
O papa disse que chega ao pa�s como um "peregrino da paz, um ap�stolo da esperan�a" e encorajou o desarmamento e a reconcilia��o. Falando pela primeira vez em franc�s em p�blico, Francisco afirmou que � preciso seguir o caminho da solidariedade para chegar � paz e a sa�de, al�m de um governo saud�vel em todos os n�veis. "Trata-se de viver e construir a partir da maravilhosa diversidade do mundo que nos cerca, evitando a tenta��o de atemorizar o outro, o desconhecido, aqueles n�o pertencem ao nosso grupo �tnico ou pol�tico".
A presidente interina da Rep�blica Centro Africana, Catherine Samba-Panza, agradeceu ao papa sua "li��o de coragem" por visitar um pa�s assolado pela viol�ncia, afirmando que sua presen�a mostra "a vit�ria da f� sobre o medo". Segundo a presidente, todo o pa�s precisa de perd�o, come�ando por ela mesma. "Em nome de toda a classe governante desse pa�s e tamb�m em nome de todos os que contribu�ram de alguma forma para sua queda ao inferno, eu confesso todo o mal que tem sido feito aqui ao longo da hist�ria e pe�o perd�o do fundo do meu cora��o", disse.
Ela afirmou esperar que a visita do papa resulte no exorcismo de "todos os dem�nios de divis�o, �dio e autodestrui��o", para que o pa�s possa achar o caminho de "uma nova espiritualidade, ancorada na toler�ncia, amor ao pr�ximo e respeito pela dignidade humana e pela autoridade estabelecida".
Ainda neste domingo o papa deve visitar um campo de refugiados onde uma comunidade crist� procura se proteger da onda de viol�ncia. Na segunda-feira, o pont�fice vai a uma mesquita que tamb�m se tornou abrigo para mu�ulmanos que foram expulsos de suas casas.
Havia receios de que o papa pudesse cancelar a visita � Rep�blica Centro Africana, ap�s os �ltimos epis�dios de viol�ncia na capital, que j� deixaram mais de 100 mortos desde o fim de setembro. Somente cerca de 15 mil mu�ulmanos continuam morando em Bangui, em meio a ataques que for�aram mais de 100 mil a deixar a cidade. Nos �ltimos dois anos, o n�mero de refugiados no pa�s chega a quase 1 milh�o.
A capital vive h� tempos sob um toque de recolher, que come�a �s 20 horas. No enclave mu�ulmano na cidade, conhecido como PK5, o arcebispo de Bangui s� consegue entrar escoltado por soldados armados da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU). A entidade procurou convencer o Vaticano de que a situa��o estava sob controle antes da visita do papa.
O chefe da opera��o da ONU, Parfait Onanga-Anyanga, disse que os "capacetes azuis", junto com soldados franceses, v�o manter o pont�fice seguro. "� �bvio que um sabotador pode tentar quebrar a calmaria, mas estamos prontos para responder da forma mais eficaz poss�vel", afirmou.
O conflito na Rep�blica Centro Africana ganhou for�a no in�cio de 2013, quando uma coaliz�o de grupos rebeldes mu�ulmanos do norte do pa�s derrubou o presidente crist�o Fran�ois Boziz�. Com a sa�da do l�der rebelde do poder, no come�o do ano passado, uma onda de viol�ncia retaliat�ria liderada pelo grupo crist�o Anti-Balaka expulsou a maior parte dos mu�ulmanos da capital.
O pa�s se preparava para realizar elei��es no pr�ximo m�s quando a morte de um jovem taxista mu�ulmano no fim de setembro reacendeu as tens�es. Nas �ltimas semanas a mil�cia mu�ulmana Seleka liderou diversos ataques no bairro PK5 e cercanias.
No s�bado, o papa esteve em Uganda, onde homenageou um grupo de crist�os, conhecido como os M�rtires de Uganda, que foi morto no fim do s�culo XIX, ap�s se recusar a renunciar a sua f�. Ele exaltou os fi�is a seguirem o exemplo dos 45 m�rtires anglicanos e cat�licos. Fonte: Associated Press.