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Estado de Minas

Relat�rio divulga aumento no n�mero de crian�as recrutadas por jihadistas

Menores s�o utilizados como suicidas, propagandistas e soldados


postado em 20/02/2016 10:28

(foto: Reprodução)
(foto: Reprodu��o)

Nunca antes tantas crian�as e jovens foram recrutados pelo Estado Isl�mico (EI). Nas fileiras da organiza��o, os extremistas ignoram a inoc�ncia dos chamados “filhotes do califado” e lhes imp�em miss�es atribu�das at� ent�o somente a adultos. Explorados como uma esp�cie de vantagem ideol�gica e b�lica pela fac��o, os menores s�o programados para matar e n�o temer a morte. Um estudo divulgado ontem na CTC Sentinel, revista do Centro de Combate ao Terrorismo da Academia Militar de West Point, alerta que o n�mero de crian�as e adolescentes inghimasis — termo �rabe usado em alus�o a suicidas que atacam posi��es inimigas com armas autom�ticas, antes de detonarem cintur�es-bomba — triplicou no m�s passado, em compara��o a janeiro de 2015. “Parece plaus�vel que, com o aumento da press�o militar sobre o EI nos �ltimos meses, tais opera��es v�m se tornando mais taticamente atraentes”, afirma o documento, intitulado Depictions of children and youth in the Islamic State’s “martyrdom” propaganda (“Retratos de crian�as e jovens na propaganda de ‘mart�rio’ do Estado Isl�mico”, pela tradu��o livre).

O primeiro panorama sobre o uso de crian�as pela organiza��o mais temida do planeta traz dados reveladores. Entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de janeiro de 2016, ao menos 89 crian�as e jovens foram elogiadas em propagandas do Estado Isl�mico — 51% teriam morrido no Iraque, enquanto 36% pereceram na S�ria. Desse total, 39% se tornaram “m�rtires” ao detonarem carros-bomba; 33% atuavam como soldados e ca�ram em combate; 4% se imolaram durante ataques em massa contra civis; e 6% morreram enquanto cumpriam a fun��o de propagandistas, incorporadas �s brigadas terroristas. Os 18% restantes eram inghimasis. Quase um ter�o da amostra analisada era de s�rios (31%); 25% de iraquianos e s�rios; e 11% de iraquianos. Os 33% restantes se dividiam em nacionalidas iemenita, saudita, tunisiana, l�bia, brit�nica, francesa, australiana e nigeriana.

Charlie Winter, coautor do estudo e pesquisador da Iniciativa de Viol�ncia e Conflito Transcultural do Estado da Ge�rgia, acredita que o tema n�o pode ser ignorado pelo Ocidente, ao esbo�ar as estrat�gias de combate ao EI. “O Estado Isl�mico est� recrutando mais crian�as para a sua causa do que elas est�o morrendo. Isso � um assunto de longo prazo”, explicou ao Correio, por e-mail. De acordo com ele, o uso de crian�as � considerado estrat�gico pelos jihadistas. “Elas s�o vistas como um ativo para a organiza��o, tanto do ponto de vista militar quanto pol�tico”, observa. “A fac��o tem mobilizado as crian�as recrutadas como suicidas, soldados para combate em solo e propagandistas.”

No �ltimo dia 10, o EI divulgou v�deo que chocou a comunidade internacional. Nas imagens, Isa Dare, um menino brit�nico de apenas 4 anos, aperta o bot�o do detonador e explode um carro ocupado por quatro prisioneiros. Diante do ve�culo em chamas, ele levanta as m�os para o c�u e grita “Allahu Akbar” (“Deus � maior”, em �rabe). Em outro v�deo, o mesmo garoto amea�a o Reino Unido e assiste � execu��o de cinco supostos espi�es brit�nicos. Nos �ltimos meses, o EI exibiu outros assassinatos com a participa��o de crian�as — um menino foi flagrado disparando a pistola contra a cabe�a de um homem acusado de ser agente russo.

Ritmo acelerado
“O mais preocupante � que o ritmo pelo qual as crian�as se envolvem com o Estado Isl�mico tem se acelerado. N�s conclu�mos o relat�rio em 31 de janeiro. Somente em fevereiro, mais 15 aderiram ao grupo. � um problema que vem ganhando for�a”, disse � reportagem Mia Bloom, tamb�m coautora do estudo, professora de comunica��o na Universidade do Estado da Ge�rgia e autora de Dying to kill: The allure of suicide terror (“Morrendo para matar: A fascina��o do terror suicida”). Ela n�o descarta o vi�s estrat�gico para o uso de menores no campo de batalha. “O Estado Isl�mico � um inimigo dif�cil de ser derrotado por uma s�rie de motivos. No entanto, alvej�-lo � ainda mais desafiador quando crian�as e jovens se misturam �s unidades adultas”, observa.

Ao analisarem 89 fotografias disseminadas pelo EI nas redes sociais, tr�s delas por vias n�o oficiais, os autores do relat�rio constataram que apenas em 6% das imagens as crian�as usavam m�scaras. Nos casos restantes, 46% tinham um sorriso no rosto, 27% mantinham express�o neutra e 26% aparentavam ira. Com frequ�ncia, os jihadistas associavam o mart�rio iminente � felicidade. Ao menos 1.500 crian�as estariam nas fileiras do EI, prontas para a luta e o suic�dio.


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