A taxa de mortalidade por c�ncer de colo do �tero nos Estados Unidos � significativamente mais alta que o que se havia estimado anteriormente, segundo um estudo publicado na segunda-feira na revista m�dica Cancer.
O estudo mostra uma desigualdade grande neste terreno entre as mulheres negras e brancas, assim como naquelas maiores de 65 anos.
As mulheres negras t�m uma taxa de �bito 77% mais alta do que a estimada para este tipo de c�ncer, enquanto as brancas sucumbem � doen�a em uma taxa 47% mais elevada.
Os dados anteriores tamb�m subestimaram em 44% a disparidade na mortalidade entre as mulheres brancas e as negras.
Estas novas estat�sticas refletem uma mudan�a no m�todo de c�lculo da mortalidade, que exclui as mulheres que tenham sido submetidas a uma histerectomia, visto que esta interven��o consiste na remo��o cir�rgica do �tero e que o risco de c�ncer neste �rg�o � zero ap�s a opera��o.
Segundo os pesquisadores, este novo enfoque estat�stico mostra um panorama mais realista, que permite compreender melhor como prevenir este tipo de c�ncer, do qual s�o diagnosticados 12.000 novos casos a cada ano nos Estados Unidos e que causa cerca de 4.000 mortes por ano.
A mortalidade mais alta nas mulheres mais velhas parece ser explicada pelo fato de que as recomenda��es para realizar exames de detec��o regulares deixam de ser feitas para pacientes maiores de 65 anos.
Estas estat�sticas sugerem que o risco se mant�m e inclusive aumenta nas mulheres mais velhas.
O c�ncer do colo do �tero, tamb�m chamado de c�ncer cervical, pode ser prevenido com exames regulares a partir dos 21 anos, segundo os autores do estudo.
"Este tipo de c�ncer pode ser evitado, e todas as mulheres deveriam fazer os exames", disse Anne Rositch, professora adjunta da Faculdade de Sa�de P�blica da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, principal autora do estudo.
Estudos anteriores sugerem que as mulheres negras s�o diagnosticadas mais tardiamente que as brancas e recebem tratamentos diferentes.
Assim, as negras t�m 50% menos probabilidades de ser submetidas a uma cirurgia para extrair o tumor e 50% mais probabilidades de receber radioterapia em compara��o com as brancas na mesma etapa da doen�a e com a mesma cobertura m�dica.
Altera��es gen�ticas
Em um estudo separado, publicado na revista Nature nesta segunda-feira, cientistas americanos identificaram caracter�sticas gen�ticas do c�ncer do colo do �tero que podem auxiliar no desenvolvimento de terapias mais direcionadas.
A an�lise de cerca de 200 c�nceres cervicais, realizada por pesquisadores do Atlas do Genoma do C�ncer (TCGA), com sede nos Estados Unidos, revelou que 70% dos tumores tinham altera��es gen�ticas.
Os pesquisadores tamb�m descobriram que um pequeno subconjunto de tumores n�o estavam ligados � infec��o pelo papilomav�rus humano (HPV).
Anteriormente, se pensava que praticamente todos os casos de c�ncer cervical eram causados pela infec��o pelo HPV.
Isso significa que alguns tipos de c�ncer cervical podem ter causas "estritamente gen�ticas", que poderiam ser tratadas com imunoterapia personalizada, disseram os autores do estudo.
"A an�lise mais recente do TCGA poderia ajudar a avan�ar nos esfor�os para encontrar drogas que mirem em elementos importantes dos genomas do c�ncer cervical", disse o Instituto Nacional do C�ncer, que participou da pesquisa.
O c�ncer do colo do �tero � a quarta causa mais comum de mortes por c�ncer entre as mulheres em todo o mundo, atr�s do c�ncer de mama, colorretal e de pulm�o.
