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Estado de Minas

Lobo solit�rio e com 'impulso homossexual'

Clientes da boate alvo do ataque relatam que o assassino ia ao local h� tr�s anos. Ex-agente do FBI v� mente perturbada


postado em 15/06/2016 00:12

Rodrigo Craveiro



Bras�lia –
O t�cnico em tomografia computadorizada Ethan Marc Hanna, 45 anos, costuma frequentar a boate Pulse, famosa entre o p�blico LGBT (l�sbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transg�neros), em Orlando (Fl�rida). No �ltimo fim de semana, ele foi � casa de praia com o namorado, onde comemoraram os 60 anos do sogro. “Fomos acordados por volta das 3h de domingo por amigos que perguntavam se est�vamos a salvo”, lembra. Dois dias depois do tiroteio em massa que matou 49 pessoas e o atirador e feriu 53, Ethan se lembra de ter conversado com o atirador Omar Mateen pelo Grindr, o mais conhecido aplicativo para encontros e bate-papo entre homossexuais. Durante todo o dia de ontem, ele tentava recordar a senha para recuperar as mensagens. “O perfil dele estava em branco. Ele sempre se comunicava com as pessoas com um ‘Al�’”, disse. Al�m de visitar sites gays, Mateen era cliente ass�duo da Pulse — de acordo com testemunhas, ele podia ser visto com frequ�ncia no local desde 2013 e teria insinuado o desejo de manter um relacionamento homossexual.

Sitora Ali Yusufi, ex-mulher de Mateen, admitiu que ele pode ter escondido a pr�pria orienta��o sexual. “Ele pode ter sido gay, mas escolheu ocultar sua real identidade com raiva e vergonha”, afirmou ela, que hoje vive com um brasileiro em Boulder, no Colorado. Sitora Yusifiy, relatou que o homem que invadiu a boate gay Pulse, em Orlando, era violento, inst�vel e com “impulsos homossexuais”. Imigrante do Uzbequist�o, Sitora conheceu Mateen pela internet, viveu com ele por quatro meses e disse que s� conseguiu escapar de Omar porque a fam�lia dela a resgatou.

A mulher afirmou aos policiais norte-americanos n�o acreditar que o ex-marido tenha qualquer tipo de liga��o com organiza��es terroristas. As afirma��es de Sitora Yusifiy foram feitas ao SBT, que transmitiu entrevista com ela na noite de segunda-feira. O brasileiro M�rcio Dias, noivo de Sitora e com quem ela agora mora, contou que a companheira lhe disse que Mateen “tinha tend�ncias homossexuais” e que o pai do autor do massacre em Orlando por v�rias vezes chamou o filho de “gay”. M�rio acrescentou que Sitora informou isso aos agentes do FBI aos quais prestou depoimento e que os policiais pediram a ela que n�o revelasse essas informa��es para m�dia norte-americana.


Frequ�ncia Ty Smith, cliente ass�duo da Pulse, declarou ao jornal Orlando Sentinel ter se deparado com o criminoso dentro da boate por cerca de 10 vezes. “Algumas vezes, ele ficava no canto, bebendo. Outras vezes, ficava t�o b�bado que se tornava barulhento e beligerante”, afirmou. “Quando voc� � gay e nasce num lar homof�bico, em algum momento voc� come�ar� uma jornada rumo � supress�o ou � honestidade. Este homem pode n�o ter se afastado da cena gay pelo fato de ser quem ele era. Ele escolheu ficar � ‘margem’ de nossa fam�lia e continuou sendo desonesto com a fam�lia em que nasceu”, aposta Ethan. V�rios clientes da Pulse admitiram, no Facebook, que o semblante de Mateen era “muito familiar”.

At� o fechamento desta edi��o, as autoridades norte-americanas privilegiavam a tese de que Mateen era um “lobo solit�rio”, inspirado por motiva��es jihadistas e radicalizado na internet. A situa��o de Noor Zahi Salman, 27 anos, vi�va de Mateen, pode se complicar nas pr�ximas horas. O FBI, a pol�cia federal dos EUA, anunciou que ela levou o marido at� a Pulse e o acompanhou at� um negociante de armas, de quem ele comprou uma pistola semiautom�tica 9mm e um fuzil de assalto ponto 223. Os policiais querem entender se Salman conhecia o plano da matan�a.

Ex-agente do FBI especializado em tra�ar o perfil de criminosos, Clint Van Zandt explicou ao Estado de Minas que Omar Mateen era motivado por temas ligados � sa�de mental. “A ex-mulher disse que ele era bipolar. Tamb�m carregava estrita interpreta��o da religi�o, decorando versos contr�rios � homossexualidade”, comentou. “Provavelmente, era um homossexual que n�o saiu do arm�rio, com um conflito em torna da identidade sexual. Expressava �dio dos negros, dos gays, dos judeus e de algumas mulheres. Espancava a ex-esposa e tinha dificuldades nos relacionamentos sociais”, acrescentou.

Para o contador John Eden, 26, sobrevivente da Pulse, Mateen provavelmente acessava aplicativos de namoro gay para conhecer os alvos do ataque. “Eu n�o creio que ele era gay. Acho que � uma mentira para faz�-lo parecer um homossexual que nos atacou e para minimizar o fato de ser um mu�ulmano”, disse � reportagem. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, viajar� amanh� a Orlando para visitar sobreviventes e apresentar suas condol�ncias. Ontem, ele fez quest�o de dirigir algumas palavras � comunidade LGBT. “Quero recordar a voc�s que n�o est�o s�s. O povo americano e nossos aliados e amigos em todo o mundo est�o com voc�s”, declarou, no terceiro discurso sobre a chacina.


Um sobrevivente do ataque em Orlando deu um depoimento emocionado � imprensa, durante coletiva no hospital. Angel Colon, 26, contou que se fingiu de morto para n�o ser atingido pelo fuzil AR-15 de Mateen. “Eu estava pronto para apenas ficar deitado no ch�o para que ele n�o percebesse que eu estava vivo”, disse. Foi baleado na perna, pisoteado pelas pessoas e arrastado por um policial em meio a sangue e estilha�os.

 

 


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