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Estado de Minas HAVANA

Morre ex-ditador Fidel Castro, aos 90 anos


postado em 26/11/2016 07:14 / atualizado em 26/11/2016 09:42

A 1h29 deste s�bado (hor�rio de Bras�lia) morreu o ex-ditador cubano, Fidel Castro. A not�cia foi confirmada por Raul Castro, irm�o de Fidel e atual presidente em um discurso na Television News Nacional. Na declara��o, o presidente disse:

Querido povo de Cuba:

Com profunda dor que eu apare�a para informar o nosso povo e os amigos da Am�rica e do mundo, dia 25 de novembro, �s 10:29 durante a noite morreu o comandante-em-chefe da Revolu��o Cubana, Fidel Castro Ruz. Em conformidade com a vontade expressa do camarada Fidel, seus restos mortais ser�o cremados. Nas primeiras horas da manh� de s�bado 26, a comiss�o organizadora do funeral, o nosso povo fornecer informa��es detalhadas sobre a organiza��o da homenagem p�stuma que tributado o fundador da Revolu��o Cubana. At� � vit�ria, sempre!

O texto original:

Querido pueblo de Cuba:

Con profundo dolor comparezco para informarle a nuestro pueblo y a los amigos de Am�rica y del mundo, que hoy 25 de noviembre, a las 10:29 horas de la noche falleci� el Comandante en Jefe de la Revoluci�n Cubana Fidel Castro Ruz. En cumplimiento a la voluntad expresa del Compa�ero Fidel, sus restos ser�n cremados. En las primeras horas de ma�ana s�bado 26, la comisi�n organizadora de los funerales, brindar� a nuestro pueblo una informaci�n detallada sobre la organizaci�n del Homenaje p�stumo que se le tributar� al fundador de la Revoluci�n Cubana. ¡Hasta la victoria siempre! 

 

Fidel Castro tinha 90 anos. Uma de susas �ltimas apari��es foi inclusive nas comemora��es de seu anivers�rio em agosto em uma festa que reuniu cerca de 100 mil pessoas.

Lenda da esquerda latino-americana, Fidel Castro, morreu no fim da noite de sexta-feira, informou seu irm�o e atual presidente Ra�l Castro.

Fidel foi o l�der hist�rico da revolu��o cubana, que, mais de cinco d�cadas depois de seu triunfo, sobrevive como um dos �ltimos regimes comunistas do mundo.

�nico nome ainda vivo dos grandes protagonistas da Guerra Fria, Fidel encarnou o s�mbolo do desafio a Washington: o guerrilheiro de barba e uniforme verde oliva, que fez uma revolu��o socialista, marxista-leninista, a apenas 150 km do litoral dos Estados Unidos.

Fidel governou por 48 anos a ilha, mas continuou sendo o l�der m�ximo e guia ideol�gico da revolu��o mesmo quando, doente, delegou o poder a seu irm�o Ra�l, cinco anos mais velho, em 31 de julho de 2006.

No dia 1 de janeiro de 1959, Fidel Castro, � frente do em ex�rcito de "barbudos", derrotou o ditador Fulg�ncio Batista, ap�s 25 meses de luta nas montanhas de Sierra Maestra. Este dia foi o come�o de um pesadelo para Washington e uma era de polariza��o na Am�rica Latina.

Em seu comando, Cuba participou do momento mais quente da Guerra Fria, converteu-se em santu�rio da esquerda, inspira��o e sustenta��o de grupos armados que enfrentaram regimes de direita e sangrentas ditaduras, na �poca financiadas pelos Estados Unidos em seu af� de frear o avan�o do comunismo.

O PATRIARCA

Fidel dirigiu com pulso firme o destino dos cubanos, para uns um pai insubstitu�vel, para outros com um orgulho messi�nico. Em seu governo nasceram 70% dos 11,2 milh�es de habitantes da ilha.

Seus opositores o viam como implac�vel ditador que acabou com as liberdades, submeteu os cubanos a pen�rias econ�micas e n�o admitiu a decad�ncia. Mais de 1,5 milh�o de pessoas partiram para o ex�lio, principalmente para Miami, nos Estados Unidos.

Mas, para seus seguidores, ele sempre foi um paradigma da justi�a social e da solidariedade para com o Terceiro Mundo, elevando Cuba � pot�ncia mundial no esporte, com os n�veis de sa�de e educa��o mais elevados da Am�rica Latina.

