Eficaz e persuasiva, Kellyanne Conway, a loira estrategista republicana que conseguiu levar Donald Trump � presid�ncia dos Estados Unidos, ser� a mulher com mais poder na Casa Branca.
Magra, elegante e m�e de quatro filhos, Conway, de 49, fundou h� alguns anos seu pr�prio instituto de pesquisa e foi a primeira mulher a dirigir uma campanha � presid�ncia vitoriosa. A partir de 20 de janeiro, ser� uma "conselheira pr�xima" de Trump, anunciou a equipe de transi��o do presidente eleito, em nota divulgada nesta quinta-feira (22).
Conway "conservar� na Casa Branca seu papel de assessora pr�xima do presidente e trabalhar� com funcion�rios de alto perfil para aprovar e aplicar eficazmente as prioridades legislativas e as iniciativas do governo", explicou o comunicado.
O pr�prio Trump lembrou nesta quinta-feira que Kellyanne Conway "� uma assessora e estrategista de confian�a, que desempenhou um papel determinante na vit�ria".
"Defende meu programa sem descanso e com tenacidade e sabe comunicar nossa mensagem muito bem, de maneira eficaz. Estou feliz que seja parte da minha equipe principal na Ala Oeste" da Casa Branca, acrescentou.
Conway disse � rede CNN que seu novo emprego "possivelmente" incluir� assessoria "na comunica��o, an�lise de dados e estrat�gia".
Ser� uma das poucas mulheres em um gabinete formado majoritariamente por homens brancos e milion�rios.
Os ouvidos de Trump
Conway "ser� os ouvidos do presidente", porque sua poderosa posi��o lhe permitir� assessor�-lo em todos os temas que quiser, explicou � AFP o diretor-adjunto do Instituto de Pesquisa da Quinnipiac University, Peter A. Brown.
"Tentar� influir nele na dire��o que quiser. N�o � uma coincid�ncia que Mitt Romney n�o tenha sido designado como secret�rio de Estado. Ela se op�s abertamente a essa nomea��o", lembrou Brown, citando o ex-inimigo de Trump nas pr�vias republicanas.
Na campanha, Romney chegou a dizer que o ent�o candidato era um "charlat�o" e uma "fraude".
"N�o necessariamente Trump faz tudo o que ela diz, mas certamente a escuta", acrescentou.
Essa especialista em pesquisas, que � filha de uma m�e solteira e trabalhou em um cassino antes de entrar para a George Washington University e obter um diploma de Direito, foi fundamental para a surpreendente vit�ria do "outsider" republicano contra a veterana democrata Hillary Clinton.
Conway assumiu a dire��o da campanha na reta final, depois da sa�da de Corey Lewandowski, em meio �s den�ncias de que este �ltimo tratava mal jornalistas mulheres.
Desde que assumiu o cargo, administrou com destreza as gafes e os piores excessos de Trump, enfatizando o que era bom e relativizando o que era ruim, pedindo desculpas pelos ataques, al�m de reaproximar seu chefe dos pesos-pesados do Partido Republicano. Muitos deles haviam dado as costas a Trump.
Enquanto isso, ia conquistando a confian�a do magnata e afagando seu ego.
Foi a voz mais s�ria e elegante da pol�mica campanha de Trump, seu lado mais profissional. Conseguiu, inclusive, ganhar o respeito de seus cr�ticos e a confian�a da fam�lia do agora presidente, cujos filhos a adoram.
'Poker face'
Ser mulher foi uma grande vantagem quando Trump foi acusado de ass�dio sexual por v�rias mulheres, comentou o professor Gabriel Kahn, da Escola Annenberg de Comunica��o e Jornalismo da University of Southern California (USC).
"O fato de ter conseguido, na cara dura, ir de programa em programa de televis�o explicar todas essas transgress�es, inconsist�ncias, in�meros erros e outras coisas, isso foi uma ferramenta eficaz para fazer a loucura parecer normal", disse Kahn � AFP.
H�bil na arte da comunica��o pol�tica, Conway conseguiu fazer que os escandalosos coment�rios de Trump "n�o parecessem t�o horr�veis, simplesmente porque � uma mulher loira e branca, atraente e articulada", completou.
Em seu primeiro discurso ap�s a vit�ria eleitoral de 8 de novembro, �s 3 da manh�, Kellyanne Conway foi a primeira pessoa a quem Trump agradeceu, com um beijo na bochecha, depois de sua fam�lia. Depois, quando tiraram uma foto juntos, Trump a pegou pela cintura e, sorridente, fez para ela seu "ok" caracter�stico, enquanto a estrategista saudava a multid�o.