como � exclus�o dos fracos e com menos habilidades", declarou o papa. "Qualquer dano ao ambiente, portanto, � um dano � humanidade."

Reafirmando a vis�o apresentada na Laudato Si, o papa observou que os mais pobres s�o os que mais sofrem em raz�o do processo de degrada��o ecol�gica: "S�o descartados pela sociedade, s�o ao mesmo tempo obrigados a viver do que � descartado e devem sofrer injustamente as consequ�ncias do abuso do ambiente. Esses fen�menos integram a t�o difundida e inconscientemente consolidada 'cultura do desperd�cio'". Segundo ele, "a exclus�o social e econ�mica � uma completa nega��o da fraternidade humana e uma grave ofensa contra os direitos humanos e o meio ambiente".

Francisco exaltou os governantes a irem al�m das declara��es de princ�pios e inten��es e demonstrarem "vontade efetiva, pr�tica, constante" de dar passos concretos e adotar a��es "imediatas" para "preservar e melhorar o ambiente natural e vencer o quando antes o fen�meno da exclus�o social e econ�mica".

Enfatizando o sentido de urg�ncia, o papa afirmou que a crise ecol�gica e a destrui��o de boa parte da biodiversidade � a amea�a � pr�pria sobreviv�ncia humana. "As nefastas consequ�ncias de um desgoverno irrespons�vel da economia mundial, guiado apenas pela ambi��o de lucro e de poder, deve ser um chamado a uma severa reflex�o sobre o homem: 'o homem n�o � apenas uma liberdade que ele cria sozinho. O homem n�o cria a si mesmo. � esp�rito e vontade, mas tamb�m natureza'", observou Francisco, citando seu antecessor, Bento XVI.