De personalidade excepcional, complexa e esmagadora, para ele nada passava indiferente. Opositores na ilha e no ex�lio, incluindo alguns "fidelistas", tra�am um retrato contrastado: inteligente, ambicioso, audaz, voluntarioso, corajoso e autorit�rio.

O ETERNO GUERRILHEIRO

Fidel nasceu na oriental aldeia de Bir�n, no dia 13 de agosto de 1926, terceiro dos sete filhos do imigrante espanhol Angel Castro e da camponesa cubana Lina Ruz.

Fidel Castro foi educado e disciplinado desde pequeno por jesu�tas, mas moldou sua rebeldia inata na Universidade de Havana, onde se graduou em direito em 1950.

Iniciou a revolu��o cubana aos 26 anos quando, com pouco mais de cem homens, tentou invadir, no dia 26 de julho de 1953, a segunda fortaleza militar da ilha, o quartel Moncada.

Sua famosa frase "A hist�ria me absolver�", dita quando foi julgado por essa a��o, mostrou o quanto compreendia do poder destas palavras. Foi um dos maiores oradores dos �ltimos 50 anos, famoso por seus discursos absurdamente infinitos.

Ficou exilado no M�xico e retornou com 81 homens, entre eles o argentino Ernesto Che Guevara e seu irm�o, em um desastroso desembarque no dia 2 de dezembro de 1956 para iniciar a guerra que derrotou Batista.

Sua hist�ria e a da revolu��o se confundem numa s�. Sobreviveu a uma invas�o da Ba�a dos Porcos, em 1961, � crise dos m�sseis em 1962 e � desintegra��o da Uni�o Sovi�tica. Sustentou militarmente e economicamente a ilha por mais de tr�s d�cadas.

Onze homens da Casa Branca tentaram asfixiar o governo comunista por meio de um embargo econ�mico, vigente desde 1962, considerado "criminoso" por Havana e, segundo os opositores de Fidel, utilizado por ele como justificativa para o desastre da economia.

De acordo com as for�as de seguran�a cubana foram 638 compl�s orquestrados contra Fidel Castro, principalmente pela CIA.

ENCANTADOR DE SERPENTES

Conspirador nato, teimoso e mestre na arte da estrat�gia, a emo��o do risco foi o maior est�mulo de sua vida. Em cada derrota via uma vit�ria disfar�ada. Era um p�ssimo perdedor.

Praticou nata��o, basquetebol, beisebol, ca�a submarina e outros esportes. Disciplinado, em 1959 fumava em m�dia uma caixa de charutos por dia, mas, no final de 1985 parou de fumar para combater o tabagismo em um pa�s produtor de tabaco por excel�ncia.

Homem de a��o, leitor voraz dotado de uma mem�ria invej�vel, conversador inveterado e inquieto, Fidel viveu em uma relativa austeridade.

Quando ficou doente em julho de 2006, manteve um regime de trabalho alucinante, ocupando-se do menor problema dom�stico at� o movimento mais calculado do xadrez pol�tico internacional. Contudo, um desmaio em 2001 e uma queda em 2004 acionaram os alarmes quanto � sa�de do homem mitificado, acreditado como imortal por muitos cubanos.

Ergueu um intranspon�vel muro entre sua vida p�blica e privada. S�o conhecidos oito filhos seus: seu primog�nito 'Fidelito', do casamento com Mirta D�az-Balart; Alina Fern�ndez e Jorge Angel, de outras duas rela��es; Alejandro, Antonio, Alexis, Alex e Angel, com Delia Soto del Valle, sua parceira por d�cadas at� sua morte.

Muitos amores passaram por sua vida, apesar disso se dizia t�mido com as mulheres. Em um pa�s engra�ado, musical e sensual, era pouco dado a piadas e n�o sabia dan�ar.

Sempre foi um guerrilheiro, simbolizado por seu eterno traje verde oliva de Comandante-em-Chefe. "Jamais deixarei a pol�tica", disse uma vez. Mas, depois das crises de sa�de, no crep�sculo de sua vida passou a se dedicar a leitura e escrita, auto-intitulando-se "soldado das ideias".

Na v�spera da revolu��o disse aos seus companheiros: "N�o viverei nem um dia a mais depois do dia de minha morte".


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