
A opera��o da pol�cia francesa para tentar capturar terroristas que estaria entrincheirados no norte de Paris levou os moradores do centro de Saint-Denis a acordar em meio a um verdadeiro pesadelo. "Parecia que est�vamos em guerra", comentou uma moradora referindo-se �s explos�es, rajadas de tiros, movimenta��o de soldados e sobrevoo de helic�pteros tomaram conta da regi�o.
"Nunca pensei que terroristas poderiam se esconder aqui", acrescentou a testemunha do a��o. A opera��o tinha por objetivo capturar o suposto c�rebro dos atentados que deixaram 129 mortos em Paris, e teve in�cio �s 04h local (01h de Bras�lia).
Hayat, de 26 anos, passou a noite na casa de amigos, na rua Corbillon, onde aconteceu a opera��o. "Foi justo na hora em que estava saindo. Os disparos come�aram e eu pensei que era apenas um ajuste de contas", comenta. "Mas os disparos continuaram, chegaram muitos refor�os e isolaram a Avenida da Rep�blica. Parecia que est�vamos em guerra. Era bala para todo lado", acrescentou.
O centro da cidade foi isolado completamente pelas for�as de seguran�a. Os tiroteios e as explos�es invadiram a madrugada at� o amanhecer. Os militares se posicionaram na entrada o per�metro de seguran�a fortemente armados e as autoridades recomendaram aos moradores que permanecessem em casa.
O tr�fego de metr�, �nibus e trens foi interrompido na regi�o. Um homem que pediu para ficar no anonimato contou � AFP que a��o se concentrou em seu apartamento, na rua Corbillon, n�mero 8.
Apenas um favor
"Um amigo me pediu que hospedasse dois de seus colegas alguns dias", contou ele � AFP. "Eu disse para ele que n�o tinha colch�es, e ele respondeu que n�o fazia mal, que seus amigos apenas queriam �gua e rezar. Meu amigo disse que eles vieram da B�lgica", acrescentou.
"'Me pediram um favor. Eu fiz esse favor. N�o sabia que eram terroristas", explicou ainda, muito agitado, antes que a pol�cia o algemasse e o levasse para interrogat�rio. Diante da igreja se concentraram jornalistas e curiosos. "Precisava ir ao hospital. N�o tinha �nibus e ouvi barulho de helic�pteros. A� me dei conta de que algo estava acontecendo", relata Emma, de 25 anos.
Ao amanhecer, um helic�ptero continuava sobrevoando a zona. Os soldados prosseguiam mobilizados, junto com dezenas de patrulhas da pol�cia e carros de bombeiro. Didier, um morador local de 34 anos, parecia confuso. "Todas estas patrulhas, esses homens armados...", afirmou, visivelmente nervoso.
"Onde est� a seguran�a nisso tudo? Estamos seguros de verdade?", questionou Naim, de 33 anos, que mora numa rua vizinha e se aproximou do local dos fatos para acompanhar os acontecimentos, como fizeram muitos outros curiosos.