A pol�cia belga prendeu 16 pessoas em 19 opera��es no pa�s, mas ainda n�o encontrou Salah Abdeslam, suspeito de envolvimento nos atentados deste m�s em Paris, informou o porta-voz da Procuradoria Federal, Eric Van Der Sypl. Salah Abdeslam, cujo paradeiro � desconhecido, � um mist�rio para os investigadores, que perderam seu rastro em 14 de novembro. Neste domingo, seu irm�o Mohamed, em entrevista � emissora de TV belga RTBF, disse que “Saleh possivelmente decidiu dar marcha r� e n�o chegar at� o fim do que queria fazer”. “� mais do que uma especula��o, � minha convic��o. Salah � muito inteligente, acredito que no �ltimo minuto decidiu voltar atr�s. Talvez tenha visto ou escutado algo que n�o esperava”, afirmou Mohamed.
Outro dos irm�os Abdeslam, Brahim, se detonou em um dos restaurantes parisienses alvo dos ataques � capital francesa, em 13 de novembro, que deixaram 130 mortos. As pol�cias suspeitam que Saleh tenha desempenhado papel log�stico nos atentados e teria fugido para a B�lgica.
RECONSTITUI��O DOS FATOS
�s 21H59 locais de 13 de novembro, um Clio preto alugado por Saleh Abdeslam chega ao Norte de Paris a partir de uma entrada da capital. Os investigadores se perguntam se este indiv�duo, de 26 anos, estava ao volante, ap�s ter deixado tr�s homens-bomba nos arredores do Stade de France.
Franc�s, nascido em Bruxelas e que morava na B�lgica, Saleh alugou n�o apenas o Clio, mas tamb�m o Polo do comando da casa de shows Bataclan. Seu cart�o banc�rio tamb�m pagou dois quartos de hotel em Alfortville, perto de Paris, onde os jihadistas estiveram pouco antes dos atentados.
D�VIDAS
Ele se encarregou apenas da log�stica dos ataques, ou tamb�m pegou em armas? Os investigadores pensaram, em um primeiro momento, que ele poderia ter feito parte do comando que circulava em um Seat preto e abriu fogo contra v�rios pontos no leste de Paris. Seu irm�o Brahim, de 31, participou destes tiroteios, antes de se suicidar detonando uma bomba em um restaurante.
Seria ele respons�vel por um atentado no norte de Paris mencionado pelo grupo jihadista Estado Isl�mico em sua reivindica��o, mas que n�o aconteceu? Naquela �rea, o Clio foi encontrado, abandonado.
PARADEIRO
Seja qual tenha sido seu papel, o paradeiro de Abdeslam � desconhecido, depois que dois c�mplices, procedentes da B�lgica, viajaram a Paris, provavelmente para ajud�-lo a escapar. A �nica certeza das for�as de seguran�a � de que Abdeslam, ou algu�m que usou seus documentos, foi parado no controle policial na estrada para Bruxelas, na altura de Cambrai. Os policiais ainda n�o sabiam que se tratava de um fugitivo.
FUTEBOL, CERVEJA E BOATE
Dois supostos c�mplices de Saleh Abdeslam, Mohammed Amri, de 27, e Hamza Attou, de 20, foram detidos em Molenbeek, bairro de Bruxelas pelo qual passaram v�rios jihadistas que falavam franc�s. Ambos conduziam o Golf parado no controle em Cambrai, e podem ter ajudado o fugitivo a escapar. Durante sua pris�o preventiva, eles afirmaram ter deixado o suspeito em Bruxelas, mas informaram dois lugares diferentes. Desde ent�o, a imprensa divulga o retrato de Abdeslam, perseguido por todas as pol�cias da Europa: 1,75m, olhos castanhos, pele escura, cabelo engomado.
A mensagem transmitida pelas for�as de seguran�a assinala que se trata de um indiv�duo perigoso. Segundo a imprensa belga, v�rias testemunhas dizem que o viram em Bruxelas. Em Molenbeek, o jovem, que era dono de um bar juntamente com o irm�o Brahim, nunca passou a imagem de um islamita radical. Youssef, de 30, afirma que os irm�os eram seus amigos. "Grandes bebedores, grandes fumantes, mas n�o radicais", diz. "Gostavam de futebol, frequentavam boates, sa�am com garotas", conta Jamal, outro amigo dos irm�os. "Mas logo come�aram as m�s companhias, em um momento ruim."
DROGAS E S�RIA
Ap�s v�rios casos de roubo e tr�fico de drogas, Salah foi preso em 2010, depois de um assalto do qual participou Abdelhamid Abaaoud, suposto mentor dos atentados de Paris, origin�rio de Molenbeek. Foi, provavelmente, na pris�o que Abaaoud (morto pela pol�cia esta semana) ensinou a Abdeslam "a teologia da dissimula��o, para burlar os servi�os de seguran�a e a vigil�ncia dos servi�os de intelig�ncia", indica o especialista franc�s em terrorismo Mathieu Guid�re. No come�o de 2015, a pol�cia belga interrogou os irm�os Abdeslam, suspeitos de quererem viajar para a S�ria, mas os liberou por n�o ter provas da amea�a que representariam.