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Estado de Minas

Temer promete recuperar credibilidade ao assumir Presid�ncia interinamente


postado em 12/05/2016 20:55

O presidente interino, Michel Temer (PMDB-SP), prometeu aos brasileiros, nesta quinta-feira, recuperar a credibilidade do pa�s e resgat�-lo do abismo econ�mico, em pronunciamento ap�s assumir o posto com o afastamento de Dilma Rousseff.

Cercado de seu rec�m-empossado gabinete, composto por 24 ministros - todos homens - no Pal�cio do Planalto, o vice de Dilma, transformado em um de seus principais inimigos, dirigiu palavras de esperan�a aos brasileiros e pediu confian�a na capacidade da maior economia latino-americana em superar a pior recess�o em d�cadas.

"� preciso recuperar a credibilidade do Brasil no cen�rio nacional e internacional" e adotar medidas que cortem os gastos p�blicos e atraiam investimentos para combater a elevada infla��o e o desemprego crescente, disse Temer, um astuto e discreto advogado constitucionalista de 75 anos, conhecedor dos bastidores do poder.

'Governo de salva��o nacional'

Primeira mulher eleita presidente do Brasil, Dilma Rousseff foi substitu�da nesta quinta-feira, depois que o Senado decidiu afast�-la por at� 180 dias para submet�-la a um julgamento pol�tico, em uma sess�o intermin�vel que durou mais de 20 horas.

A ex-guerrilheira, de 68 anos, � acusada de crime de responsabilidade por maquiar contas p�blicas nas chamadas "pedaladas fiscais", mas se declara inocente e afirma que Temer � "um traidor que aplicou um golpe parlamentar", juntamente com seu tamb�m desafeto, o presidente afastado da C�mara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Em um contexto de elevada politiza��o entre defensores e cr�ticos do impeachment, o presidente interino disse que "� urgente pacificar a na��o e unificar o Brasil" e que implantar� um "governo de salva��o nacional".

O Brasil sofreu forte contra��o de 3,8% do PIB no ano passado, a maior em 25 anos. Este ano, o recuo se antecipa igual ou pior. Com crescimento zero previsto para 2017, os especialistas indicam que a maior economia latino-americana se encaminha para a pior recess�o em um s�culo.

Apelo � resist�ncia

Minutos antes de deixar o Planalto, uma Dilma desafiadora apelou � mobiliza��o popular para defender a democracia.

"Aos brasileiros que se op�em ao golpe, independentemente de posi��es partid�rias, fa�o um chamado: mantenham-se mobilizados, unidos e em paz", afirmou Dilma em sua despedida do Planalto, que marcou, na pr�tica, o fim de 13 anos de governo do PT.

"A luta pela democracia n�o tem data para terminar", acrescentou, de cabe�a erguida e sem derramar uma l�grima.

"O que est� em jogo no processo de impeachment n�o � apenas meu mandato. Est� em jogo o respeito �s urnas, � vontade soberana do povo brasileiro e � Constitui��o. O que est� em jogo s�o as conquistas dos �ltimos 13 anos, os ganhos das pessoas mais pobres e da classe m�dia", acrescentou, em refer�ncia aos programas sociais impulsionados pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

Dilma deixa o cargo com apenas 10% de popularidade, em meio ao megaesc�ndalo de propina na Petrobras, que atinge boa parte da elite do poder em Bras�lia, e ficar� sem inaugurar os Jogos Ol�mpicos, que se celebram em agosto no Rio.

Para afast�-la definitivamente, a oposi��o precisar� de dois ter�os dos votos no Senado (54 do total de 81 membros) - um a menos que os contabilizados na manh� desta quinta-feira, o que torna pouco prov�vel a volta de Dilma ao poder.

Grande parte de seu desgaste se deve ao esc�ndalo na Petrobras, descoberto h� dois anos, e que exp�s dezenas de pol�ticos do PT e partidos aliados, bem como empres�rios poderosos.

A ex-guerrilheira n�o � alvo de nenhuma investiga��o, ou de acusa��o por corrup��o. Mas tanto aliados quanto advers�rios s�o investigados, ou acusados, neste imenso esc�ndalo que desviou da Petrobras mais de US$ 2 bilh�es.

Sessenta e um por cento dos brasileiros s�o favor�veis ao impeachment de Dilma, mas o processo � questionado, porque o Congresso carece de credibilidade: a maioria de deputados e senadores j� foi condenada, ou � acusada de ter cometido crimes em algum momento.

Os mercados apostam em que Temer possa mudar o rumo da economia do pa�s. Ele conta, por�m, com uma popularidade baix�ssima e enfrenta enormes desafios - quase os mesmos que fizeram a opini�o p�blica se desiludir com Dilma.

O novo gabinete arrancou aplausos dos mercados: o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, ligado ao mercado, ser� o novo ministro da Fazenda; e o economista Jos� Serra, ex-governador de S�o Paulo, estar� � frente do Itamaraty.

Tamb�m h� fortes cr�ticas diante da aus�ncia no gabinete de mulheres - n�o foi nomeada uma sequer - e de negros ou mulatos, que comp�em 53% da popula��o brasileira. Al�m disso, sete dos 24 ministros est�o na mira da "Opera��o Lava Jato", investiga��o da Pol�cia Federal sobre a corrup��o na Petrobras.

Os ambientalistas tamb�m criticaram muito a indica��o de Blairo Maggi, um poderoso latifundi�rio, conhecido como o "rei da soja", ao Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento. Ele � acusado de favorecer o corte ilegal de �rvores e o desmatamento na Amaz�nia.

Enquanto estiver afastada, Dilma Rousseff vai preparar sua defesa no Pal�cio da Alvorada, resid�ncia oficial da Presid�ncia. Ela manter� seu sal�rio integral e ter� direito a assist�ncia m�dica, seguran�a pessoal, transporte a�reo e terrestre e uma equipe de funcion�rios para seu gabinete pessoal.


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