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Estado de Minas

O futuro incerto da ilha revolucion�ria ante a morte de Fidel


postado em 26/11/2016 09:40

O vai acontecer em Cuba com a morte de Fidel Castro? "Um grande funeral", ironizam os cubanos ante a pergunta, tentando minimizar o impacto que teria na ilha o desaparecimento do pai da revolu��o cubana.

"Os cubanos j� enterraram Fidel faz tempo", afirmou um diplomata ocidental que viveu v�rios anos em Cuba.

"Eles est�o com a cabe�a no futuro, para muitos deles Fidel n�o � mais que um passado glorioso", acrescentou.

Deixando o poder em 2006 para seu irm�o mais novo Ra�l, Fidel Castro conservou um peso moral exercido principalmente atrav�s de seus artigos publicados de forma regular na imprensa oficial.

"Com a morte de Fidel, a situa��o pol�tica e econ�mica provavemente se abrir�. Tirar� um peso sobre Ra�l. Ele n�o ter� mais que se preocupar com as contradi��es com seu irm�o mais velho, uma personalidade avassaladora", afirmou � AFP Michael Shifter, presidente do Inter-American Dialogue, um centro de estudos americanos.

Desde sua grave doen�a em 2006, sua imagem se modificou e ele trocou seu uniforme verde oliva pelos trajes esportivos.

A figura paternal do "comandante em chefe", t�o respeitada quanto temida, permaneceu onipresente, apesar de toda sua vida Fidel Castro cuidadosamente evitar o culto � personalidade ao estilo estalinista.

Em Cuba n�o h� est�tuas suas nem grandes retratos nas ruas, mas os muros est�o cobertos por frases suas e a imprensa oficial cita cotidianamente suas frases grandiloquentes.

- O chefe -

Setenta por cento dos cubanos jamais conheceram outro l�der a n�o ser aquele que chamam simplesmente Fidel, "o comandante" ou "o chefe". Nas conversas, os mais prudentes simplesmente aludiam a ele fazendo um gesto de acariciar a barba, e falando baixo...

"A imensa maioria dos cubanos conserva um v�nculo pessoal com Fidel. Tanto quem o apoiava, totalmente ou com discrep�ncias, como aqueles que viam nele a causa de todos os males de Cuba", afirma o analista pol�tico Rafael Hern�ndez, diretor da revista Temas.

"Eu n�o sou comunista, sou fidelista", professavam os cubanos que se aventuravam a falar de pol�tica com estrangeiros.

"A expectativa de mudan�a vai crescer entre a maioria dos cubanos. A morte de Fidel muito certamente abrir� a porta para conflitos maiores e confrontos entre as pessoas que exercem o poder. Se ter� ido o �rbitro supremo de todos os conflitos em Cuba. Ra�l ter� mais, muito mais espa�o, mas tamb�m o ter�o seus advers�rios pol�ticos", estimou Michael Shifter.

Arturo L�pez Levy, especialista em assuntos cubanos do Centro de Estudos Globais da Universidade de Nova York, foi mais prudente.

"Depois da morte de Fidel, ganhar�o �mpeto a reforma orientada para o mercado e a erradica��o das pol�ticas comunistas mais impratic�veis. Sem o carisma de Fidel, as disposi��es do Partido Comunista descansar�o nos resultados econ�micos", afirmou.

"Mas o impacto sobre o ritmo e a natureza das reformas de Ra�l ser� limitado. Ra�l j� tem a �ltima palavra na aplica��o de sua agenda reformas. Ele n�o necessita provar sua legitimidade", acrescentou L�pez Levy.

"A era p�s-Fidel come�ou em 2006, o que conta de agora em diante � a o p�s-Ra�l", afirmou o diplomata ocidental.


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