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Estado de Minas

Lenda do boxe, Muhammad Ali morre aos 74 anos


postado em 04/06/2016 16:37

A lenda americana do boxe Muhammad Ali, um �cone do s�culo XX cuja vida e carreira de mais de tr�s d�cadas transcenderam o mundo do esporte, faleceu na noite de sexta-feira, aos 74 anos, em um hospital de Phoenix (Arizona).

"Ap�s 32 anos de luta contra o Mal de Parkinson, Muhammad Ali morreu aos 74 anos", disse seu porta-voz, Bob Gunnell.

O funeral p�blico de Ali ser� celebrado na sexta-feira em Louisville, Kentucky, sua cidade natal, informou Gunnel.

O ex-presidente americano Bill Clinton, o ator Billy Crystal e o jornalista esportivo Bryant Gumbel se revezar�o no discurso f�nebre.

Na quinta-feira, um funeral �ntimo para a fam�lia preceder� o ato p�blico, informou o porta-voz a jornalistas em Scottsdale, Arizona.

A morte de Muhammad Ali foi lamentada por presidentes, pol�ticos, empres�rios, ativistas sociais e pessoas humildes, uma prova do impacto provocado por 'The Greatest' (O Maior), como ele mesmo se definiu durante carreira, uma designa��o que se provou verdadeira com suas a��es.

"Muhammad Ali era o Maior. Ponto final", sentenciou o presidente americano Barack Obama, em vibrante homenagem.

Aos poucos, as ruas ao redor do Scottsdale Healthcare Osborn Medical Center come�aram a receber f�s, ap�s o an�ncio da morte do grande campe�o dos pesos pesados. Como em uma noite de combate, as pessoas se aproximaram do hospital para aplaudir e recordar o legado de Ali.

O mesmo aconteceu na sua cidade natal de Louisville, no Kentucky, onde uma cerim�nia em sua homenagem foi organizada pelo prefeito Greg Fisher, que saudou "um homem de a��o e de princ�pios".

Um justo retorno para o campe�o que sofreu na pela a discrimina��o racial quando era garoto, nos tempos da segrega��o nessa cidade no interior dos Estados Unidos.

N�o ao Vietn�

O mesmo Ali que deslumbrou o mundo com seu boxe n�o convencional para �poca, suas bravatas e declara��es fortes para aumentar a venda de ingressos de suas lutas, foi o homem que se negou a combater na guerra do Vietn�, "para n�o matar semelhantes", e se tornou um pacifista e ativista dos direitos civis.

Ele provocou um terremoto no establishment com sua forma de agir e levou o boxe a outra dimens�o, o que marcou o in�cio das lutas milion�rias exibidas na TV.

Mas ao perceber que promotores inescrupulosos come�aram a ficar com a maior parcela do neg�cio, prejudicando os boxeadores, Ali brigou nos tribunais e no Congresso americano para aprovar em 1999 a "Lei de Reforma do Boxe Muhammad Ali", que protege os direitos e o bem-estar dos pugilistas.

Suas a��es dentro e fora dos ringues resultaram nas bolsas milion�rias desfrutadas atualmente por muitos pugilistas com menos talento.

Floyd Mayweather, o boxeador que ganhou mais dinheiro na hist�ria do boxe, afirmou que suas grandes bolsas foram poss�veis apenas porque "Ali abriu o caminho".

Cassius Clay

Nascido com o nome de Cassius Marcellus Clay Jr. em 17 de janeiro de 1942 em Louisville, Kentuck, mudou de nome para Muhammad Ali ap�s a convers�o ao isl� em 1964, no calor do movimento dos direitos civis.

Seu nome original come�ou a ficar famoso quando conquistou o ouro ol�mpico em Roma-1960. Ele iniciou a carreira profissional no mesmo ano, tornando-se campe�o mundial da AMB em 1964, ao derrotar Sonny Liston por nocaute no 7� round.

As dificuldades come�aram cedo, j� que cresceu no sul segregado dos Estados Unidos e sofreu com os preconceitos raciais e a discrimina��o.

Talvez por este motivo tenha abra�ado o boxe e aos 12 anos descobriu seu talento para o esporte, ap�s uma pegadinha do destino, quando sua bicicleta foi roubada.

Ali fez a den�ncia do roubo e o policial que o atendeu, Joe Martin, o convenceu de que ele deveria aprender a se defender, virando seu primeiro treinador no gin�sio Columbia de Louisville. Assim teve in�cio a lenda.

Com apenas 22 anos e ainda como Cassius Clay, conquistou seu primeiro t�tulo dos pesados ao vencer Sonny Liston no dia 25 de fevereiro de 1964, em Miami, Fl�rida.

