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Estado de Minas

Tabu na Am�rica Latina, aborto � defendido pela ONU em pa�ses atingidos pelo zika


postado em 05/02/2016 19:37

As Na��es Unidas pediram nesta sexta-feira aos pa�ses atingidos pelo v�rus zika, suspeito de provocar m�-forma��o cong�nita, que permitam o acesso das mulheres � contracep��o e ao aborto - um assunto pol�mico na Am�rica Latina, regi�o mais afetada pela epidemia.

Enquanto o aborto e a p�lula do dia seguinte continuam proibidos em diversos pa�ses latino-americanos, os recentes conselhos para que as mulheres evitem engravidar - dados por diversos governos, como El Salvador, Col�mbia e Equador - parecem contradit�rios.

"Como podem pedir �s mulheres que n�o engravidem, mas n�o oferecem a possibilidade de prevenir a gravidez", declarou Cecile Pouilly, porta-voz do Alto Comissariado para Direitos Humanos, referindo-se �s legisla��es restritivas de diversos pa�ses na Am�rica Latina.

O v�rus � suspeito de estar por tr�s do recente surto de rec�m-nascidos com microcefalia, uma m�-forma��o cong�nita que acarreta numa caixa craniana anormalmente pequena.

Diante da explos�o desta condi��o na Am�rica do Sul, especialmente no Brasil, a OMS decretou na �ltima segunda-feira uma situa��o de "emerg�ncia p�blica internacional".

Na quinta-feira, a OMS tamb�m considerou "apropriado" recusar doa��es de sangue de passageiros provenientes de pa�ses onde h� surtos de zika, para impedir a propaga��o do v�rus, enquanto uma mulher gr�vida que esteve na Col�mbia foi diagnosticada na Espanha, o primeiro caso na Europa.

O v�rus se propaga de maneira exponencial na Am�rica Latina por meio dos mosquitos do tipo Aedes, mas os Estados Unidos relataram um caso de transmiss�o por via sexual, no Texas.

O v�rus tamb�m foi detectado na urina e na saliva, anunciou nesta sexta-feira a Funda��o Osvaldo Cruz, explicando, contudo, que ainda � muito cedo para saber se trata-se de um novo tipo de cont�gio.

"A presen�a do zika v�rus, na forma ativa, foi detectada na saliva e na urina", declarou Paulo Gadelha, diretor da Fiocruz no Rio de Janeiro, pedindo, na d�vida, que as mulheres gr�vidas "evitem beijar, dividir talheres" de uma pessoa que apresente os sintomas do v�rus.

O Brasil � o pa�s mais afetado pela epidemia, com 1,5 milh�o de pessoas contaminadas, 404 casos de beb�s nascidos com microcefalia desde outubro e 3.670 outros casos suspeitos associados ao zika, contra 147 confirmados em 2014.

- Conselho in�til -

Na Col�mbia e no Equador, o aborto s� � permitido no caso de risco � vida da m�e.

Em El Salvador, a interrup��o da gravidez � punida com at� 40anos de pris�o: em novembro, a Anistia Internacional denunciou que cerca de vinte mulheres tinham sido presas por terem abortado.

Recomendar n�o ficar gr�vida n�o tem nenhuma utilidade nos pa�ses que pro�bem ou limitam estritamente o acesso aos m�todos contraceptivos, como a contracep��o de emerg�ncia ou o aborto, ressaltou nesta sexta-feira o Alto Comiss�rio da ONU para Direitos Humanos.

"O conselho dado por alguns governos �s mulheres para que evitem engravidar ignora que muitas mulheres n�o tem qualquer controle sobre o momento ou as circunst�ncias nas quais podem ficar gr�vidas, especialmente em �mbitos onde a viol�ncia sexual � bastante habitual", disse Zeid Ra'ad al-Hussein.

Ele pediu que os governos "garantam que as mulheres, os homens e os adolescentes tenham acesso aos servi�os e informa��es de qualidade sobre sa�de e reprodu��o, sem discrimina��o", pelo direito � reprodu��o, aos cuidados maternos e ao aborto num ambiente seguro.

A ministra salvadorenha da Sa�de, Violeta Menjivar, garantiu nesta sexta que os m�todos contraceptivos est�o mais facilmente dispon�veis nos hospitais p�blicos do pa�s, renovando seu "apelo �s mulheres que pensem de maneira respons�vel, que evitem engravidar".

A epidemia tamb�m recendeu o debate sobre a interrup��o da gravidez no Brasil, o maior pa�s cat�lico do mundo.

Um grupo de militantes, advogados e m�dicos, entre eles o ex-ministro da Sa�de Jos� Gomes Tempor�o, vai iniciar uma batalha legal no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a corte autorize o aborto em caso de microcefalia e quando uma gr�vida contrai zika e n�o quer levar a gesta��o adiante.

No Brasil, o aborto � descriminalizado apenas em casos de estupro, risco � vida da m�e e anencefalia.

"� um tema pol�mico que envolve toda a sociedade e s� pode ser tratado atrav�s de uma mudan�a na legisla��o", disse � AFP uma funcion�ria do minist�rio da Sa�de, que pediu anonimato.


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