
"Meus pais sempre me disseram que tudo acontece por uma boa raz�o e n�o sei porque estive nestes locais toda vez" - em Boston em 2013, em Paris em novembro de 2015 e em Bruxelas na ter�a-feira -, relatou calmamente este jovem da cama onde convalesce, com a cabe�a enfaixada, � emissora americana CNN.
"Estava nestes locais onde certas coisas aconteceram. Sinto que o plano de Deus � muito maior do que a gente imagina", acrescentou o jovem m�rmon � ABC.
"Minha f� tem me guiado por toda a minha vida, me permitiu crescer e ter experi�ncias. N�o sei porque estava nestes locais, mas o que sei � que cada vez fui atendido por pessoas extraordin�rias, que me apoiaram e agrade�o a elas", prosseguiu.
Mason Wells, que deve se recuperar quase totalmente de seus ferimentos ap�s um longo per�odo de convalescen�a, contou que aguardava pr�ximo ao mostrador da companhia a�rea americana Delta quando o primeiro suicida detonou os explosivos que levava consigo.
"Fiquei consciente todo o tempo", explicou o mission�rio. "Tinha tirado meu iPad para checar uma coisa quando a primeira bomba explodiu. O barulho foi realmente muito forte. N�o sabia de onde vinha, n�o esperava por isso".
"Explodiu � minha direita e acho que o meu corpo foi tirado do ch�o. O iPad que tinha nas m�os, n�o sei, simplesmente desapareceu... Talvez tenha batido na minha cabe�a quando escapou das minhas m�os. O mesmo aconteceu com o rel�gio que estava no pulso esquerdo; desapareceu. Meu sapato esquerdo explodiu e senti em grande parte do meu corpo, do lado direito, um calor muito forte, depois frio. Fiquei coberto de fluidos, muito sangue e muito sangue que n�o era meu".
Estado de choque
"Depois de sentir calor e frio, vi fogo na minha frente e em volta de mim. Havia chamas por todos os lados", disse Wells.O jovem, procedente do estado de Utah (oeste) estimou que se encontrava a 10 ou 15 metros da bomba quando explodiu.
"Demorei talvez um segundo, meio segundo para perceber que uma bomba tinha explodido. Meu corpo entrou em estado de choque completo, sabia que estava ferido, [mas] n�o sabia se era grave. Encontrei uma sa�da e comecei a caminhar para a porta por onde t�nhamos entrado, mas quase tr�s ou quatro segundos depois da primeira, a segunda bomba explodiu. Senti a onda expansiva � minha direita, mas n�o acho que tenha sido atingido dessa vez", contou, lentamente.
Mason Wells estava h� umas seis semanas em Bruxelas e acompanhava um amigo no aeroporto. "Sou t�o afortunado... Vi outras pessoas perto de mim que foram muito mais afetadas. Rezo por elas, � meu �nico pensamento neste momento porque sei que tive sorte e que talvez todo mundo n�o tenha tido a mesma sorte que eu", acrescentou o jovem mission�rio.
Em abril de 2013, Wells estava em Boston para ver a m�e correr a maratona, quando duas bombas explodiram perto da linha de chegada, provocando a morte de tr�s pessoas. Ele estava a cerca de um quarteir�o das explos�es, contaram familiares a meios de comunica��o americanos. Ele tamb�m estava em Paris em 13 de novembro durante os atentados em que morreram 130 pessoas.