Aos 81 anos, Sophia Loren olha para o passado sem arrependimentos: "nunca me perdi de mim", contou a atriz nesta ter�a-feira, durante sess�o em sua homenagem no festival Lumi�re, na cidade francesa de Lyon.
"Nunca me perdi de mim mesma, sempre resisti, lutei", porque "na minha fam�lia eu tive uma vida muito dura, n�o tive pai (...) batalhei muito. E acredito que Deus, digamos assim, me ajudou muito", confessou a diva do cinema italiano. "Sempre fiz as coisas bem, da melhor maneira poss�vel, como uma menina que vai � escola e que tem que fazer bem suas tarefas. E pouco a pouco me tornei, como dizem, algu�m", analisou a atriz, acompanhada do filho, Edoardo Ponti.
Ela falou sobre fam�lia, a vida ao lado de Carlo Ponti, produtor italiano 22 anos mais velho do que ela, "o homem da minha vida, aquele que realmente me compreendeu, me acompanhou". E depois, passou a limpo sua carreira.
Segundo Loren, quando Charlie Chaplin "bateu na minha porta, eu me tremia toda". O fato de Chaplin ter oferecido a ela um papel no filme "A condessa de Hong Kong", para ela, "foi realmente mais valioso do que um Oscar".
Ao falar sobre Marlon Brando, tergiversou. "Era um grande ator, mas um pouco...n�o posso dizer tudo". Marcello Mastroianni, seu parceiro em in�meros filmes, "era como se fosse da fam�lia". "Quando ele morreu, foi-se embora um bom peda�o de mim mesma".
E com muito senso de humor, ao ser perguntada se considera-se uma cin�fila, respondeu: "s� vou �s estreias dos meus filmes", confessou a diva, levando a plateia ao del�rio. "Estou envergonhada", brincou.
Entre seus filmes preferidos, cita "Um dia muito especial", de Ettore Scola e "Duas Mulheres", de Vittorio de Sica, que lhe rendeu o Oscar em 1962, o primeiro de sua carreira e tamb�m o primeiro atribu�do a um filme n�o-anglof�nico. Dois filmes aclamados nos quais ela incarna a mulher do povo, nua e crua, ecoando sua inf�ncia napolitana.
Atendendo aos pedidos de aut�grafo de bom grado, Sophia Loren, que hoje em dia mora na Su��a e � presen�a rara nos eventos da s�tima arte, foi embora ovacionada pouco antes da estreia do filme de Vittorio de Sica.
