As negocia��es sobre o clima avan�aram para sua reta final, neste s�bado, com a ado��o de um rascunho que abre caminho para a poss�vel conclus�o na pr�xima semana, em Paris, de um acordo capaz de evitar uma cat�strofe ecol�gica em escala planet�ria.
O primeiro ato das negocia��es terminou com a entrega de um rascunho limitado a 48 p�ginas. O texto perdeu a metade de seus colchetes e op��es, que passaram de 1.400 a 750.
As 48 p�ginas incluem o acordo propriamente dito - 26 p�ginas - e dois anexos.
"J� quase chegamos. Percorremos o essencial do caminho, faltam apenas alguns passos", disse o presidente franc�s, Fran�ois Hollande.
O objetivo � limitar a 2�C o aquecimento do planeta em rela��o � era pr�-industrial, atrav�s de uma redu��o das emiss�es de gases causadores do efeito estufa resultantes da atividade humana.
"Estamos dispostos a negociar o mais r�pido poss�vel com base neste acordo", declarou em Le Bourget (norte de Paris) a negociadora sul-africana Nozipho Mxakato-Diseko, em nome do grupo de pa�ses em desenvolvimento G77+China.
A partir de segunda-feira, a negocia��o passar� para as m�os dos ministros, capazes de decidir os compromissos que inevitavelmente ser�o necess�rios para um acordo final que contemple a variedade de interesses dos 195 pa�ses participantes.
"Lan�o um pedido para que sejamos capazes de superar os interesses das regi�es e pa�ses de nossos n�veis de desenvolvimento e estar � altura do planeta", disse Hollande.
O principal obst�culo continua sendo o financiamento da ajuda clim�tica aos pa�ses do Sul e a diferencia��o dos esfor�os que cada um deve fazer para lutar contra as mudan�as clim�ticas.
Olhando para a constru��o de um planeta convertido para a economia sustent�vel, os pa�ses do Sul lutam para que os 100 bilh�es de d�lares anuais de ajuda ao desenvolvimento verde prometidos a partir de 2020 sejam apenas um ponto de partida.
Mensagem do espa�o
Em uma mensagem comovente a partir do espa�o, que incluiu impactantes imagens que ilustraram a beleza e a fragilidade do nosso Planeta Azul, astronautas da Esta��o Espacial Internacional (ISS) pediram aos delegados que negociem um acordo que preserve a vida na Terra.
Dos atores americanos Sean Penn e Arnold Schwarzenegger, ex-governador da Calif�rnia, ao milion�rio e ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, passando pelo magnata chin�s da Internet Jack Ma, dezenas de personalidades expressaram sua ades�o ao futuro acordo.
"Depois dos dias dos sonhos chegaram os dias da a��o", disse Sean Penn, que fez um apelo vibrante em defesa de um plano de reflorestamento do Haiti, o pa�s mais pobre das Am�ricas.
Schwarzenegger declarou que, para terminar de convencer a opini�o mundial, � necess�rio "mudar de comunica��o", evitando "deprimir as pessoas" com previs�es muito tristes e afastadas no tempo. Segundo ele, o melhor � enfatizar medidas positivas, como os programas aplicados na Calif�rnia, o sistema de ilumina��o das ruas de Copenhague e um povoado austr�aco que utiliza 100% de energias renov�veis.
"N�o se deve culpar as pessoas porque viajam de carro, ou de avi�o, esmag�-las com estat�sticas, ou assust�-las. Devemos motiv�-las", disse Schwarzenegger.
Atentos ao 'greenwashing'
A jornada do "Dia de A��o" terminou com uma mensagem do secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, que advertiu: "o rel�gio da mudan�a clim�tica continua correndo".
O dia incluiu propostas sustent�veis em mat�ria de efic�cia energ�tica, transporte e constru��o das casas do futuro.
Algumas dessas "Solu��es COP21" s�o criticadas por ativistas, que questionam os modelos econ�micos de empresas participantes, como Engie, Coca-Cola e Renault-Nissan.
Um grupo de ONGs atribuiu seus pr�mios "Pin�quio", por exemplo, � petrol�fera Chevron, � distribuidora de Eletricidade da Fran�a EDF, alimentada principalmente com centrais nucleares, e ao banco BNP Paribas, pelos esfor�os que mobilizam para apresentar uma imagem "verde" de suas atividades.