Os talib�s paquistaneses reivindicaram nesta segunda-feira o atentado suicida de domingo que deixou pelo menos 72 mortos em um parque lotado de Lahore, ao mesmo tempo que confirmaram que o ataque tinha os crist�os como alvos.
"Executamos o ataque de Lahore e os crist�os eram o nosso alvo", afirmou Ehsanullah Ehsan, porta-voz da fac��o Jamaat-ul-Ahrar, antes de prometer mais ataques contra escolas e universidades.
Do balan�o provis�rio de 72 mortos, 29 eram crian�as, informou � AFP Muhamad Usman, funcion�rio do governo da cidade, que tamb�m citou pelo menos 200 feridos.
O atentado, o mais violento de 2016 no Paquist�o, dinamita a sensa��o de melhora na seguran�a do pa�s.
A explos�o aconteceu no parque Gulshan-e-Iqbal, perto do centro da cidade e especialmente lotado no dia em que a comunidade crist� celebrava o domingo de P�scoa.
"O homem-bomba detonou os explosivos perto da �rea das crian�as, onde elas brincavam nos balan�os", afirmou Usman.
A pol�cia isolou a �rea e nesta segunda-feira ainda era poss�vel observar peda�os de roupas ensanguentados nos balan�os, em uma demonstra��o do massacre da v�spera.
No domingo, os m�dicos descreveram cenas de horror no hospital Jinnah, ao mesmo tempo que o Twitter foi dominado por pedidos de doa��o de sangue.
A situa��o continuava ca�tica na manh� desta segunda-feira, com parentes de v�timas e jornalistas entrando e saindo do centro m�dico.
A prov�ncia de Punjab, que tem Lahore como capital, decretou tr�s dias de luto oficial, mas as escolas e os servi�os administrativos estavam abertos, segundo uma fonte oficial.
A jovem paquistanesa Malala Yousafza�, vencedora do Nobel da Paz, afirmou estar "abatida com a matan�a sem sentido".
Os atentados contra crian�as t�m um impacto especial no Paquist�o, um pa�s que permanece traumatizado pelo ataque talib� cometido contra uma escola de Peshawar que deixou 154 mortos no fim de 2014.
- 'Contra os crist�os' -
"Perdi dois jovens de minha fam�lia, meu filho e meu neto", afirmou, sem conseguir conter as l�grimas, Yousaf Masih, crist�o de 55 anos, diante do necrot�rio.
Javed Ali, residente de Lahore, 35 anos, cuja casa est� situada diante da entrada do parque, disse � AFP que escutou "uma enorme explos�o que destruiu as janelas" de sua casa.
De acordo com Ali, o parque, que ele mesmo visitou algumas horas antes, "estava repleto de pessoas devido � P�scoa, muitos crist�os, tinha tanta gente que falei para minha fam�lia n�o ir at� l�".
No Paquist�o, grupos islamitas armados atacam com frequ�ncia a minoria crist�, que representa cerca de 2% da popula��o deste pa�s majoritariamente mu�ulmano sunita de 200 milh�es de habitantes.
O porta-voz dos servi�os administrativos da cidade, Imran Maqbool, afirmou que o atentado de domingo matou de 10 a 15 crist�o".
- Tens�o em Islamabad -
Na capital Islamabad, a situa��o continuava tensa nesta segunda-feira por um protesto de partid�rios de um islamita condenado por assassinato e executado em fevereiro, Mumtaz Qadri.
Ap�s a manifesta��o de domingo, que reuniu 25.000 pessoas, quase 3.000 passaram a noite na avenida da Constitui��o, pr�xima ao Parlamento, em um claro desafio �s for�as de seguran�a.
Os manifestantes exigem a execu��o de uma crist� acusada de blasf�mia, Asia Bibi, e que Mumtaz Qadri, executado pelo assassinato do governador Salman Taseer em 2011, seja declarado oficialmente "m�rtir".