Clay usou sua velocidade e jogo de pernas - que marcaram sua carreira - para derrotar o lento Liston, que abandonou a luta no sexto round. Ap�s o nocaute t�cnico, Clay proclamou ao mundo: "sou o maior"!

Em 25 de maio de 1965, j� como Muhammed Ali, voltou a enfrentar Liston em Lewiston, no Maine, para derrubar o desafiante logo no primeiro round.

O mestre indiscut�vel dos pesos pesados, considerado "o maior de todos", provocou uma grande pol�mica alguns anos depois nos Estados Unidos, em 1967, quando se recusou a cumprir o servi�o militar e combater na guerra do Vietn�, alegando convic��es religiosas.

Ele foi detido e destitu�do do t�tulo mundial, al�m de ter sido proibido de praticar boxe profissionalmente por tr�s anos e meio.

No retorno aos ringues, Ali enfrentou Joe Frazier no Madison Square Garden.

No dia 8 de mar�o de 1971, com 50 pa�ses transmitindo o combate em Nova York, Ali come�ou dominando os tr�s primeiros rounds, mas Frazier assumiu o controle a partir do quarto assalto - com uma s�rie de ganchos - e encurralou o advers�rio no final.

Frazier manteve o t�tulo por decis�o un�nime dos ju�zes, impondo a Ali sua primeira derrota profissional.

Ali s� voltou a ser campe�o mundial em outubro de 1974, ao conquistar os t�tulos da AMB e CMB, depois de vencer o grande rival George Foreman, em Kinshasa, no Zaire, hoje chamado Rep�blica do Congo, por nocaute no oitavo round em uma luta que muitos consideram a maior de todos os tempos, conhecida como "Rumble in the Jungle".

Ali dan�ou no ringue para evitar a conhecida pegada do gigante Foreman, que disparava golpes e se cansava no sufocante calor africano diante das provoca��es, outra caracter�stica do lend�rio pugilista.

A partir do quarto round, Foreman j� mostrava cansa�o e come�ou a ser minado por uma sequ�ncia de golpes, que culminaram com o nocaute no oitavo assalto, ap�s um gancho de esquerda que sacudiu a cabe�a de Foreman e uma direita que o jogou na lona.

Outra luta antol�gica ocorreu em Manila, nas Filipinas, a terceira contra Frazier, que treinou intensamente para o combate realizado em outubro de 1975.

Ali come�ou com uma s�rie de golpes combinados, mas Frazier aproveitou o cansa�o do advers�rio para encaixar seus poderosos ganchos de esquerda, para dominar at� o d�cimo assalto, quando a lenda passou a reagir explorando sua velocidade para fechar os olhos de Frazier com golpes precisos no rosto.

O treinador de Frazier, Eddie Futch, jogou a toalha no 15� round, apesar das suas obje��es, e Ali venceu outro combate �pico.

O t�tulo foi perdido em fevereiro de 1978, com derrota para Leon Spins, e reconquistado na revanche, em setembro do mesmo ano.

A carreira profissional de Ali terminou com uma derrota por pontos para Trevor Berbick, no dia 11 de dezembro de 1981, no Queen Elizabeth Sports Centre de Nassau. Mas nada abalou a lenda.

Apenas um homem?

"Ali era um homem do povo. Um lutador pelo povo. Adoro Muhammad Ali, foi um amigo de toda a vida. Nunca vai morrer. Seu esp�rito seguir� para sempre", afirmou Don King, o promotor de suas maiores lutas, como as j� citadas 'Thrilla in Manila', o terceiro combate com Joe Frazier, ou 'Rumble in the Jungle' contra George Foreman.

Em 1984 Ali anunciou ao mundo que tinha o Mal de Parkinson.

"(Deus) me deu a doen�a de Parkinson para mostrar que eu era um homem como os demais, que tinha fragilidades como todo mundo. � tudo o que sou: um homem", disse em uma entrevista em 1987.

Em 1996, Ali emocionou o mundo ao acender a pira ol�mpica dos Jogos de Atlanta, j� tremendo por causa do Mal de Parkinson.

O famoso promotor e presidente da empresa Top Rank, Bob Arum, que come�ou a carreira no boxe com a organiza��o em 1972 da luta entre Ali e George Chuvalo, o descreveu como algo bem maior.

"Se foi um dos grandes. Muhammad Ali transformou este pa�s e impactou o mundo com seu esp�rito", disse Arum, de 84 anos.

"Seu legado ser� parte de nossa hist�ria por todos os tempos", completou.

"Ele esteve ao lado de Martin Luther King e Nelson Mandela, se levantou nos momentos dif�ceis e falou quando outros n�o falavam", relembrou Obama

Muhammad Ali passou os �ltimos anos devastado pelo Parkinson, mas nunca demonstrou sinal de desist�ncia e iniciou uma batalha contra a doen�a, em mais um combate de sua vida extraordin�ria.


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