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Estado de Minas

Mulher-bomba instaura uma nova era da jihad na Fran�a


postado em 18/11/2015 16:37

Ao detonar seu cintur�o de explosivos para n�o ser capturada, a mulher que morreu nesta quarta-feira em a��o policial em Saint-Denis instaurou uma nova era na Fran�a e se somou a uma longa lista de mulheres-bomba.

Ao amanhecer, quando os policiais derrubaram a porta do apartamento ao norte de Paris em que se encontrava com quatro homens, a jovem optou por se explodir.

"Este caso �, sobretudo, uma prova de determina��o", explica � AFP Fatima Lahnait, pesquisadora e autora do relat�rio "Mulheres-bomba, a jihad no feminino".

"O doutrinamento e recrutamento s�o tais que ela preferiu morrer antes de ser detida. Fazendo isso, contribuiu para a luta. O sexo pouco importa, mas o fato de ser mulher seguramente multiplicar� o impacto de seu ato na sociedade", afirma.

Embora nos �ltimos anos v�rias mulheres tenham alcan�ado as "terras da jihad", na S�ria e no Iraque, s�o poucas as que optam pelo mart�rio. Entre elas, Muriel Degaugue, uma jovem belga convertida ao isl� que se explodiu em novembro de 2005 no Iraque durante a passagem de um comboio americano.

"Desejo de morte"

Ao preferir a morte � reden��o, suicida de Saint-Denis n�o tentou - ao contr�rio dos que se detonaram na noite de sexta-feira em Paris, deixando ao menos 129 mortes - perpetrar um atentado suicida contra eventuais passantes.

"A participa��o de mulheres em atos devastadores de assassinato e dor sempre provocou uma mescla de estupefa��o, repugn�ncia e interesse p�blico", escreveu Lahnait. "Como compreender o desejo de morte destas mulheres que aspiram a morrer, mas tamb�m a matar?", prossegue.

"A religi�o mu�ulmana condena formalmente o suic�dio", acrescentou. "Mas isso vem sido frequentemente ignorado, especialmente por libaneses, palestinos, Al-Qaeda e chechenos", explicou.

Em 1985, uma libanesa de apenas 16 anos, Sana Jyadali, lan�ou seu carro carregado de explosivos contra um comboio israelense, matando dois soldados. Foi a primeira de uma larga lista de mulheres candidatas ao mart�rio em seu pa�s. O mesmo j� aconteceu em Israel, Turquia, �ndia, Paquist�o, Uzbequist�o, Chech�nia e Iraque.

A partir desta data at� 2006, "mais de 220 mulheres-bomba se sacrificaram, o que representa quase 15% do n�mero total contabilizado", indicou a investigadora em seu informe.

Inclusive meninas

Entre elas figura a iraquiana Sajida al-Rashawi, que tentou se explodir entre os convidados de um casamento palestino em um grande hotel de Am�, a capital jordana. Os chefes da Al-Qaeda, que a consideraram uma hero�na, pediram por sua liberdade. Ap�s a morte do piloto jordano Moaz al-Kasasbeh, queimado vivo em uma jaula pelo grupo jihadista Estado Isl�mico (EI), foi enforcada em fevereiro passado.

Atualmente � outro grupo jihadista, o nigeriano Boko Haram, o que mais recorre �s mulheres-bomba, chegando a enviar meninas � morte, entre as quais a mais jovem teria 7 anos. Nestes casos, frequentemente os chefes t�m o controle da explora��o da carga que transportam, que ativam � dist�ncia mediante telefones m�veis.

"Em Maiduguri" (grande cidade do norte da Nig�ria), "os atentados suicidas s�o cotidianos", disse � AFP Marc-Antoine P�rouse de Montclos, investigador do Instituto de Investiga��o para o Desenvolvimento (IRD). "S�o especialmente mulheres e meninas que v�m ap�s a morte de seus maridos e pais, abatidos em confrontos com o ex�rcito nigeriano", explica.

A vingan�a pela perda de um parente tamb�m tem sido o motivo das suicidas chechenas, as famosas "vi�vas negras", que provocaram dezenas de v�timas mortais.

Enquanto �m�s dos grupos jihadistas prometem aos candidatos ao mart�rio as maravilhas do para�so, especialmente as famosas 72 virgens, n�o h� nada disso para as mulheres-bomba: "O que podem lhes prometer � o reencontro, no para�so, com um ente querido, um marido desaparecido, por exemplo", precisa Fatima Lahnait.


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