O governo et�ope assegurou nesta segunda-feira que Feyisa Lilesa, o maratonista e medalhista ol�mpico que protestou nos Jogos Ol�mpicos do Rio-2016 contra a pol�tica de Addis Abeba, n�o ser� punido se voltar para o seu pa�s, informou a r�dio estatal Fana.
No domingo de manh�, o atleta, prata na maratona masculina, realizou um protesto pol�tico ao cruzar a linha de chegada neste domingo, cruzando os bra�os, como se estivessem atados, em defesa da etnia Oromia, cujas manifesta��es recentes foram reprimidas com viol�ncia pelo governo.
"Realizei este gesto pela atitude do governo do meu pa�s contra a etnia Oromia. Tenho familiares na pris�o no meu pa�s. Se voc� falar de democracia te matam. Se eu voltar � Eti�pia, talvez me matem ou me prendam", declarou Lilesa, que pertence a esta etnia, durante coletiva de imprensa ap�s a prova.
"� muito perigoso se viver no meu pa�s. Talvez eu tenha que ir para outro pa�s. Protestei pelas pessoas em qualquer lugar do mundo que n�o t�m liberdade", acrescentou.
"Lilesa n�o ter� nenhum problema em raz�o de seu posicionamento pol�tico", afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do governo, Getachew Reda, citado pela Fana.
"Apesar de expressar seu ponto de vista pol�tico nos Jogos Ol�mpicos, o atleta ser� acolhido quando retornar para casa, assim como os outros membros da equipe ol�mpica et�ope", acrescentou a mesma fonte.
A Eti�pia experimenta atualmente um movimento sem precedentes de contesta��o anti-governo, que come�ou na regi�o Oromo (centro) em novembro e que se espalhou nas �ltimas semanas para a regi�o Amhara (norte).
Estes dois grupos �tnicos representam cerca de 60% da popula��o da Eti�pia e protestam cada vez mais abertamente contra o que eles percebem como um dom�nio da minoria dos Tigreans, do norte do pa�s, que ocupam posi��es-chave no governo e nas for�as de seguran�a.
A violenta repress�o aos protestos j� deixou centenas de mortos desde o final de 2015, estimam organiza��es de direitos humanos.