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Estado de Minas

Com tango na Argentina e beisebol em Cuba, Obama aposta em estrat�gias diferentes


postado em 25/03/2016 11:37

Os passos de tango e goles de mate de Barack Obama em Buenos Aires impactaram tanto quanto o "vamos jogar?" ou a partida de domin� em Havana. Este tour do presidente dos Estados Unidos mostrou outras estrat�gias para uma regi�o historicamente desconfiada de Washington.

Em Cuba, Obama aprofundou a reaproxima��o com o inimigo h� meio s�culo e na Argentina apostou no novo presidente Mauricio Macri como um exemplo de modelo pol�tico e econ�mico para a regi�o.

Mas foram suas sa�das com 'spanglish', sua postura descontra�da ao lado de Ra�l Castro para assistir uma partida de beisebol ou suas men��es aos astros do esporte argentino Lionel Messi e Manu Gin�bili, os gestos que acabaram selando uma aproxima��o hist�rica com dois pa�ses da regi�o - diferentes, mas com rela��es pol�ticas particularmente complexas com Washington.

"Hoje tomei meu primeiro mate. Gostei, e minha equipe at� disse que eu fui muito claro na coletiva de imprensa, acho que foi o mate que me ajudou a clarear as ideias", disse um risonho Barack Obama, quebrando o gelo num encontro com jovens empreededores em Buenos Aires.

Gamnhou a admira��o em um audit�rio lotado do bairro de La Boca, ao se dizer "fascinado" por Buenos Aires, cidade que, como o mate, descobriu na �poca da universidade atrav�s dos livros de Jorge Luis Borges e Julio Cort�zar.

O maior 'risco' ficou por conta de uma cena digna de Hollywood: deu uns passos de tango com uma bailarina, para a surpresa da plateia repleta de personalidades argentinas. O baile, no qual tamb�m se aventurou sua esposa, Michelle, ocorreu no majestoso complexo Centro Cultural Kirchner, em homenagem a N�stor Kirchner (2003-2007), inaugurado no ano passado pela ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015).

"Ele parecia contente, descontra�do, feliz", contou a bailarina Mora Godoy, que se atreveu a convid�-lo para dan�ar, temendo inclusive que os servi�os de seguran�a interviessem.

Godoy disse que "ficou muito alegre quando sua mulher tamb�m foi dan�ar e pudemos terminar o tango tranquilamente".

"Este � um novo come�o em nossa rela��o. Sa�de!", disse Obama, fazendo um brinde antes de degustar um cordeiro patag�nico, num jantar regado a vinho tinto da uva Malbec - tipicamente argentino.

- Gestos -

O forte apoio pol�tico que Obama ofereceu a Macri, "impressionado" com suas reformas econ�micas em apenas 100 dias, deixa de fora o sentimento de metade dos mais de 40 milh�es de argentinos.

A oposi��o critica as demiss�es no setor p�blico e privado, com aumento da taxa b�sica e a infla��o de mais de 8% no primeiro bimestre, depois de fechar o ano passado com 30%.

Macri ganhou a presid�ncia dando um rumo � centro-direita, com pouco mais de 51% dos votos em uma sociedade polarizada ap�s 12 anos de pol�ticas de protecionismo estatal impulsionada pelos Kirchner, quando abundou uma ret�rica anti-neoliberal e rusgas com Washington.

"Estou impressionado porque ele (Macri) fez rapidamente muitas das reformas que prometeu para gerar um crescimento econ�mico sustent�vel e inclusivo, para reconectar a Argentina com a economia e a comunidade globais", disse Obama na quarta-feira.

O analista pol�tico Carlos Fara acredita que foi esse apoio prematuro a Macri foi um risco, mas avalia que Obama "n�o perde nada, j� que est� terminando seu mandato".

"O apoio a Macri � irrepreens�vel para sua pol�tica interna. E em qualquer caso cala a boca dos republicanos que n�o concordam com a abertura para Cuba", disse � AFP.

- Desconfiadamente -

Quando Obama pediu em Cuba para "deixar para tr�s os vest�gios da Guerra Fria" e na Argentina pediu n�o ficar no passado, fez a diferen�a com aquele Estados Unidos dos anos 1960 e 70 que apoioi ditaduras militares para conter o avan�o da esquerda na Am�rica Latina.

A autocr�tica de Obama sobre o papel de Washington na ditadura argentina "foi totalmente 'light'", opinou a l�der do movimento M�es da Pra�a de Maio, Linha Fundadora, Taty Almeida. Os organismos humanit�rios esperavam um arrependimento aberto.

Mas segundo Fara, o gesto de Obama de visitar o memorial �s v�timas do regime militar (1976-83) e pronunciar a frase "nunca mais" foi um "gesto que caiu como uma alian�a tanto no dedo de Obama como no de Macri".


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