A c�mara baixa do parlamento alem�o autorizou nesta sexta-feira a participa��o de cerca de 1.200 militares nas opera��es internacionais contra os jihadistas do Estado Isl�mico (EI) na S�ria e no Iraque.
Dos 598 deputados presentes, 445 votaram a favor, 146 contra e 7 se abstiveram, um resultado sem surpresas, j� que a coaliz�o da chanceler Angela Merkel apoiava a participa��o militar da Alemanha.
Berlim prev� participar em miss�es de reconhecimento com seis avi�es Tornado e escoltar o porta-avi�es franc�s Charles de Gaulle com uma fragata.
Dessa forma, a Alemanha n�o realizar� bombardeios na S�ria ou no Iraque, ao contr�rio da Fran�a, Estados Unidos, R�ssia e Reino Unido, que iniciou na quinta-feira uma campanha de ataques a�reos.
As opera��es ocidentais n�o s�o coordenadas com Moscou, acusada de n�o atacar somente o EI, como tamb�m os rebeldes s�rios n�o jihadistas para ajudar o regime do presidente Bashar al Assad, seu aliado.
Velocidade de Tornado
Berlim tomou a decis�o de participar nas opera��es na S�ria h� uma semana, depois que o governo franc�s pediu ajuda em fun��o dos atentados que deixaram 130 mortos em Paris, em 13 de novembro.
Sua ado��o pelo parlamento superou todas as etapas necess�ria em um tempo recorde, apesar das cr�ticas da oposi��o.
"Em tr�s dias devemos decidir se a Alemanha entra de novo em guerra e n�o podemos decidir isso em velocidade de Tornado", lamentou a deputada do partido de esquerda radical Die Linke, Petra Sitte.
O ecologista Anton Hofreiter denunciou, por sua parte, a falta de uma estrat�gia pensada por parte dos ocidentais.
"Estamos de acordo que � preciso combater o EI, mas os bombardeios n�o s�o uma estrat�gia. Assad � um aliado ou n�o? N�o � algo que possa continuar sendo confuso!".
O governo insistiu na legitimidade da miss�o, alegando que a ONU aprovou resolu��es para combater o EI e que Berlim estava respondendo a um pedido de ajuda da Fran�a.
"Temos que deter esse bando de terroristas assassinos. N�o pode funcionar apenas com meios militares, e tamb�m n�o pode funcionar sem eles", declarou o ministro da Justi�a, Heiko Maas, falando ao jornal Tagesspiegel.
Transi��o pol�tica
Os pa�ses ocidentais descartam enviar tropas terrestres � S�ria, apesar de Washington anunciar sua inten��o de mandar centenas de soldados das for�as especiais ao Iraque e � S�ria.
O secret�rio de Estado americano, John Kerry, defendeu na quinta-feira a presen�a de tropas terrestres �rabes e s�rias para combater o EI, durante uma reuni�o ministerial da Organiza��o para a Seguran�a e a Coopera��o na Europa (OSCE), em Belgrado.
"Todo o mundo sabe que, sem a capacidade de encontrar tropas terrestres dispostas a se opor ao Daesh (acr�nimo do EI em �rabe), o conflito n�o poder� ser vencido completamente apenas com os bombardeios", declarou Kerry.
Ele explicou que pensa em tropas "s�rias e �rabes", e n�o ocidentais, embora tenha afirmado que os Estados Unidos poder�o enviar 50 unidades de suas for�as especiais � S�ria.
"Se conseguirmos p�r em marcha uma transi��o pol�tica, permitiremos que todas as na��es e entidades se unam, o Ex�rcito s�rio junto com a oposi��o... junto com R�ssia, Estados Unidos e outros para ir lutar contra o Daesh", disse Kerry.
Al�m da luta antijahdista, os ocidentais asseguram que fazem todo o poss�vel para obter uma transi��o pol�tica na S�ria.
"Imaginem com que velocidade se eliminaria essa praga (o EI), no espa�o de alguns meses, se f�ssemos capazes de conseguir essa resolu��o pol�tica", insistiu o secret�rio de Estado.
O secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou uma reuni�o internacional em Nova York para encontrar uma solu��o pol�tica para o conflito que assola a S�ria desde 2011.