Os dois maiores partidos pol�ticos dos Estados Unidos - Democrata e Republicano - iniciaram nesta segunda-feira em Iowa as prim�rias para escolher seus candidatos para disputar as elei��es presidenciais de novembro, a hora da verdade para os favoritos Hillary Clinton e Donald Trump.
Por volta das 20h locais (23h, no hor�rio de Bras�lia), milhares de eleitores registrados nos partidos Democrata e Republicano deram o pontap� inicial a este longo processo. Estima-se que pouco mais de 200.000 pessoas votar�o em Iowa.
Um bom resultado nesta prim�ria pode decidir o destino de um pr�-candidato. Na semana seguinte, as prim�rias seguir�o em New Hampshire e assim, sucessivamente, nos demais estados at� junho. As elei��es presidenciais ser�o realizadas em 8 de novembro.
Entre os republicanos, o voto � secreto, enquanto os democratas formar�o grupos por candidatos para conceder a eles delegados. Jovens que completarem 18 anos antes da elei��o presidencial em novembro est�o habilitados a votar e a participar das elei��es internas.
Ao todo, 12 republicanos e tr�s democratas est�o na disputa pela sucess�o do presidente Barack Obama.
Hillary Clinton defende sua posi��o de favorita nas prim�rias democratas, enquanto no grupo republicano o magnata Donald Trump tentar� provar que n�o � apenas um fen�meno midi�tico.
'Estou pronta'
Desde os anos 1970, Iowa defende manter o privil�gio de ser o primeiro estado a votar nas prim�rias, o que lhe permite exercer um peso desmesurado em rela��o a seus tr�s milh�es de habitantes. Foi neste estado que, em 2008, por exemplo, a sorte de Hillary Clinton, de 68 anos, come�ou a mudar em favor de seu ent�o oponente Barack Obama.
Este ano, a novidade atende pelo nome de Bernie Sanders, o senador pelo estado de Vermont, de 74 anos.
"J� sei como fazer isto e estou pronta", declarou Hillary nesta segunda-feira � cadeia de televis�o CNN.
"H� muito entusiasmo e muita energia. Pe�o a todos que votem e fa�am parte deste processo tipicamente americano. Pe�o que saiam e votem em mim", acrescentou.
O crescimento lento, mas constante, de Sanders j� se tornou uma preocupa��o evidente para a campanha da ex-secret�ria de Estado. No �ltimo debate entre os pr�-candidatos democratas, em 17 de janeiro, o comit� de campanha de Hillary disparava e-mails, criticando Sanders, a cada interven��o do senador.
No domingo, em seu �ltimo com�cio em Des Moines diante de 2.600 pessoas, Hillary Clinton afirmou que "os Estados Unidos n�o se podem permitir escolher entre ideias que soam bem no papel, mas que n�o podem ser aplicadas", em alus�o �s propostas de Sanders.
A disputa "� muito, muito apertada", disse o senador a seus simpatizantes em Marshalltown.
A �ltima pesquisa divulgada no s�bado pelo jornal Des Moines Register concedia a Hillary 45% dos votos, contra 42% para Sanders.
Sanders, que se autodenomina "socialista democr�tico", n�o assusta os jovens democratas, que o aplaudem quando promete uma revolu��o pol�tica. Na elei��o � presid�ncia de 2008, os menores de 30 anos representaram 22% dos participantes.
"N�o voltaremos a ver outro candidato como ele em nossas vidas", disse Ezra Koening, cantor do grupo de rock Vampire Weekend, durante um "showm�cio" no s�bado � noite.
Ainda que termine em segundo lugar, Sanders pode reivindicar uma vit�ria relativa: quando se lan�ou � campanha, em abril, registrava menos de 10% dos votos em Iowa. Em New Hampshire, Sanders domina as pesquisas, mas no restante do pa�s fica para tr�s.
Republicanos divididos
A rejei��o �s elites pol�ticas marcou os �ltimos sete meses de campanha, o que permitiu que o milion�rio Donald Trump ganhasse espa�o entre os republicanos.
Com 31% nas pesquisas, Trump ataca o "establishment" e a incompet�ncia dos dirigentes, enquanto promete que, com ele, "os Estados Unidos ganhar�o tanto que se cansar�o de ganhar".
Seu discurso nacionalista, anti-imigrantes e politicamente incorreto acabou fazendo sucesso entre os eleitores desiludidos.
Ainda assim, o candidato chega a Iowa pressionado pelo senador pelo Texas, Ted Cruz, que conta com um forte apoio da direita crist� americana. Normalmente mais religiosos, os conservadores tradicionais veem Trump com desconfian�a por seus tr�s casamentos e pelos erros grotescos ao citar a B�blia em seus discursos.
Como apontam as sondagens, a vantagem de Trump sobre Cruz ainda � respeit�vel, mas o fato de ter um advers�rio jogou por terra sua reputa��o de ser imbat�vel nas prim�rias.
Segundo a mesma pesquisa do Instituto Quinnipiac, Cruz aparece com 24% das inten��es de voto, enquanto Marco Rubio surge em um distante terceiro lugar, com 17%.
Mas Rubio tem a confian�a dos l�deres partid�rios e, em caso de disputa acirrada entre Trump e Cruz, esses 17% representariam uma arma muito poderosa.
Apesar de defender uma Pol�tica Externa muito agressiva, internamente, Rubio � visto como um candidato capaz de atrair os setores mais moderados do partido e um n�mero de eleitores latinos que n�o pode ser desprezado, j� que � filho de imigrantes cubanos.