As for�as curdas iraquianas, apoiadas por ataques a�reos da coaliz�o internacional, entraram nesta sexta-feira em Sinjar, no segundo dia de sua ofensiva para retomar a cidade no norte do Iraque do grupo jihadista Estado Isl�mico (EI).
Sinjar, localizada perto da fronteira com a S�ria, � uma localidade estrat�gica para os jihadistas porque est� em uma estrada que lhes permite movimentar homens e equipamentos entre o Iraque e a S�ria, dois pa�ses onde controlam vastos territ�rios.
Pela manh�, combatentes Peshmergas entraram na cidade a p�, a partir do norte, de acordo com um jornalista da AFP no local.
A vis�o � de desola��o, com casas, lojas e carros destru�dos.
Slogans dos jihadistas, sobretudo as palavras "Estado Isl�mico", foram pintados em algumas casas, e barris contendo explosivos foram aparentemente deixados pelos terroristas em um bairro.
A retomada de Sinjar pode desferir um importante golpe contra os jihadistas no plano estrat�gico, mas tamb�m representar uma importante vit�ria simb�lica: os jihadistas tomaram a cidade em agosto de 2014, cometendo in�meros abusos contra sua popula��o yazidi, de l�ngua curda.
Apoiados por combatentes yazidis e pelos bombardeios a�reos da coaliz�o internacional liderada pelos Estados Unidos, milhares de combatentes curdos (Peshmergas) lan�aram uma grande ofensiva na quinta-feira.
Sinjar 'isolada'
"Sinjar est� isolada pelos combatentes ou tiros", indicou nesta manh� o coronel Steve Warren, porta-voz da coaliz�o internacional, em refer�ncia aos ataques a�reos.
Uma das tarefas que esperam as for�as curdas na cidade � desarmar as bombas deixadas pelos jihadistas, uma t�tica amplamente utilizada pelo EI para evitar seus inimigos de entrar em uma cidade.
At� 7.500 combatentes curdos participam na opera��o para retomar Sinjar e "estabelecer uma zona tamp�o para proteger (a cidade) e seu povo", segundo o Conselho de Seguran�a da regi�o aut�noma do Curdist�o iraquiano (KRSC), no norte do pa�s.
Conselheiros militares americanos est�o "na montanha de Sinjar para ajudar" os Peshmergas "a selecionar alvos para ataques a�reos", indicou, por sua vez, o porta-voz do Pent�gono, Peter Cook.
Um oficial da intelig�ncia militar americana, o capit�o Chance McCraw, afirmou em Bagd� que os Peshmergas enfrentam de 300 a 400 jihadistas na localidade de Sinjar.
V�rios ve�culos carregados com explosivos foram alvejados pelas incurs�es da coaliz�o antes de os curdos entrarem na cidade, enquanto os Peshmergas destru�ram outro com um m�ssil anti-tanque Milan, de acordo com KRSC.
EI 'paralisado'
A cidade de Sinjar fica em uma rota estrat�gica que liga Mossul (norte), reduto dos jihadistas no Iraque, � S�ria, onde o EI tamb�m controla vastos territ�rios.
O objetivo da opera��o � isolar Mossul, segundo Steve Warren.
"Ao cortar a comunica��o na autoestrada 47 (do Iraque � S�ria) estamos reduzindo a capacidade de abastecimento do EI", completou Warren.
O fato da opera��o em Sinjar acontecer ao mesmo tempo que outras a��es contra o EI no Iraque e na s�ria aumenta a press�o sobre o grupo jihadista.
A opera��o "Paralisar o inimigo", que "dever� tomar decis�es muito dif�ceis" nas frentes que precisa para fortalecer, disse Steve Warren.
Durante sua ofensiva em agosto de 2014 em Sinjar, o EI executou muitos homens yazidis, uma comunidade que considera her�tica, e sequestrou centenas de mulheres, vendidas como noivas para jihadistas ou reduzidar a escravas sexuais, segundo a Anistia Internacional.
O ataque foi descrito pela ONU como "genoc�dio". Dezenas de milhares de yazidis se refugiaram nas montanhas de Sinjar, permanecendo bloqueados por semanas sem �gua, comida e submetidos a altas temperaturas.
Agora, a partir do topo da montanha, alguns deles conseguem acompanhar o curso dos combates.
"Eu vim com dois dos meus filhos para assistir � batalha", disse Burjis Saleh, de 60 anos, que vive em um acampamento de deslocados.
"Estou muito feliz porque a batalha pela liberta��o come�ou e podemos agora pensar em voltar para a nossa cidade", afirmou Qassem Khudaida, um homem de 34 anos que foi ferido no p� pelo EI ap�s se oferecer para lutar contra os jihadistas.