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Estado de Minas

Quinze anos ap�s 11/9, EUA continuam sua guerra global ao terror

Atentado �s Torres G�meas do World Trade Center (WTC), em Nova York, deixaram quase 3 mil mortos


postado em 10/09/2016 23:10 / atualizado em 11/09/2016 08:13

O 11 de Setembro mudou para sempre a cara dos Estados Unidos, afetando sua Pol�tica Externa e de Seguran�a, com o pa�s ainda mergulhado - 15 anos depois - na "Guerra Global ao Terror" (GWOT), agora atualizada contra o "terror jihadista" e sem conseguir p�r fim ao caos no Oriente M�dio. Como destacam especialistas consultados pela AFP, mesmo que o presidente Barack Obama - no poder desde janeiro de 2009 - tenha se recusado a adotar um intervencionismo militar desenfreado nas guerras do mundo �rabe e tenha buscado reconciliar a Am�rica com os pa�ses mu�ulmanos, ele deixa os Estados Unidos em um estado de conflito permanente contra o "terror" islamita, ou seja, deixa um legado misto nessa �rea.

O democrata encerra seu mandato em janeiro do ano que vem e ficar� como o presidente que tirou o pa�s do Iraque e do Afeganist�o - conflitos devastadores deflagrados por seu predecessor republicano, George W. Bush, em resposta aos piores atentados da Hist�ria americana e sob a bandeira da chamada GWOT (na sigla em ingl�s). "A din�mica amea�a do terrorismo islamita levou ao presidente Obama, contra suas pr�prias prefer�ncias, a se engajar militarmente no Iraque mais uma vez e, desde ent�o, na S�ria e na L�bia tamb�m", afirmou Tamara Cofman Wittes, diretora do Centro de Pol�ticas para o Oriente M�dio da Brookings Institution, um prestigioso think tank com sede em Washington.

Apesar disso, "mesmo 15 anos depois do 11 de Setembro, as guerras no Oriente M�dio, as met�stases do EI (grupo Estado Isl�mico), a radicaliza��o on-line e os atentados na Europa e na Am�rica impedem de enterrar o paradigma da 'guerra mundial contra o terrorismo'", escreve Tamara no site do F�rum Econ�mico Mundial. De fato, a primeira pot�ncia mundial continua militarmente engajada em diferentes teatros de guerra: na S�ria e no Iraque, contra o EI; no Afeganist�o; na L�bia; no I�men; na Som�lia; ou na Nig�ria, diante de uma gama de insurrei��es islamitas. "O pensamento do governo Obama � que grandes guerras pioram as coisas", explicou � AFP o pesquisador s�nior Hussein Ibish, do Arab Gulf States Institute, que fica em Washington.

Pelo contr�rio, o comandante-em-chefe fez seus militares entrarem em uma nova era, com o uso cada vez maior de avi�es n�o tripulados (os drones), com o envio de for�as especiais e com a forma��o de Ex�rcitos locais. Segundo dados do Congresso dos Estados Unidos, o custo humano e financeiro desses compromissos � mais limitado. Trata-se de um fator significativo, depois da morte de 5.300 soldados americanos, de outros 50.000 feridos e do montante de cerca de US$ 1,6 trilh�o gasto no Iraque e no Afeganist�o entre 2001 e 2014.

Essa pol�tica militar de Barack Obama atingiu seu �pice em maio de 2011, quando for�as especiais mataram o respons�vel pelo 11 de Setembro e l�der da rede Al-Qaeda, Osama bin Laden, em sua pr�pria resid�ncia, no Paquist�o.

'Caos insol�vel'

Para Ibish, por�m, esse "uso limitado dos recursos" militares "se parece com uma guerra ininterrupta". "� at� mesmo mais do que uma guerra permanente, porque os recursos militares limitados n�o podem mudar em nada a instabilidade dos conflitos regionais. Aceita que o caos atual � insol�vel", acrescenta o analista. Para a trag�dia s�ria, por exemplo, nenhuma paz dur�vel se apresenta no horizonte, apesar das interven��es militares e das tentativas diplom�ticas de Estados Unidos e R�ssia. E um reengajamento armado americano de envergadura no Oriente M�dio n�o est� inclu�do nos programas dos dois candidatos � Casa Branca nas elei��es de 8 de novembro - a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump.

Para a pesquisadora americana Amy Greene, da Sciences-Po Paris, 15 anos depois do 11/9, "a resposta militar n�o � boa, porque o terrorismo n�o representa uma amea�a existencial para os EUA". Neste s�bado (10), o presidente Obama reconheceu que "a amea�a terrorista evoluiu", referindo-se aos "lobos solit�rios" nos Estados Unidos. "No Afeganist�o, no Iraque, na S�ria e al�m, combatemos sem descanso as organiza��es terroristas como a Al-Qaeda e o grupo Estado Isl�mico", garantiu ele em uma mensagem ao pa�s sobre a simb�lica data. "Vamos destru�-los e continuaremos a fazer tudo que estiver em nosso poder para proteger nosso pa�s", prometeu.

Greene lembra que "n�o houve um ataque em solo americano da mesma amplitude" que os atentados �s Torres G�meas do World Trade Center (WTC), em Nova York, que deixaram quase 3 mil mortos.

Vigil�ncia tentacular


Isso n�o impede que Washington tenha medo dos atentados mais rudimentares realizados por islamitas locais radicalizados, como no caso do tiroteio em junho, na Fl�rida, cometido por um americano de origem afeg�, que deixou 49 mortos, e aquele cometido em dezembro passado na Calif�rnia, por um americano de origem paquistanesa e sua mulher, com saldo de 14 mortos. Frente � amea�a "terrorista", os Estados Unidos ampliaram um tentacular aparelho de vigil�ncia e de Intelig�ncia dentro do pa�s e no exterior. O or�amento para a Ag�ncia Central de Intelig�ncia (CIA), a Pol�cia Federal americana (FBI) e a Ag�ncia de Seguran�a Nacional (NSA) praticamente dobrou desde 2001.

"Porque, para o FBI, a amea�a que vai predominar nos pr�ximos cinco anos ser� o impacto de esmagar o califado do EI", justificou o diretor do �rg�o, James Comey. Desde o Patriot Act (Lei Patri�tica, em tradu��o literal) votado no Congresso logo ap�s o 11/9 e "revalidado por Obama (...) os americanos aceitaram ceder uma parte de suas liberdades", criticou Greene.

Uma pesquisa do Pew Research Center revela que "40%" dos americanos temem que "terroristas tenham mais capacidade do que no 11 de Setembro para lan�ar um novo grande ataque aos Estados Unidos".

Esse � o percentual mais alto j� registrado desde 2002. "O EI convocou seus membros a atacar os cidad�os americanos (...) onde quer que estejam", advertiu o Departamento de Estado em nota divulgada neste s�bado (10) sobre o risco "terrorista".


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