Como um homem conhecido do FBI por sua radicaliza��o foi capaz de comprar armas e matar 49 pessoas em uma boite de Orlando? A pergunta surge com insist�ncia, um dia ap�s o massacre.
A investiga��o do FBI identificou, j� no domingo, Omar Seddique Mateen, um homem de 29 anos e nascido em Nova York, como o autor do ataque na boite gay Pulse, nesta cidade da Fl�rida mais conhecida por seus parques de divers�es.
Poucos minutos antes de iniciar o ataque, o pior tiroteio na hist�ria dos Estados Unidos, ele telefonou aos servi�os de emerg�ncia para jurar "lealdade" ao grupo Estado Isl�mico (EI), indicou no domingo o chefe do FBI em Orlando, Ronald Hopper.
Um dos feridos, Angel Colon Jr., descreveu a seu pai um agressor confiante, que agiu de forma met�dica.
"Ele passava por cada pessoa ca�da no ch�o e atirava para ter certeza de que ela estava morta", disse ao sair do hospital Orlando Regional Medical Center, Angel Colon, ap�s visitar seu filho.
O massacre lembra o cometido na casa de espet�culos parisiense Bataclan, em 13 de novembro, com uma tomada de ref�ns que foi seguida de um massacre.
Na madrugada de domingo para esta segunda-feira, as autoridades atualizaram a lista das v�timas mortas e identificadas, apenas 10, enquanto que o atentado fez ao menos 49 mortos, mais o atirador, e 53 feridos.
As rea��es de indigna��o e declara��es se multiplicam no mundo inteiro. O papa Francisco evocou "uma nova manifesta��o de uma loucura mortal e de um �dio insensato".
Interrogado tr�s vezes pelo FBI
Em Orlando, as primeiras manifesta��es ocorreram no domingo, principalmente em uma igreja na presen�a do governador Rick Scott, mas outra, maiores s�o esperadas nesta segunda-feira.
A associa��o de defende dos direitos da comunidade LGBT (l�sbicas, gays, bissexuais e transg�neros) Equality Florida anunciou uma manifesta��o nesta segunda � noite no lago Eola, um dos muitos lagos que salpicam a �rea.
Cerca de 1.500 pessoas confirmaram presen�a na p�gina do Facebook da associa��o.
OneBlood, ag�ncia de coleta de sangue, informou que n�o precisa mais de doa��es, depois que milhares de pessoas se apresentaram espontaneamente no domingo para doar.
A medida que as primeiras horas de urg�ncia se dissipam, todos os olhares come�am a se voltar para a investiga��o.
Os investigadores devem agora tentar determinar se Omar Seddique Mateen agiu sozinho ou sob ordens e compreender o seu percurso at� cometer o massacre.
No domingo, Ronald Hopper disse que o suspeito havia sido interrogado tr�s vezes pelo FBI em dois inqu�ritos.
O primeiro interrogat�rio aconteceu em 2013 sobre palavras radicais que ele teria proferido em seu local de trabalho.
Ele trabalhava desde 2007 e at� a data do ataque na empresa G4S, segundo confirmou no domingo a companhia brit�nica, uma das maiores de seguran�a do mundo.
Ap�s interrogar seus colegas, monitorar e verificar seus passos, o FBI n�o foi capaz de provar que Omar Mateen tinha realmente feito as declara��es e encerrou o caso.
Um ano depois, um novo interrogat�rio, desta vez sobre suas liga��es com Moner Mohammad Abusalha, um americano da Fl�rida que se juntou ao grupo Estado Isl�mico antes de morrer em um atentado com caminh�o-bomba em maio de 2014.
O FBI considerou na �poca que o contato entre os dois homens era "m�nimo" e que "n�o havia uma rela��o significativa ou uma amea�a", de acordo com Ronald Hopper.
"N�o havia nada que permitisse manter a investiga��o aberta", insistiu.
Deixado em liberdade, sem antecedentes criminais, Omar Mateen tinha duas licen�as para a compra de armas, com as quais adquiriu, alguns dias antes do ataque, uma pistola e uma arma longa.
O candidato presidencial republicano � Casa Branca Donald Trump disse que o ataque validava a sua proposta de proibir os mu�ulmanos de entrar em territ�rio americano.
"Desde 11 de setembro, centenas de migrantes e seus filhos se viram envolvidos no terrorismo nos Estados Unidos", disse ele em um comunicado.
Mas o debate parecia se orientar na dire��o de um tema mais recorrente, o controle de armas nos Estados Unidos.
Para o presidente Barack Obama, o ataque de domingo � "um lembrete da facilidade com a qual algu�m pode obter uma arma que lhe permite atirar em pessoas em uma escola, lugar de culto, cinema ou boate".
Ele estava se referindo ao tiroteio de Newton (26 mortes em 2012), de Charleston (9 mortes em 2015) e Aurora (12 mortes em 2012).