
O �rg�o j� informou que prepara "medidas adicionais" contra a Coreia do Norte e "condenou energicamente" o teste nuclear, classificando-o como uma "clara amea�a para a paz e a seguran�a internacional". O embaixador uruguaio Elbio Rosselli, que preside o Conselho este m�s, lembrou que o organismo tinha alertado que tomaria "significativas medidas adicionais" se Pyongyang violasse as resolu��es da ONU, realizando testes at�micos.
V�rias resolu��es da ONU pro�bem Pyongyang de lan�ar qualquer atividade nuclear sob pena de ser alvo de san��es. "Em linha com este compromisso e em vista da gravidade desta viola��o, os membros do Conselho de Seguran�a come�ar�o a trabalhar imediatamente sobre estas medidas em uma nova resolu��o do Conselho de Seguran�a", disse Rosselli.
O diplomata n�o especificou se a nova medida estender� as san��es contra a Coreia do Norte, mas outros enviados confirmaram que a adi��o de novos nomes � lista de san��es est� sendo considerada. � uma "viola��o flagrante das resolu��es do Conselho" e requer uma resposta "en�rgica" como o refor�o das san��es internacionais, declarou o representante permanente adjunto do Reino Unido, Peter Wilson, no encontro, reconhecendo que "n�o conhecemos ainda de maneira definitiva (...) a natureza desse teste".
O an�ncio do teste nuclear foi recebido com grande ceticismo por especialistas, ao mesmo tempo em que deflagrou condena��es imediatas no mundo todo. "Eu o condeno de forma inequ�voca e pe�o � RPDC (Coreia do Norte) que cesse qualquer outra atividade nuclear", disse o secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, aos jornalistas antes da reuni�o do Conselho de Seguran�a.
O teste dessa bomba de hidrog�nio seria mais potente do que os testes nucleares precedentes. "O primeiro teste de bomba de hidrog�nio da Rep�blica foi realizada com sucesso �s 10h (23h30 de ter�a, hor�rio de Bras�lia)", anunciou a televis�o oficial norte-coreana. O pa�s se soma, assim, "aos Estados nucleares avan�ados", refor�ou o apresentador, acrescentando que a bomba testada era uma "miniatura".
Pa�ses vizinhos, como Coreia do Sul e Jap�o, assim como Fran�a e Reino Unido condenaram o teste. A Casa Branca prometeu uma rea��o apropriada �s "provoca��es" norte-coreanas, mas declarou que a evid�ncia "n�o � consistente" com uma explos�o de bomba H. "As an�lises iniciais n�o s�o consistentes com a reivindica��o da Coreia do Norte" de que fez um teste bem sucedido com uma bomba de hidrog�nio, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnst.
Principal aliada da Coreia do Norte, a China disse "se opor firmemente" ao teste. Nas regi�es chinesas mais pr�ximas ao centro de testes nucleares norte-coreano, v�rios pr�dios foram evacuados depois que os habitantes "sentiram claramente os abalos", indicou a imprensa oficial. O an�ncio desse teste de uma bomba H � uma surpresa. Pyongyang afirma que foi ordenado, pessoalmente, pelo dirigente norte-coreano Kim Jong-un, dois dias antes de seu anivers�rio. Cada um dos tr�s testes nucleares anteriores da Coreia do Norte (outubro de 2006, maio de 2009 e fevereiro de 2013) derivou no refor�o de san��es internacionais, principalmente no setor financeiro e contra empresas vinculadas � atividade nuclear, ou bal�stica norte-coreana.
CETICISMO DOS ESPECIALISTAS
No m�s passado, o dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, deu a entender que seu pa�s havia conclu�do a bomba H, uma declara��o que suscitou d�vidas entre os especialistas internacionais. O ceticismo n�o foi menor nesta quarta. "Os dados sismol�gicos sugerem que a explos�o foi consideravelmente menos forte do que se esperaria de um teste de bomba H", declarou o especialista australiano em Pol�tica Nuclear Crispin Rovere.
"� primeira vista, parece que realizaram um teste nuclear com �xito, mas n�o conseguiram realizar a segunda etapa, a da explos�o de hidrog�nio", completou. "Se, de verdade, fosse uma bomba H, os n�veis na escala Richter (de sismo) precisaram ter sido 100 vezes mais potentes, at� chegar a sete, ou mais", indicou o especialista em Defesa Bruce Bennett, da Rand Corporation, advertindo para o perigo de radia��o na zona pr�xima �s instala��es nucleares.
As primeiras suspeitas sobre um novo teste norte-coreano foram feitas por sism�logos que detectaram um sismo de magnitude 5,1 perto da principal instala��o de testes nucleares da Coreia do Norte, no nordeste do pa�s. A organiza��o respons�vel pela aplica��o do Tratado de Proibi��o Completa de Testes Nucleares, com sede em Viena, declarou ter detectado uma atividade s�smica "incomum" na Coreia do Norte.
A maioria dos especialistas acreditava em que Pyongyang ainda precisaria de anos para desenvolver uma bomba termonuclear, mas estavam divididos sobre a capacidade norte-coreana de miniaturizar a arma at�mica, uma etapa decisiva na produ��o de ogivas nucleares. Uma bomba de hidrog�nio, ou termonuclear, utiliza a t�cnica da fus�o nuclear e produz uma explos�o muito mais potente do que uma deflagra��o por fiss�o, gerada apenas por ur�nio ou plut�nio. Seja, ou n�o, uma bomba H, esse quarto teste nuclear norte-coreano constitui uma afronta flagrante para inimigos e aliados do regime norte-coreano. Impulso em favor de san��es.
O fato de que as san��es internacionais n�o tenham impedido a Coreia do Norte de seguir adiante e realizar um novo teste refor�a os apelos por rea��es mais duras. O embaixador russo na ONU, Vitali Tchurkin, convidou membros do Conselho a "manter a calma" e disse esperar que se chegue a uma "resposta apropriada", sem dar mais detalhes sobre ela. "Vamos trabalhar com outros em uma resolu��o sobre as san��es adicionais", disse aos jornalistas o embaixador brit�nico no �rg�o, Matthew Rycroft.
Em 2014, o presidente americano, Barack Obama, classificou a Coreia do Norte como "Estado p�ria" e prometeu san��es mais duras, em caso de novo teste nuclear. J� Pequim busca a retomada do di�logo a seis - entre as Coreias do Norte e do Sul, China, Estados Unidos, R�ssia e Jap�o - sobre o programa nuclear norte-coreano, em ponto morto desde 2008. Os especialistas estimam que Pyongyang tem, hoje, plut�nio para fabricar at� seis bombas. Desconhecem se o regime utilizou ur�nio, ou plut�nio, em seu teste de 2013.