
Acidente ou atentado? As investiga��es foram iniciadas neste domingo para determinar as causas da queda do avi�o que transportava turistas russos no deserto do Sinai eg�pcio, onde o per�metro das buscas foi estendido para encontrar os corpos dos 224 ocupantes.
O presidente eg�pcio, Abdel Fattah al-Sissi, pediu para que todos esperem os resultados da investiga��o antes de evocarem poss�veis raz�es para a trag�dia."Nesse tipo de caso, � preciso deixar trabalhar os especialistas e n�o evocar as causas da queda do avi�o, porque isso est� sendo investigado", declarou, citado pela ag�ncia de not�cia Mena. R�ssia declarou um dia de luto nacional e abriu uma investiga��o contra o operador tur�stico.
As autoridades eg�pcias anunciaram no s�bado ter encontrado destro�os e v�rios corpos em um per�metro que se estende ao longo de 8 km, o que, segundo os especialistas, indica a priori que o Airbus A321-200 da companhia russa Metrojet n�o tocou o solo inteiro, mas se deslocou ou explodiu ainda em voo.

O raio das buscas foi estendido neste domingo para 15 km, segundo um oficial militar envolvido nas opera��es a partir de uma base militar em Al-Hassana, no centro da prov�ncia do Norte do Sinai, a cerca de 60 km do local da queda.
De acordo com este oficial, que pediu para n�o ser identificado, 163 corpos foram encontrados dos 217 passageiros e sete tripulantes. "N�s encontramos o corpo de uma menina de 3 anos a 8 km" de onde a maior parte dos destro�os do avi�o caiu, informou.
O avi�o decolou na madrugada de s�bado do resort de Sharm el-Sheikh e seguia para S�o Petersburgo. O contato com a aeronave foi perdido 23 minutos depois, quando o aparelho estava a mais de 30.000 p�s, altitude de cruzeiro (mais de 9.000 metros).

Investiga��o na R�ssia
Mais de 24 horas depois, subsistem as d�vidas quanto �s causas do acidente, mesmo que os governos eg�pcio e russo contestem a reivindica��o pelo ramo eg�pcio do grupo jihadista Estado Isl�mico (EI).
Os insurgentes deste grupo, que se autodenomina Prov�ncia Sinai, asseguraram no s�bado que "derrubaram" o avi�o russo, sem especificar como, em resposta aos ataques russos na S�ria. Eles s�o muito ativos no norte do Sinai, seu principal reduto.
Ainda no s�bado, o governo eg�pcio anunciou que as duas caixas-pretas da aeronave haviam sido encontradas e que v�o passar por an�lise.
Neste domingo de manh�, investigadores russos e eg�pcios chegaram na companhia do ministro russo dos Transportes, Maxim Sokolov, de helic�ptero no local da trag�dia. Enquanto isso, centenas de equipes de resgate russas pegaram a estrada para participar das opera��es.
Um inqu�rito foi aberto na R�ssia e as instala��es da empresa e do operador tur�stico foram revistadas. Investigadores da Fran�a e da Alemanha tamb�m s�o esperados neste domingo no Egito, um procedimento padr�o para todos os incidentes envolvendo um Airbus, uma vez que os dois pa�ses s�o os principais membros do cons�rcio europeu que o construiu.
Dezessete crian�as estavam a bordo e todos os ocupantes eram russos, exceto tr�s ucranianos, de acordo com o Cairo.
Na R�ssia, assim como no Egito, as bandeiras foram hasteadas a meio mastro nos edif�cios p�blicos. E, de acordo com um decreto do presidente Vladimir Putin, todos os programas televisivos de entretenimento foram cancelados.
Sobrevoo do Sinai em quest�o
Sokolov rejeitou no s�bado a reivindica��o do EI, afirmando que os eg�pcios "n�o possuem qualquer informa��o que possa confirmar essas insinua��es".
O primeiro-ministro eg�pcio, Ismail Sharif, tamb�m tem privilegiado a hip�tese de um acidente, dizendo que um avi�o a 30.000 p�s n�o poderia ser atingido por um foguete ou m�ssil do tipo que os insurgentes possuem.
Mas especialistas entrevistados pela AFP n�o excluem, antes de as caixas-pretas serem analisadas, que uma bomba possa ter explodido a bordo ou que o avi�o possa ter sido atingido enquanto descia, por uma raz�o t�cnica ou outra, por um m�ssil ou um foguete disparado a partir do solo.
V�rias companhias a�reas, incluindo a Air France, Lufthansa e Emirates, anunciaram que n�o v�o sobrevoar o Sinai "at� novo aviso", por "medida de seguran�a", e enquanto aguardam os resultados das investiga��es.
O turismo, um dos pilares da economia do pa�s dos fara�s, est� fragilizado desde a revolta popular de 2011 que p�s fim ao regime de Hosni Mubarak. No entanto, as esta��es balne�rias do Mar Vermelho, especialmente Sharm el-Sheikh, continuam a ser um destino importante, frequentado principalmente por russos e turistas do leste europeu.